Archaeopteryx: Segredos do Voo e Penas das Primeiras Aves Aladas
O primeiro fóssil do Archaeopteryx, um dinossauro com penas, foi encontrado em 1861, muito tempo depois das primeiras aves terem supostamente alçado voo no período Jurássico, há cerca de 150 milhões de anos. Desde então, este ancestral alado tem sido crucial para paleontólogos e biólogos que buscam entender a origem do voo aviário.
Recentemente, um estudo publicado na revista Nature revelou detalhes inéditos de tecidos moles e ossos do Archaeopteryx, lançando luz sobre sua capacidade de voar. A grande revelação foi a identificação das penas terciárias, que formam um contorno aerodinâmico contínuo entre as asas e o corpo. Essa característica, ausente em dinossauros não-voadores com penas, sugere uma adaptação vital para os primeiros voos.
A análise foi liderada pela paleontóloga Jingmai O’Connor, do Field Museum, em Chicago. Ela afirma que o Archaeopteryx pode não ter sido o primeiro dinossauro com penas ou asas, mas é provável que tenha sido o primeiro a usá-las eficientemente para voar. Outras evidências, como a presença de penas assimétricas (essenciais para gerar empuxo), já apontavam para essa capacidade. A descoberta das penas terciárias reforça essa teoria. Como explica O’Connor, se houver uma lacuna entre as penas e o corpo, o ar escapa, comprometendo a sustentação. Essas novas penas “fecham essa lacuna”, garantindo a eficiência aerodinâmica.
Além das penas, o fóssil revela ossos leves e ocos, escamas minúsculas nos pés e estruturas ósseas no céu da boca que apontam para o desenvolvimento inicial de algo chamado cinética craniana, uma característica que permite aos pássaros contemporâneos moverem o bico independentemente dos demais ossos de suas cabeças.
O Archaeopteryx ainda mantinha traços de dinossauros, como mandíbulas com dentes afiados, uma cauda óssea longa e garras retráteis nos pés. As escamas nos pés também indicam que ele passava muito tempo caminhando no solo, podendo ainda ter sido capaz de escalar árvores. Seus voos provavelmente eram similares aos de uma galinha ou faisão, bem curtinhos.
Para tornar visível essa riqueza de detalhes, os pesquisadores usaram tomografias computadorizadas e luz ultravioleta, além de técnicas de escavação de alta precisão, removendo milímetro por milímetro do calcário duro que envolvia o fóssil.
“Este estudo ressalta muito bem a importância de descobrir novos fósseis, mesmo de espécimes bem conhecidos e estudados”, disse a pesquisadora para o The New York Times. “Este espécime vai me manter ocupada por anos”, disse ela.
Mesmo após décadas de estudo e a descoberta de outros 13 fósseis de Archaeopteryx, ainda há muita controvérsia sobre sua real capacidade de voo. Porém, com as tomografias de alta resolução disponíveis publicamente, pesquisadores do mundo todo poderão reexaminar o dinossauro alado.
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