Terra pode ganhar pelo menos 6 miniluas a qualquer momento; saiba como se formam

Uma nova pesquisa publicada na revista científica Icarus aponta que a Terra pode ter ao menos seis miniluas de origem lunar em órbita a qualquer momento. No entanto, seu pequeno tamanho e a alta velocidade com que se movem dificultam a observação desses objetos espaciais.

• Parece que a “minilua” da Terra veio do nosso próprio planeta
• Terra vai ganhar uma minilua por dois meses

Os pesquisadores, liderados por Robert Jedicke, da Universidade do Havaí, calcularam a quantidade estimada dessas pequenas luas com base em simulações do comportamento de partículas geradas por colisões de objetos celestes com a Lua.

Apesar de chegarem a uma estimativa, os cientistas ressaltam que ainda há incertezas em relação ao número exato de miniluas. Isso porque esses corpos celestes são extremamente pequenos e se deslocam rapidamente, o que dificulta sua detecção até mesmo por telescópios avançados.

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“Detectar objetos nessa faixa de tamanho significa que eles precisam estar próximos para serem brilhantes, mas se estiverem próximos, também parecerão estar se movendo rapidamente pelo céu”, explicou Jedicke ao site Space.com.

O que é uma minilua?

As miniluas são objetos com, geralmente, menos de dois metros de diâmetro que podem ser temporariamente capturados pela gravidade da Terra. Esses pequenos corpos se deslocam rapidamente e permanecem em órbita terrestre por um curto período — em média, cerca de nove meses.

Contudo, o caminho natural desses objetos geralmente é ao redor do Sol, que exerce uma atração gravitacional mais forte. Assim, eles acabam “escapando” da órbita da Terra e retornando à trajetória solar.

“Uma minilua é considerada um ‘orbitador temporariamente capturado’ se ela completar ao menos uma órbita completa em torno da Terra antes de voltar à sua órbita ao redor do Sol. Se for capturada pela gravidade da Terra, mas não completar uma órbita inteira, ela é classificada como um ‘sobrevoo temporariamente capturado’”, explica Laura Nicole Driessen, pós-doutoranda em radioastronomia na Universidade de Sydney.

Segundo a cientista, as miniluas pertencem à população de objetos próximos da Terra (NEOs, na sigla em inglês), que orbitam o Sol e se aproximam até 1,3 vezes a distância da Terra ao Sol — ou a menos de quatro vezes a distância entre a Terra e a Lua.

Qual a origem das miniluas?

As miniluas podem se originar de diversas regiões do Sistema Solar, mas a maioria vem do cinturão de asteroides, localizado entre as órbitas de Marte e Júpiter.

Elas também podem ser geradas por impactos de objetos com a superfície da Lua, o que expulsa fragmentos do satélite natural da Terra para o espaço. É o caso das miniluas Kamoʻoalewa — identificada em 2016 — e 2024 PT5, descoberta em 2024.

De acordo com Robert Jedicke, o estudo das miniluas — especialmente daquelas que são fragmentos lunares — pode ajudar os cientistas a entender melhor os possíveis impactos de asteroides na Terra e a estimar com mais precisão os danos potenciais causados por essas colisões.

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