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Review Ghost of Yōtei | Retorno triunfante e cinematográfico ao Japão Feudal

Uma árvore em chamas; uma loba; raposas, demônios e dragões; uma mercenária em busca de vingança pela morte de sua família. Parece roteiro de um filme de ação pipoca que qualquer pai de meia-idade adoraria, mas é o plot de Ghost of Yōtei, sequência da surpresa Ghost of Tsushima, desenvolvido pela Sucker Punch Productions e publicado pela Sony em 2020.

Mas não ache que isso é um defeito — parte do que deixa o jogo de ação e aventura em terceira pessoa irresistível é a breguice com que a franquia leva seus temas. Ghost of Yōtei é, sem dúvida, mais sombrio e sério do que seu antecessor, mas mantém a macarrônica história de vingança com uma pitada de humor, momentos cinematográficos e muita, muita carnificina.

Embora não escape de alguns deslizes, o título, que tem estreia marcada para outubro, entende muito bem o que o primeiro jogo da série “Ghost” fazia de bom e condensa a experiência em uma aventura um pouco mais linear, muito mais bela e extremamente mais cinematográfica. Para completar, a equipe da Sucker Punch ainda aproveitou os recursos do DualSense melhor do que qualquer outro game.


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Prós:

  • Gráficos de tirar o fôlego
  • Jogabilidade divertida e variada
  • Bom uso dos recursos do DualSense
  • Variedade de atividades
  • Cinemático na medida certa

Contras:

  • Posicionamento estranho do tutorial
  • História um pouco chiclê

Ghost of Yōtei e o fantasma de Tsushima

O Japão feudal é onipresente na cultura pop — desde os clássicos cult de Akira Kurosawa e dos animes como Samurai X e Samurai Champloo a filmes como O Último Samurai, o tema sempre atraiu público e angariou fãs. Nesse momento, no entanto, estamos numa alta de ronins, ninjas e samurais: desde quando Ghost of Tsushima foi lançado, vimos grandes produções como a série Shogun e jogos como Trek to Yomi, Rise of the Ronin e Assassin’s Creed: Shadows.

Ghost of Yōtei começa extremamente cinematográfico, com cenas de tirar o fôlego — e fazer você não saber distinguir gameplay de cinemática (Imagem: Sucker Punch/Sony Interactive
Ghost of Yōtei começa extremamente cinematográfico, com cenas de tirar o fôlego — e fazer você não saber distinguir gameplay de cinemática (Imagem: Imagem: Captura de Tela/Lillian Sibila)

Com tudo isso, é natural que acabemos comparando o que cada um faz de melhor ao tratar do tema: o próprio Assassin’s Creed Shadows teve que lutar para fazer algo novo após o que Ghost of Tsushima havia feito. É seguro dizer que cada jogo tem seu nicho, e, por mais que sejam parecidos, a franquia da Ubisoft tem seu foco na furtividade e exploração histórica, enquanto Ghost of Yōtei é mais focado na ação.

Por falar nisso, Ghost of Yōtei é quase uma sequência espiritual de Ghost of Tsushima, já que não traz nenhum personagem do primeiro jogo, e se passa 329 anos depois, em outra ilha: Ezo, atual Hokkaido. Seguimos a história de Atsu, uma mercenária que volta à sombra do monte Yōtei, onde nasceu, para vingar a família, assassinada por Lorde Saito 16 anos atrás. Ao invés de invasores da Mongólia, agora o foco são as brigas feudais japonesas.

O contexto histórico não é o principal, apesar de ser interessante: as armas de fogo são mais presentes, fazendo parte do gameplay, e a própria Atsu comenta ter lutado na Batalha de Sekigahara, momento chave da história do Japão. Tudo isso é secundário, mas dá um gostinho imersivo na aventura, assim como os impressionantes visuais do game.

Ghost of Yōtei é lindo, evocando o mesmo tipo de reação de quando vimos Horizon: Forbidden West rodando no PlayStation 5. Das árvores e montanhas aos animais, efeitos do clima e pessoas, tudo é muito bonito e pede também um pouco de contemplação, especialmente quando mudamos de um ambiente para outro — cada região tem sua própria identidade, e é menos aberta do que em Ghost of Tsushima, o que achei positivo.

Uma nova jogabilidade

Podemos dizer que a Sucker Punch soube trabalhar com o que tinha em mãos, já que o gameplay foi expandido. Ao invés das posturas, agora temos novas armas, como katanas duplas, odachi (uma espada enorme), yari (um tipo de lança), tanegashima (um tipo de mosquete) e até kusarigama, uma foice com corrente bastante única ao Japão. Com isso, é difícil ficar entediado durante o combate, embora possa demorar um pouco para adquirir todas elas.

Jogar fumaça na cara dos inimigos como distração é algo que Jin Sakai nunca faria — e é gosto brincar de cravar espadas e lanças no cenário, acima de tudo (Imagem: Sucker Punch/Sony Interactive)
Jogar fumaça na cara dos inimigos como distração é algo que Jin Sakai nunca faria — e é gosto brincar de cravar espadas e lanças no cenário, acima de tudo (Imagem: Captura de Tela/Lillian Sibila)

Um aspecto muito interessante é a integração da ambientação com a jogabilidade: Jin Sakai, o protagonista do primeiro game, era um samurai que hesitava em usar táticas ninjas e desonestidade no campo de batalha, mas Atsu é bem diferente, e joga fumaça nos olhos dos inimigos sem pestanejar, bom como atira armas derrubadas para matá-los rápido. Ela não se importa com honra e joga sujo, algo que Jin nunca faria.

As outras atividades também são bastante variadas e interessantes: desde o início, já começamos usando o DualSense para escrever kanji e fazer pinturas sumi-e, tocar shamisen, forjar espadas e acender fogueiras, usos muito criativos da tecnologia da Sony e, francamente, o melhor que vi até agora. Até mesmo cozinhar alimentos na fogueira é um minigame interessante.

O vento como guia voltou, lembrança bem forte de que estamos jogando uma sequência de Ghost of Tsushima. As conexões entre o passado e o presente ajudam o jogador a aprender ou reaprender o que já sabia do primeiro jogo, com Ghost of Yōtei mostrando a que veio desde o começo: já pulando para a ação, o game mostra como brilha nos momentos cinematográficos, e correr com o cavalo pelos campos de flores brancas faz você se sentir no cinema samurai.

Falando nisso, o Modo Kurosawa, em preto-e-branco, retornou, com mais algumas surpresas nas opções de jogabilidade, mostrando como a equipe é apaixonada pelo cinema japonês. Em muitos momentos, você se sente em um faroeste, com até mesmo trilha sonora e referências visuais a clássicos de bangue-bangue. Há pouca comicidade, no entanto, e mais voltada a fazer piadas com o cavalo de Atsu. É um bom alívio cômico, mas bastante raro.

O que pode melhorar?

Ghost of Yōtei gosta de brincar com as expectativas dos jogadores e coloca surpresas em atividades que retornaram de Tsushima, mas nem tudo são sakuras — digo, flores — na sequência. Embora os veteranos do primeiro game provavelmente consigam pular no combate sem refrescar a memória, o posicionamento do tutorial é um pouco esquisito: mergulhamos em como o combate funciona depois da primeira meia hora de jogo, após já enfrentar um chefe (e apanhar um bom bocado dele).

Algo que não dá para ser tirado de Ghost of Yōtei é sua beleza — ô jogo bonito da peste! (Sucker Punch/Sony Interactive)
Algo que não dá para ser tirado de Ghost of Yōtei é sua beleza — ô jogo bonito da peste! (Imagem: Captura de Tela/Lillian Sibila)

Do ponto de vista narrativo, faz sentido a quebra, mas pode ser frustrante para quem está caindo de paraquedas na franquia. Falando em narrativa, em muitos momentos sentimos que é a 300ª vez que jogamos essa história: mais uma vez, a vingança por uma família assassinada e o peso disso para uma protagonista. Qualquer semelhança com Samurai de Olhos Azuis não é mera coincidência.

Ghost of Yōtei vale a pena?

Em suma, a Sucker Punch fez a lição de casa e trouxe mais do que deixava Ghost of Tsushima interessante, com belezas naturais, combate empolgante e uma pitada extra de atividades, não deixando o jogador respirar entre um ponto e outro do mapa. O jogo talvez não agrade apenas os que querem um mundo aberto extremamente livre, já que, apesar de poder andar e seguir a ordem de alvos como quiser, há algumas paredes invisíveis e você não pode, no fim das contas, ir para todos os lugares que vê à distância.

Imagem do review de Ghost of Yotei
Ghost of Yotei (Captura de Tela/Lillian Sibila)
Imagem do review de Ghost of Yotei
Ghost of Yotei (Captura de Tela/Lillian Sibila)
Imagem do review de Ghost of Yotei
Ghost of Yotei (Captura de Tela/Lillian Sibila)
Imagem do review de Ghost of Yotei
Ghost of Yotei (Captura de Tela/Lillian Sibila)
Imagem do review de Ghost of Yotei
Ghost of Yotei (Captura de Tela/Lillian Sibila)
Imagem do review de Ghost of Yotei
Ghost of Yotei (Captura de Tela/Lillian Sibila)

Quem espera uma aventura clássica de ronin e uma bela sequência de golpes de espada, odachis, yaris e arco-e-flecha num cenário cheio de flores de cerejeira e breguice, vai ter um prato cheio em Ghost of Yōtei, com algumas surpresas extras pelo caminho. Forje sua espada e prove aos seus inimigos que Atsu não está para brincadeira.

Ghost of Yōtei tem lançamento agendado para 2 de outubro de 2025, exclusivamente no PlayStation 5.

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augustopjulio

Sou Augusto de Paula Júlio, idealizador do Tenis Portal, Tech Next Portal e do Curiosidades Online, tenista nas horas vagas, escritor amador e empreendedor digital. Mais informações em: https://www.augustojulio.com.