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Curiosidades

Um mês com o Switch 2

 

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Desde a primeira geração de consoles (que começou em 1972 com o Odyssey, da Philips), apenas sete aparelhos conseguiram superar 100 milhões de unidades vendidas. E quatro são da Nintendo.

O Switch, lançado em 2017, ultrapassou recentemente a marca de 152 milhões – e tem chances reais de bater o PlayStation 2, da Sony (160 milhões), se tornando o console mais vendido de todos os tempos. Ele foi a volta por cima da Nintendo após o relativamente malsucedido Wii U (13,5 milhões). E, em time que está ganhando, diz o clichê, não se mexe.

O Switch 2 mantém as principais características do antecessor, corrige algumas deficiências, traz uma tela maior e dá um grande salto em poder de processamento: segundo a Nvidia, que desenvolveu o chip do novo console, ele tem dez vezes a capacidade gráfica do Switch 1 (cujos jogos também roda, em alguns casos com melhorias gráficas e a 60 quadros por segundo, o dobro do antecessor).

Por isso, apesar do preço alto (US$ 449 nos EUA e R$ 4.499 no Brasil, quase o dobro do console anterior), o Switch 2 vendeu 3,5 milhões de unidades nos primeiros quatro dias – patamar que o PlayStation 5, por exemplo, levou um mês para atingir. Foi o lançamento mais bem-sucedido da história da indústria de games.

Isso tem motivo: o novo console da Nintendo é ótimo. Mas, apesar do frenesi em torno do aparelho (que esgotou várias vezes nas lojas brasileiras, e chegou a ser revendido a R$ 6 mil por cambistas online), o console ainda não tem um game realmente irresistível; isso deve acontecer, mas vai levar tempo.

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E, como qualquer eletrônico, o Switch 2 tem características que só ficam evidentes após o uso prolongado. A seguir, confira 11 pontos que descobrimos após um mês testando o aparelho.

1. Ele é grande. Mas é menor do que aparenta.
O Switch 2 é maior que o antecessor, e o motivo está na tela: ela tem 171,5 cm2 de área, 27% a mais que a do Switch 1. Nas fotos, o Switch 2 parece bem grandão – chega a lembrar os PCs de mão, como o Steam Deck e o Asus ROG Ally. Na vida real, felizmente, não é assim.

O novo console da Nintendo é muito mais fino do que eles (tem 14 mm de espessura, a mesma do antecessor), e é mais leve também: pesa 534 g, contra 640 g do Steam Deck, por exemplo. Ele é relativamente compacto e fácil de manusear. Só tome cuidado com a tela, que pode riscar fácil (é essencial comprar um case).

2. A tela não é OLED. Mas isso também tem um lado positivo.
Ela é um LCD, o que descontentou muita gente na internet (houve até quem dissesse que a Nintendo fez de propósito, para lançar uma versão OLED daqui a alguns anos).

Mas é uma tela de excelente qualidade, com bastante contraste, cores fortes e ótimo ângulo de visão. E traz uma vantagem: é bem mais brilhante. Comparando com o Switch 1 OLED, lado a lado, a diferença é imediatamente evidente (e acontece porque, por uma limitação tecnológica, as telas OLED não alcançam o mesmo brilho das LCD).

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3. O Welcome Tour deveria ser gratuito, sim. Mas vale a pena.
Ele é um joguinho que demonstra as novas tecnologias do console – e é vendido separadamente por R$ 59,90. Isso gerou muitas reclamações dos usuários (e levou até o executivo Reggie Fils-Aimé, ex-presidente da Nintendo of America, a mandar uma sutil indireta à empresa).

A Nintendo faturou quase US$ 9 bilhões ano passado, e bem poderia ter incluído o Welcome Tour de graça com o console. Mesmo assim, ele vale a pena: além de divertido, demonstra na prática as novas tecnologias do Switch 2 – como a “vibração de alta definição”, que consegue simular a sensação tátil de tocar maracas ou bater numa bolinha de borracha, por exemplo.

4. Existe um jeito de gastar menos com os jogos.
Não é só o Switch 2 que é mais caro; os games dele também. Mario Kart World, por exemplo, custa assustadores R$ 499,90. Ok, se você comprá-lo junto com o console, ele acaba saindo por R$ 300 (pois o bundle com ambos custa R$ 4.799). Mas o segundo grande lançamento do console, Donkey Kong Bananza, não tem essa brecha: custa R$ 439,90, bem acima do preço médio dos jogos atuais, R$ 350.

“Eu sou especialmente sensível a isso [o preço dos jogos], porque sou responsável pela América Latina, e o poder aquisitivo é diferente”, afirma Bill van Zyll, vice-presidente da Nintendo e seu diretor-geral para o continente. “Nós tentamos encontrar um equilíbrio entre o número de horas de entretenimento, o valor de um jogo e os custos associados ao desenvolvimento de games”, diz.

Toda a indústria de games está aumentando os preços (Sony e Microsoft já fizeram isso com seus games). Porém, no caso do Switch 2, há uma diferença importante. Ele aceita mídias físicas (o que não é o caso em todas as versões do PS5 e do Xbox Series), e seus principais títulos continuam sendo lançados dessa forma (não só como downloads).

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Isso faz com que exista todo um mercado secundário envolvendo os jogos da Nintendo. Depois de terminar um jogo do Switch ou enjoar dele, você consegue facilmente revendê-lo no Mercado Livre e recuperar parte do dinheiro. Ou esperar alguns meses após o lançamento de um game para comprá-lo usado, pagando mais barato.

 

<span class=”hidden”>–</span>Arte/Superinteressante

 

5. Os “cartões virtuais” são ótimos. Com um porém.
O Switch 2 utiliza os Virtual Game Cards, um sistema que permite emprestar jogos digitais (comprados por download, sem mídia física) para os seus amigos, e pegar games deles. Você e seus amigos precisam fazer parte da mesma “família Nintendo” (grupo de até oito pessoas que compartilham uma assinatura do serviço Switch Online).

Enquanto um game estiver emprestado, você não consegue jogá-lo (somente o seu amigo), e só é possível emprestar cada jogo para uma pessoa (não para várias) de cada vez. Isso é óbvio. O que não é óbvio é que, para validar o empréstimo, você e o seu amigo precisam estar fisicamente próximos, conectados à mesma rede Wi-Fi, pelo menos uma vez a cada 14 dias.

Ou seja: os cartões virtuais não são uma farra do compartilhamento de jogos. Mas flexibilizam um pouco o uso das mídias digitais – um caminho que Sony e Microsoft também deveriam seguir. Além disso, o Switch 2 traz a nova função GameShare, que permite compartilhar títulos multijogador [veja quadro abaixo].

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Infográfico, em fundo branco, explicando as novidades do Switch 2.
<span class=”hidden”>–</span>Nintendo/Montagem sobre reprodução

 

6. Ele pode ser uma alternativa aos PCs de mão.
Faz tempo que os consoles da Nintendo não tentam competir com os rivais no quesito poder de processamento (o último a fazer isso foi o GameCube, de 2001). A empresa prioriza mecânicas de jogo inovadoras, e em criar títulos que sejam efetivamente divertidos.

O Switch 2 segue essa filosofia. Mas também é capaz de rodar games mais pesados, desenvolvidos por outras produtoras. Ele já ganhou, por exemplo, versões de Cyberpunk 2077 (da polonesa CD Projekt Red) e Yakuza 0 (Sega), dois jogos de mundo aberto que o Switch 1 não conseguiria rodar. Nos nossos testes, ambos se saíram bem: a qualidade gráfica fica menor do que num PlayStation 5, mas é satisfatória.

Isso significa que, além de dar acesso a jogos exclusivos, o Switch 2 também pode ser uma alternativa aos PCs de mão, como o Steam Deck. Com um porém: nele, os games multiplataforma tendem a custar mais caro. Às vezes, bem mais. Cyberpunk 2077: Ultimate Edition e Yakuza 0, por exemplo, estavam saindo por R$ 128 e R$ 90 no PC quando este texto foi escrito; já no console da Nintendo, os valores eram R$ 340 e R$ 250.

E os games mais pesados ocupam um espação na memória do console – que vem de fábrica com 232 GB livres. Cyberpunk usa 59,4 GB, e Yakuza demanda 45,3 GB. É muito mais do que os títulos da própria Nintendo (Mario Kart World e Donkey Kong Bananza, por exemplo, ocupam 21,9 GB e 10 GB).

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Os donos de Switch 2 provavelmente terão de comprar um cartão de memória para expandir o armazenamento. E o console adota um novo padrão, o microSD Express, que é caro (um cartão de 256 GB sai por cerca de R$ 400).

Imagem com três cenas dos jogos do Switch 2: Yakuza O, Donkey Kong Bananza e Street Fighter 6.
<span class=”hidden”>–</span>Reprodução/Montagem sobre reprodução

7. Talvez você tenha que mexer na TV.
Quando conectado à televisão, pelo Dock, o novo console gera imagens em 4K. Isso é possível graças à Deep Learning Super Sampling (DLSS), a tecnologia de upscaling por inteligência artificial criada pela Nvidia – e uma exclusividade, entre os consoles, do Switch 2 (o PlayStation 5 Pro, que também faz upscaling com inteligência artificial, usa a tecnologia PSSR, da Sony). O resultado faz jus à qualidade artística dos títulos da Nintendo: finalmente dá para jogar Zelda em 4K.

Mas, dependendo da TV à qual está conectado, o Switch 2 gera imagens levemente desbotadas, com menos contraste do que seria normal, e cores um pouco esmaecidas. Aconteceu comigo. A razão (descoberta pelo analista Vincent Teoh, do canal HDTV Test) é que o Switch 2 adota um nível de branco alto demais no modo HDR. A Nintendo deve corrigir isso por meio de uma atualização. Enquanto isso, reduzir um pouquinho o brilho da TV ameniza o problema.

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8. Dá para usar o “mouse” no sofá. Ou na sua calça.
Um dos joy-cons, ou ambos, podem ser usados como mouse. Isso é ótimo para jogos de ação e tiro, e também abre novas possibilidades para os desenvolvedores de games. Mas e quando você está sentado no sofá, usando o Switch conectado à TV, sem uma superfície para apoiar o “mouse”?

Nesse caso, dá para deslizá-lo sobre o sofá, ou mesmo sobre a superfície das suas pernas. Funciona surpreendentemente bem (muito melhor do que se você tentasse fazer isso com um mouse comum).

Imagem com três cenas dos jogos do Switch 2: The Legenda Of Zelda, Mario Kart World e Cyberpunk 2077.
<span class=”hidden”>–</span>Reprodução/Montagem sobre reprodução

9. A bateria não faz milagres (e manteve um problema).
Em Cyberpunk 2077, ela durou 2h22. Em Mario Kart World, 2h46. Yakuza 0 e The Legend of Zelda: Tears of the Kingdom foram um pouquinho além: aproximadamente 3 horas cada um. Já Super Mario Wonder, com seus gráficos 2D mais simples, alcançou 5 horas.

Em suma: com games mais pesados, a bateria do Switch 2 tem autonomia relativamente limitada (o que é o caso, também, do Steam Deck e similares). Mas o ponto crítico é que, assim como eles e como o Switch 1, a bateria do novo console demora para carregar: cerca de 2h20. É bem mais tempo do que os smartphones modernos, que levam de 40 a 60 minutos.

10. O GameChat e a câmera são legais – mas pouca gente tem.
O Switch 2 tem um botão, no controle direito, que abre o GameChat: um sistema de bate-papo por áudio e, se você quiser, vídeo durante os jogos. Mesmo quando o console está no Dock, longe de você, ele consegue captar perfeitamente a sua voz – e é inteligente o bastante para ignorar o som da TV.

O GameChat também tem um mecanismo de controle para pais (se você tem filhos, pode determinar com quem eles poderão se comunicar). Ele é ótimo. Mas, na prática, você acaba não usando tanto – porque, por enquanto, pouca gente tem um Switch 2 (e isso provavelmente inclui os seus amigos). Talvez reconhecendo isso, a Nintendo liberou o serviço de graça até março de 2026; daí em diante, ele irá exigir uma assinatura do serviço Switch Online.

11. Ele não é irresistível. Mas tem um futuro promissor.
O Super NES (1990) foi lançado com Super Mario World, um dos melhores games de todos os tempos. O Nintendo 64 (1996) veio ao mundo com Mario 64, que revolucionou os jogos 3D. O Wii (2006) trouxe consigo o irresistível Wii Sports. E o primeiro Switch (2017) chegou junto com o icônico The Legend of Zelda: Breath of the Wild.

O Switch 2 ainda não tem um jogo desse patamar. Mario Kart World traz gráficos bonitos e partidas online frenéticas, com até 24 pessoas. É muito divertido, certamente irá reunir jogadores por anos a fio. Mas não está no mesmo patamar dos títulos de lançamento de outros consoles da Nintendo.

O mesmo vale para Donkey Kong Bananza, o segundo grande lançamento para o console. Trata-se de um excelente platformer (gênero no qual você atravessa cenários pulando), que ilustra bem a maestria da Nintendo nesse tipo de game. Mas não é um marco histórico. A biblioteca do Switch 2 ainda não tem nenhum título realmente obrigatório.

Mas ela vai evoluir (seu próximo grande lançamento é Metroid Prime 4: Beyond, que está em desenvolvimento há oito anos e finalmente deve chegar nos próximos meses). Inicialmente, a Nintendo esperava vender 15 milhões de unidades do console até março do ano que vem.

Mas, segundo a agência Bloomberg, já teria decidido elevar a produção para 20 milhões. Com uma base de jogadores tão grande, o Switch 2 certamente terá uma farta biblioteca de games; no meio deles, é provável que surjam pedras preciosas. É uma questão de estatística – e de tempo.

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augustopjulio

Sou Augusto de Paula Júlio, idealizador do Tenis Portal e do Curiosidades Online, tenista nas horas vagas, escritor amador e empreendedor digital. Mais informações em: https://www.augustojulio.com.