Sua banda favorita é uma IA? Descubra como diferenciar músicas criadas por bots

A banda The Velvet Sundown, que alcançou quase 1 milhão de ouvintes no Spotify em um mês, chamou a atenção pela desconfiança de ser um grupo criado por inteligência artificial. O caso chama a atenção pela dificuldade de identificar quando uma música é feita através de uma ferramenta de IA, processo que pode ser desafiador em muitos casos. 

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Ao contrário de imagens, as características técnicas de áudios produzidos por IA são mais avançadas e difíceis de detectar sem depender de alguns recursos especiais.

No caso do The Velvet Sundown, comentários publicados em redes sociais destacam detalhes que podem sugerir o uso de IA, principalmente nas imagens dos álbuns e dos integrantes.

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Porém, em relação às músicas, poucas evidências que comprovem o uso da tecnologia durante a produção foram levantadas pelos ouvintes.

O especialista em IA e professor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Cleber Zanchettin, explica que, para uma pessoa leiga, identificar músicas e áudios feitos por IA é um desafio ainda mais complexo. Isso porque, com os novos modelos de IA, os erros em produções musicais sintéticas são quase “microscópicos“.

“É parecido com um filtro leve de rede social que as pessoas usam para fotos e vídeos. Pode passar imperceptível a uma pessoa leiga. Nesses casos, uma análise minuciosa e técnica pode revelar se a produção foi feita a partir de inteligência artificial”, explica Zanhettin. 

Há diferença para identificar imagens e músicas feitas por IA?

No caso de imagens e vídeos, Zanchettin aponta que alguns detalhes visuais ainda são perceptíveis, como atrasos na fala, falhas em expressões visuais e imperfeições nos detalhes de pele e espaço.

Algumas “fotos” de pessoas geradas por IA também trazem inconsistências nas mãos e pés, com personagens que têm mais ou menos dedos. 

Já no caso de músicas, o desafio é maior devido aos últimos anos de automatização e digitalização das gravações. Esse fator fez com que ouvintes se acostumassem com um som mais “sintético” em diversos gêneros musicais.

Afinal, ainda é possível identificar?

Diretor do Centro de Excelência em Inteligência Artificial (CEIA) da Universidade Federal de Goiás (UFG), Arlindo Galvão aponta que, por estarmos em um momento de transformação da produção de conteúdo por IA, ainda é possível identificar algumas características.

“Se o conteúdo foi gerado através de um comando pouco elaborado, é possível perceber nuances como falta de compasso, letras pouco elaboradas e falta de dinamismo”, elenca Galvão.

O professor da UFPE adiciona que detalhes como alterações na respiração e falta de transições entre tons agudos e graves, tanto em músicas quanto em áudios e vídeos, são outros elementos que podem ser notados.

No entanto, ambos os especialistas ressaltam que, com os novos formatos e atualizações dos modelos de inteligência artificial, vai ficar cada vez mais complexo identificar produtos de imagem e audiovisual gerados por IAs.

Contudo, empresas como o Google trabalham em projetos para criar “marcas d’água” em sons gerados por IA para identificar a origem das mídias, como é o caso do SynthID, que já é aplicado no Veo 3.

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