Família enlutada faz alerta após mãe de 53 anos morrer por causa de uma “injeção para emagrecer” comprada no mercado paralelo

Karen McGonigal, de 53 anos, morreu poucos dias depois de receber uma injeção para perda de peso adquirida no mercado negro. O caso, ocorrido em Salford, no condado de Greater Manchester, no Reino Unido, chamou atenção das autoridades e expôs os riscos de tratamentos não regulamentados.

Após o fim de um relacionamento de longa duração, Karen passou a enfrentar problemas de autoestima e saúde mental. Segundo a família, ela estava determinada a emagrecer rapidamente e acreditava que as injeções de perda de peso seriam uma solução para recuperar a confiança.

Karen chegou a procurar atendimento médico para saber se poderia fazer o tratamento pelo sistema público de saúde britânico. Após realizar exames, foi informada de que não preenchia os requisitos necessários. Pouco tempo depois, descobriu que um salão de beleza local oferecia injeções por 20 libras cada.

De acordo com mensagens obtidas por jornalistas, o local não possuía autorização para administrar esse tipo de substância. Ainda assim, Karen compareceu ao salão em diversas ocasiões, sem qualquer acompanhamento médico. A filha, Ffion, relatou que não havia qualquer medida de segurança antes das aplicações.

Karen McGonigal morreu após aplicar uma “injeção para emagrecer” (YouTube/ITV News)

“Ela parava de fazer as unhas de alguém e levava minha mãe para o fundo”, contou Ffion. “Sem limpeza, sem preparação, nada. Aplicava a injeção, recebia o pagamento, e em três minutos ela já estava saindo.”

Cerca de quatro dias após a última aplicação, Karen começou a sentir dores abdominais intensas e dificuldade para respirar. A filha se recorda do rosto da mãe ficando arroxeado e da rapidez com que tudo aconteceu. Karen foi levada de ambulância ao hospital e, ao chegar, já estava inconsciente. Depois de dois dias na unidade de terapia intensiva, a equipe médica desligou os aparelhos de suporte de vida.

A morte aconteceu pouco antes de Ffion descobrir que estava grávida. Karen não conheceu o quinto neto, o que intensificou a dor da família. As filhas decidiram falar publicamente sobre o caso para alertar sobre os riscos de tratamentos clandestinos.

“Ela tinha o maior coração e faria qualquer coisa por qualquer pessoa”, disse Abbie. “Ela vivia pelos filhos e pelos netos.”

As filhas de Karen se pronunciaram após sua morte (YouTube/ITV News)

Abbie também afirmou que a mãe só queria voltar a se sentir bem consigo mesma. “Ela não queria mais sair de casa, queria perder peso para recuperar a confiança.”

As autoridades informaram à família que Karen não recebeu tirzepatida — vendida legalmente sob prescrição —, mas sim semaglutida, que exige uma dosagem diferente.

A polícia de Greater Manchester prendeu uma pessoa suspeita de homicídio culposo e outra por fornecimento de substância controlada. O caso segue em investigação.

As filhas fizeram um apelo para que outras pessoas não busquem soluções rápidas e baratas. “O resultado é devastador”, disse Abbie. “É de partir o coração e não vale a pena.”

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