Trump divulga vídeo assustador da execução de supostos traficantes de drogas

Nos últimos dias, uma operação militar norte-americana chamou a atenção do mundo após a divulgação de um ataque contra supostos “narcoterroristas” em águas internacionais. O episódio ocorreu sob ordens diretas do presidente Donald Trump, que divulgou imagens da ação em sua própria rede social, o Truth Social.

O vídeo compartilhado mostra uma lancha em alta velocidade cortando o mar por cerca de 30 segundos, até ser atingida por um míssil lançado a partir de um drone. A explosão foi devastadora e não deixou sobreviventes a bordo. De acordo com o comunicado oficial, três homens morreram durante o ataque.

Trump acompanhou a divulgação das imagens com um longo texto, justificando a ação. “Por minhas ordens, o Secretário de Guerra autorizou um ataque cinético letal contra uma embarcação associada a uma Organização Terrorista Designada, que estava realizando narcotráfico na área de responsabilidade do USSOUTHCOM”, declarou. Ele ainda acrescentou que a inteligência americana havia confirmado que a lancha transportava drogas ilícitas e navegava em uma rota conhecida pelo tráfico de entorpecentes com destino aos Estados Unidos.

O presidente norte-americano reforçou a mensagem em letras maiúsculas: “PAREM DE VENDER FENTANIL, NARCÓTICOS E DROGAS ILEGAIS NA AMÉRICA, E DE COMETER VIOLÊNCIA E TERRORISMO CONTRA OS AMERICANOS!!!”.

Essa não foi a primeira operação desse tipo anunciada por Trump. Algumas semanas antes, o governo havia divulgado um ataque semelhante contra supostos membros da gangue venezuelana Tren de Aragua. Na ocasião, onze pessoas foram mortas em outra embarcação, também em águas internacionais, acusadas de transportar entorpecentes em direção ao território norte-americano.

Apesar da postura firme do presidente, as ações têm gerado forte debate dentro dos Estados Unidos. Senadores democratas, como Adam Schiff, da Califórnia, e Tim Kaine, da Virgínia, se manifestaram contra os ataques. Ambos apresentaram uma resolução conjunta pedindo a suspensão imediata de operações militares que não tenham autorização do Congresso.

Schiff foi direto ao criticar a conduta presidencial: “Embora compartilhemos com o Executivo a necessidade de prevenir e impedir que drogas cheguem às nossas costas, explodir barcos sem qualquer justificativa legal corre o risco de arrastar os Estados Unidos para outra guerra e provocar hostilidades injustificadas contra nossos próprios cidadãos”.

Já Kaine ressaltou a falta de transparência do governo em relação a essas missões e questionou a legalidade das ações: “O presidente Trump não tem autoridade legal para lançar ataques ou usar força militar no Caribe ou em qualquer outro lugar do Hemisfério Ocidental”.

Segundo ele, a administração se recusou a fornecer ao Congresso detalhes sobre os motivos dessas operações, incluindo os riscos assumidos pelos militares norte-americanos.

O tema promete se tornar um dos pontos mais delicados da política externa e interna do país, alimentando tensões entre o Executivo e o Legislativo e levantando questionamentos sobre até onde o governo pode ir em nome do combate às drogas.

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