Troma: 50 anos de terror de baixo orçamento que redefiniram o indie e o trash
Estúdio de cinema independente mais antigo do mundo, a Troma Entertainment tem, definitivamente, muita história para contar. Fundada por Lloyd Kaufman e Michael Herz em 1974, a produtora é praticamente um templo dos filmes de terror B, responsável por lançar centenas de produções do gênero e revitalizar sua fama na indústria.
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Dona de um catálogo em que imperam títulos de baixo orçamento, a empresa conseguiu cair nas graças do público exatamente pela tosquice de suas produções, que tiraram o trash da decadência e trouxeram graça ao gênero. Uma coragem de “não se levar a sério” essencial para que o público entendesse e abraçasse o espírito de suas produções.
O ponto de virada
Para chegar até aqui, no entanto, a Troma enfrentou altos e baixos ao longo de sua jornada. Hoje sob o slogan de “50 anos de mídia disruptiva”, a empresa começou sua história focada nas comédias sexuais, ganhando popularidade apenas em 1984, quando lançou uma de suas primeiras e até hoje mais comentadas comédia de terror: O Vingador Tóxico.
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Dirigida pelos próprios Michael Herz e Lloyd Kaufman, que estiveram à frente de dezenas de filmes da empresa, a paródia de super-heróis fez um sucesso indie inesperado, dando origem a uma franquia com mais três filmes, uma série de TV, um musical, histórias em quadrinhos e até um jogo de videogame.
Considerado um dos expoentes do trash cult, o longa segue os passos de um faxineiro corriqueiramente humilhado pelos frequentadores da academia em que trabalha, que cai em um tanque de lixo químico e, além de sofrer uma mutação grotesca, ressurge como o herói do título.
O sucesso da produção fez com que a empresa embarcasse então de cabeça nas comédias de terror, desenvolvendo um estilo próprio, que ganhou cada vez mais popularidade e seguidores fiéis.
O cinema trash ganha um lar
Entre os filmes mais marcantes já lançados pela Troma Entertainment estão tramas como Class of Nuke ‘Em High (1986), filme que segue os estudantes de um colégio que começam a sofrer mutações; Surf Nazis Must Die (1987), título ambientado em um mundo pós-apocalíptico em que há uma gangue de surfistas neonazistas; e Tromeo and Juliet (1996), versão punk e bastante pervertida de Romeu e Julieta.
Assim como as outras obras da Troma, eles têm como principais características os efeitos especiais exagerados, o humor politicamente incorreto e o uso da violência gráfica de maneira cômica. Uma série de elementos que, obviamente, são sempre embalados em premissas absurdas, que exatamente por seu estilo non sense – com críticas sociais mostradas de forma satírica – ganharam uma base muito consolidada de admiradores.

Uma curiosidade sobre a empresa é que, apesar do jeitão alternativo e dos filmes fora do mainstream, a Troma também fez parte da carreira de cineastas já consagrados de Hollywood, seja por seu envolvimento direto ou por terem servido como inspiração em sua carreira.
Os casos mais clássicos são do cineasta Eli Roth (O Albergue), que já declarou ter sido muito influenciado pelo espírito anárquico da empresa e sua mistura de violência gráfica com humor sombrio, e de James Gunn (Guardiões da Galáxia), que é um dos co-roteiristas de Tromeo and Juliet, título do qual também participou da produção.
A mídia disruptiva segue a todo vapor
Embora o final dos anos 1990 e o crescimento dos filmes indie tenham dado ainda mais fôlego à Troma, que teve um período bastante popular e efervescente até meados dos anos 2000, a empresa passou por alguns percalços e dificuldades financeiras nos últimos anos.
Agravado pela popularização dos serviços de streaming e pela queda nas bilheterias de cinema, o nicho de filmes independentes, mas sustentáveis, afetou até mesmo estúdios consolidados como a Troma, que, no entanto, nunca parou de produzir e lançar histórias fora dos moldes tradicionais.
A empresa, inclusive, criou seu próprio festival de cinema independente, o TromaDance Film Festival, e se mantém levantando a bandeira desse tipo de arte mesmo com todos os empecilhos e blockbusters do caminho.
Recentemente, após diversas especulações e um projeto passando de mãos em mãos, a Troma anunciou o lançamento do remake de O Vingador Tóxico, estrelado por Peter Dinklage (Game of Thrones) e com roteiro e direção de Macon Blair (Já Não Me Sinto Em Casa Nesse Mundo).
Com um elenco que passa por nomes como Kevin Bacon (Footloose), Elijah Wood (O Senhor dos Anéis), Taylour Paige (Um Tira da Pesada 4), Jacob Tremblay (Extraordinário) e Jane Levy (A Morte do Demônio), o filme é baseado no história homônimo de Lloyd Kaufman. E, além do trailer, já ganhou também uma data de estreia nos cinemas dos Estados Unidos: 29 de agosto de 2025.
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