Tatu que viveu no Paraná há 40 milhões de anos ajuda a compreender o passado
Pesquisadores da Universidade Federal do Paraná (UFPR), em parceria com instituições da Argentina e do Rio Grande do Sul, descreveram uma nova espécie de tatu pré-histórico, batizada de Parutaetus oliveirai. O achado, publicado na respeitada Journal of Vertebrate Paleontology, traz uma nova peça do quebra-cabeça que tenta recriar a imagem da região de Curitiba há 40 milhões de anos atrás, na época do Eoceno.
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A espécie foi identificada a partir de um fóssil tombado no Museu de Ciências Naturais da UFPR, e se diferencia das demais do mesmo gênero por características únicas em sua carapaça. Os cientistas observaram que os osteodermos (estruturas ósseas que formam a “armadura” desses animais) eram mais espessos e continham mais aberturas para pelos, sugerindo adaptações térmicas específicas.

O fóssil do Parutaetus oliveirai foi encontrado na Formação Guabirotuba, localizada na região metropolitana de Curitiba. Esse conjunto de rochas sedimentares é testemunho de um tempo em que o local era dominado por um clima quente, com presença de pântanos, riachos e lagos rasos. Segundo os cientistas, o ambiente lembrava o atual Pantanal.
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Esse cenário pertence ao período Eoceno, que se estende de 56 a 33,9 milhões de anos atrás. A fauna era diversificada e incluía peixes, anfíbios, aves carnívoras gigantes, crocodilianos e diversos mamíferos. A descoberta do Parutaetus oliveirai se soma a outras seis espécies de tatus extintos, também conhecidos como cingulados, já identificadas na região.
Paraná há 40 milhões de anos

Vale lembrar que o nome da nova espécie é uma homenagem ao paleontólogo Édison Vicente Oliveira, responsável pela descrição de outros tatus fósseis. Segundo a pesquisadora Tabata Klimeck, uma das autoras do estudo, é uma forma de agradecer pelas contribuições do cientista à paleontologia sul-americana. O Parutaetus oliveira foi a quinta espécie de tatu do gênero Parutaetus descoberta na América do Sul.
Além do valor científico, a presença do estudo sobre o tatu de 40 milhões de anos na capa do Journal of Vertebrate Paleontology representa um reconhecimento internacional. Os próprios pesquisadores reconhecem como um “selo de qualidade que facilita colaborações e valoriza o nosso patrimônio fóssil”.
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