Trump oficializa venda do TikTok nos EUA por US$ 14 bi — mas ainda há dúvidas
Depois de meses de idas e vindas, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta quinta-feira (25) a ordem executiva que oficializa a venda da operação do TikTok em solo ianque para um consórcio de investidores americanos e globais. A negociação, estimada em US$ 14 bilhões, é bem abaixo das previsões de mercado, que colocavam o valor do app entre US$ 30 bilhões e US$ 40 bilhões mesmo sem considerar seu algoritmo de recomendação — o ativo mais valioso da plataforma.
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A medida atende às exigências da lei aprovada em 2024, que determinava a saída do TikTok das mãos da chinesa ByteDance até janeiro de 2025, sob risco de banimento. De acordo com a Casa Branca, a estrutura da empresa ficará dividida assim:
- Oracle e o fundo de private equity Silver Lake terão juntos cerca de 50% do TikTok nos Estados Unidos;
- Investidores atuais da ByteDance, como General Atlantic, Susquehanna e KKR, manterão aproximadamente 30%;
- A própria ByteDance ficará com menos de 20%, para cumprir a lei que exige o controle majoritário americano.
Entre os nomes individuais anunciados por Trump estão o bilionário Michael Dell (Dell Technologies) e o magnata da mídia Rupert Murdoch, além de outros investidores de peso ainda não revelados.
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O que mais intriga analistas e legisladores é o futuro do algoritmo de recomendação do TikTok, considerado o coração do aplicativo. Segundo o vice-presidente JD Vance, o código será “reprogramado e monitorado por parceiros de segurança locais”, mas ainda não está claro se a ByteDance terá alguma influência sobre ele.
Enquanto Trump afirma que a operação será “100% americana”, veículos chineses chegaram a publicar que a empresa-mãe criaria uma nova subsidiária para cuidar de e-commerce, branding e integração internacional — reportagens que foram rapidamente removidas do ar.
Congresso ainda desconfia
Trump declarou que conversou com o presidente chinês Xi Jinping, que teria dado aval à negociação. O Ministério das Relações Exteriores da China, no entanto, preferiu manter um tom diplomático, dizendo esperar que os Estados Unidos garantam um “ambiente de negócios aberto e justo”.
Do lado americano, parlamentares republicanos pediram mais clareza sobre a transação, cobrando garantias de que não haverá espaço para influência chinesa ou riscos de vigilância.
O TikTok é um elemento estratégico para Trump: o app tem 170 milhões de usuários nos Estados Unidos, e o próprio presidente acumula 15 milhões de seguidores na plataforma. Ele já afirmou publicamente que a rede foi decisiva para sua reeleição em 2024, tanto no engajamento direto quanto na construção de narrativas digitais.
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