Rússia emite resposta dura às ameaças de sanções de Trump

A tensão entre Estados Unidos e Rússia voltou a ganhar destaque com as declarações mais recentes do presidente Donald Trump sobre a guerra na Ucrânia. Nos últimos meses, Washington tem adotado uma postura cada vez mais dura em relação a Moscou, alternando entre advertências e tentativas de pressão econômica para forçar um acordo de paz.

Trump, que completou 79 anos, voltou a falar sobre o assunto após um bombardeio aéreo na Ucrânia que resultou na morte de quatro pessoas. Ao ser questionado por jornalistas, afirmou estar “muito insatisfeito com toda a situação” e garantiu que está preparado para adotar medidas mais severas. Quando perguntado sobre a possibilidade de avançar para uma “segunda fase” de sanções contra a Rússia, respondeu: “Sim, estou.”

As declarações seguem a linha traçada pelo secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent. Em entrevista ao programa Meet the Press, da NBC News, ele afirmou que sanções adicionais, aplicadas em conjunto com parceiros europeus, poderiam obrigar o presidente Vladimir Putin a negociar. Segundo Bessent, “se a União Europeia aumentar suas sanções contra a Rússia, a economia do país entrará em colapso total, e isso levará o presidente Putin à mesa de negociações”.

O Kremlin, por sua vez, respondeu às ameaças com firmeza. De acordo com a emissora Sky News, autoridades russas acusaram Ucrânia e países europeus de tentarem arrastar os Estados Unidos ainda mais para dentro do conflito. O governo de Moscou destacou que nenhuma medida de sanção será capaz de mudar a posição “consistente” de Putin, já repetida em várias ocasiões.

Enquanto isso, líderes europeus reafirmaram apoio à Ucrânia. O presidente da França, Emmanuel Macron, declarou que 26 aliados internacionais já se comprometeram a enviar tropas “por terra, mar ou ar” para garantir a segurança do país após a assinatura de um cessar-fogo. Ele destacou, no entanto, que a iniciativa não representa uma intenção de declarar guerra contra a Rússia, mas sim uma forma de dissuadir qualquer nova ofensiva.

A resposta de Putin não demorou. O líder russo advertiu que qualquer presença internacional em território ucraniano, especialmente durante operações militares, será tratada como “alvo legítimo”. Em suas palavras: “Se quaisquer tropas aparecerem ali, especialmente agora, durante operações militares, consideraremos que são alvos legítimos para destruição. E, se forem tomadas decisões que conduzam à paz, à paz duradoura, não vejo qualquer sentido na presença delas no território da Ucrânia, ponto final.”

O cenário mostra um impasse delicado, com ameaças e promessas de medidas cada vez mais rígidas, ao mesmo tempo em que países aliados tentam se equilibrar entre apoiar Kiev e evitar uma escalada direta contra Moscou.

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