Satélite climático apoiado por Bezos e Google falha no espaço após 1 ano
Um dos satélites mais avançados para rastrear emissões nocivas de gases de efeito estufa simplesmente morreu no espaço. O MethaneSAT, como foi chamado, foi construído e operado pela organização sem fins lucrativos Environmental Defense Fund (EDF) — e apoiado por gigantes como Google e Jeff Bezos (Amazon e Blue Origin) — e lançado em março de 2024 como parte da missão Transporter-10, operada pela SpaceX, de Elon Musk.
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O sistema foi projetado para medir as emissões de metano em regiões produtoras de petróleo e gás em todo o mundo. Contudo, após um ano coletando esses dados climáticos, o satélite já não está mais operacional. A gestão da missão perdeu o contato com o satélite.
“Na sexta-feira, 20 de junho, as operações da missão MethaneSAT perderam contato com o satélite. Após buscarmos todas as opções para restaurar as comunicações, soubemos esta manhã que o satélite perdeu energia e que provavelmente não será recuperável. Embora esta seja uma notícia difícil, não é o fim do esforço geral do MethaneSAT, nem do nosso trabalho para reduzir as emissões de metano”, disse a EDF em comunicado na terça-feira (1º).
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O MethaneSAT foi projetado para preencher lacunas, ou seja, detectar e medir emissões de metano com precisão, incluindo emissões que antes não eram rastreáveis, a fim de auxiliar os formuladores de políticas a verificar de forma independente os relatórios de emissões da indústria, em busca de maior transparência para reguladores, investidores e ainda o público.
A EDF lista dez parceiros na missão, responsáveis por dar vida ao satélite de US$ 88 milhões, incluindo a BAE Systems, a Universidade Harvard, a Agência Espacial da Nova Zelândia, o Fundo Bezos Earth, o Google e outros. Embora o MethaneSAT esteja fora de serviço, os operadores ainda querem transformar dados coletados em resultados práticos.
“A equipe de engenharia está conduzindo uma investigação completa sobre a perda de comunicação. Espera-se que isso leve algum tempo. Compartilharemos o que descobrirmos”, promete a EDF.
“Continuaremos processando os dados que recuperamos do satélite e divulgaremos cenas adicionais de emissões em escala regional da produção global de petróleo e gás nos próximos meses”, completam.
O metano
O metano é um dos gases de efeito estufa mais potentes e suas moléculas absorvem a radiação infravermelha com muita eficiência, retendo de 20 a 30 vezes mais calor na atmosfera terrestre em comparação com o dióxido de carbono. A produção de combustíveis fósseis e os resíduos industriais estão entre os maiores emissores de metano para a atmosfera relacionados à atividade humana.
Esse metano paira na troposfera terrestre — a camada mais baixa da atmosfera terrestre, que varia de cerca de 7 a 17 quilômetros de altitude, dependendo da latitude — como uma faixa quente ao redor de todo o planeta.
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