Tamagotchi: o segredo do pet digital que dominou os anos 90
Antes dos celulares, redes sociais e inteligência artificial, um chaveiro em forma de ovo virou febre global. O Tamagotchi, lançado pela Bandai em 1996, foi o primeiro pet virtual de muita gente, e também o primeiro a “morrer” por negligência.
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Ele exigia cuidado, atenção e um nível de comprometimento que, para uma criança nos anos 90, parecia quase um estágio para a vida adulta. Mas o que havia por trás dessa obsessão coletiva? Será que as pessoas não tinham gatos nos anos 1990?
Um brinquedo, várias camadas
O Tamagotchi funcionava com base em premissas simples: três botões, uma tela pixelada e um bichinho que nascia, crescia e podia morrer.
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Mas era essa simplicidade que o tornava viciante. As interações eram curtas, mas frequentes. Alimentar, limpar, brincar, disciplinar. Cada ação mudava o estado do pet e criava uma sensação constante de responsabilidade.

A estrutura por trás era engenhosa para a época: um microcontrolador básico com memória ROM (programa) e RAM (estado do bichinho), além de um relógio interno que mantinha o tempo correndo mesmo quando você não estava jogando.
Em outras palavras: o Tamagotchi não pausava. Se você esquecesse dele, ele sentia e pagava o preço.
O fator psicológico por trás da febre
O que o transformou em um fenômeno global não foi apenas a novidade. O Tamagotchi tocava em algo mais profundo: a ideia de cuidar de algo frágil e dependente.
Isso ativava mecanismos emocionais reais, mesmo em um contexto digital.
- Responsabilidade emocional: A possibilidade do bichinho “morrer” criava um senso de urgência real;
- Ciclo de recompensas: Alimentar e brincar traziam resultados visíveis — felicidade, evolução, sobrevida;
- Pertencimento: Nos anos 90, quem não tinha um Tamagotchi se sentia de fora. Era um item social.
As escolas chegaram a banir o brinquedo por causa da distração. Mas isso só reforçava sua importância. Era comum ver crianças pedindo para amigos cuidarem de seus pets durante a aula. Um tipo primitivo de rede de apoio digital.
Como o Tamagotchi funcionava?
A “mágica” era baseada em lógica simples. O dispositivo monitorava variáveis como fome, felicidade, disciplina e idade. Cada interação do usuário afetava esses indicadores. Deixar o pet sem atenção levava à deterioração.

Cuidar bem, por outro lado, podia gerar criaturas diferentes na fase adulta, dependendo do desempenho. Havia um toque de aleatoriedade que incentivava a repetição.
Tudo era mostrado por meio de gráficos mínimos e bipes sonoros agudos. Ainda assim, era o bastante para criar empatia. Era você quem projetava sentimentos naquele pixel com olhinhos.
Mais que moda passageira
O Tamagotchi sumiu do radar por um tempo, mas seu impacto foi duradouro.
Ele serviu como protótipo para os pets virtuais modernos, desde Nintendogs aos aplicativos mobile atuais. Também pavimentou o caminho para a gamificação de tarefas, como vemos hoje em apps de saúde e produtividade.
O Tamagotchi foi mais que um brinquedo; foi um marco. Mostrou que, com a combinação certa de tecnologia simples e apelo emocional, dá para capturar a atenção — e o coração — de milhões.
E tudo isso sem Wi-Fi, sem touch screen, sem atualizações. Só um ovo digital e um apito irritante que, de algum jeito, fazia você se importar.
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