Testes com IA mostram que estamos mais perto da exploração espacial autônoma
Pesquisadores usaram prompts em uma popular ferramenta de inteligência artificial para verificar o quão bem o ChatGPT poderia pilotar uma nave espacial. E não é que, para a surpresa geral, a IA teve um desempenho bastante positivo, ficando em segundo lugar em uma competição de simulação de pilotagem de uma nave espacial totalmente autônoma.
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Não é de hoje que pesquisadores se interessam pelo desenvolvimento de sistemas autônomos para navegação espacial. Há satélites demais para que os humanos controlem manualmente tudo e, no futuro, esse problema só deve aumentar. Além disso, a exploração do espaço profundo, com todas as suas limitações, pede níveis maiores de automação.
Para incentivar a inovação no campo da navegação autônoma, pesquisadores criaram nos últimos anos o Kerbal Space Program Differential Game Challenge, que é baseado no popular Kerbal Space Program – um game de simulação especial criado pelo brasileiro Felipe Falanghe – que permite projetar, experimentar e testar sistemas autônomos em um ambiente bastante realista. O desafio consiste em vários cenários, como uma missão para perseguir e interceptar um satélite e também uma missão para evitar a sua detecção.
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Em um artigo a ser publicado ainda no Journal of Advances in Space Research, uma equipe internacional de pesquisadores descreveu seu concorrente: uma IA comercial como o ChatGPT (OpenAI). O objetivo era ser o mais realista possível, com missões de apenas algumas horas. Isso significa que seria impraticável treinar e refinar a IA, em tempo real.
Sem fine-tuning
Acontece que os modelos de linguagem acionados já são tão poderosos e treinados com imensas quantidades de textos anteriormente escrito por humanos que, fazendo uma boa engenharia de prompt e dando o contexto certo, as chances de sucesso seriam grandes.
Os pesquisadores desenvolveram um método para traduzir o status da nave espacial e seu objetivo em forma de texto e comunicaram à IA. Depois, solicitaram recomendações sobre como orientar e manobrar a nave. Em seguida, uma camada adicional de “tradução” converteu a saída em texto em um código funcional e capaz de operar a nave simulada.
Com essa combinação de prompts e comandos de controle compatíveis com o simulador, os pesquisadores conseguiram que o ChatGPT completasse muitos dos testes do desafio, ficando, inclusive, em segundo lugar em uma competição recente. Vale notar que os testes ocorreram antes do lançamento do modelo mais recente e potente do ChatGPT, a versão 4.
Contudo, ainda estamos longe de ver IAs controlando espaçonaves reais. Ainda há muito trabalho a ser feito, especialmente no que diz respeito a evitar “alucinações da IA” – que seriam desastrosas também no contexto espacial. O que podemos ter em mente é que esse esforço demonstra o poder dessas IAs comerciais e os resultados sinalizam o potencial crescente dessas ferramentas em apoiar missões espaciais no futuro, sob supervisão, claro.
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