Quanto custaria X-Men #1 lançado no Brasil, com a inflação?
Por muitas décadas, os X-Men foram a equipe mais popular da Marvel Comics e apresentaram diversas histórias grandiosas aos leitores. Aqui no Brasil isso não foi diferente, com os mutantes protagonizando as melhores HQs que muitos leram durante sua infância ou juventude dos anos 1980 em diante.
Seja com Saga da Fênix Negra (1980), Era do Apocalipse (1995), Deus Ama, o Homem Mata (1982) e Dias de um Futuro Esquecido (1981), foram muitas aventuras icônicas que marcaram toda uma geração e criou uma base de fãs que se estende por todo o planeta.
Foram HQs que estabeleceram os X-Men e a Marvel Comics entre os grandes, criando uma relação única com seus leitores. Porém, todos sabem que ler qualquer publicação da equipe hoje em dia está caro. Com cada volume sendo vendido atualmente de R$ 15 a R$ 20, este montante não sai nada barato para quem deseja ler o arco completo dos mutantes.
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Porém, se você pensa que hoje há mais facilidades do que nos “bons tempos”, pode tirar o seu Lockheed da chuva. X-Men #1, publicada no Brasil em 1988, não era tão cara para a sua época e poderia ser ainda mais barata se fosse lançada no nosso país hoje — com seu preço corrigido pela inflação. Será que o icônico gibi não pesaria no bolso por tudo que ele oferece?

Lançamento de X-Men #1
Com a entrada da Editora Abril no universo das HQs, não demorou muito para vir ao Brasil um dos maiores carros-chefes da Marvel Comics: X-Men. Com Ciclope, Vampira, Wolverine, Tempestade, Noturno, Colossus e Kitty Pride na capa, a promessa era trazer o grande sucesso que eles faziam lá fora para o nosso território.
O roteiro era escrito por uma das maiores lendas da Marvel, Chris Claremont e a arte foi produzida por outro grande nome: John Romita Jr. Na trama, Logan retorna ao Japão para reencontrar Mariko, enquanto Ciclope e Madelyne Prior enfrentam uma grande ameaça durante a sua lua-de-mel.
Além disso, a edição contava com a história Livrai-nos do mal – com a presença do núcleo místico da Marvel, como o Doutor Estranho, Blade e até o Drácula; assim como Quem ama não mata! – que tem a presença do Homem de Ferro, Gavião Arqueira, Harpia e outros grandes super-heróis.
X-Men #1 da Editora Abril foi responsável por abrir o caminho para as demais HQs dos mutantes e criar um território receptivo para as outras edições. Ela não foi responsável por uma paixão instantânea, mas foi um excelente primeiro passo da Marvel e da Abril para os fãs da mídia em nosso país.
Se nos Estados Unidos a edição foi lançada por US$ 0,60 nas bancas e livrarias, aqui no Brasil o seu preço era de Cz$ 260. Levando em consideração que, em novembro de 1988, o salário mínimo do trabalhador era de Cz$ 30.800, o valor não pode ser considerado tão pesado — já que uma pessoa conseguiria comprar ao menos 118 edições com o pagamento.
Em termos equivalentes, é como se uma HQ hoje custasse R$ 12. Isso não está tão distante de nossa realidade, funcionando como um bom parâmetro para compreendermos a diferença entre as gerações. Mesmo sendo mais caro do que isso, temos de levar em consideração a valorização do papel, taxas, impostos, transporte e outros fatores que influenciam no preço final.

Quanto custaria X-Men #1 em 2025?
Caso a Editora Abril e a Marvel Comics lançassem a clássica X-Men #1 no Brasil em 2025, com o valor corrigido pela inflação, veríamos esta HQ nas bancas e livrarias por R$ 7,29 — de acordo com o IPCA do IBGE empregado na calculadora do Banco Central (BACEN).
É importante levar em consideração a forma como estas tramas chegavam. Na época, essas HQs eram publicadas como “formatinho” (igual os gibis convencionais que vemos de MIckey, Turma da Mônica etc.) e carregavam um conjunto de histórias que podiam ou não estarem relacionadas com os super-heróis da capa. Ou seja, você comprava o X-Men, mas vinham outras histórias de super-heróis dentro do pacote.
Com 65 páginas, você tinha capítulos do que queria ler, mas podiam vir outros de revistas que não gosta tanto ou não sente proximidade. Pelo valor de R$ 7,29 que teria hoje em dia, não seria algo tão ruim assim e chegaria até a se apresentar como acessível para uma nova geração de fãs.

No entanto, isso não significa que as HQs hoje em dia, publicadas pela Editora Panini, estão com um preço muito mais elevado. Elas replicam o que é visto nos Estados Unidos, com revistas próprias e que contam a história daquilo que você está pagando para ler — ou seja, se você compra um Wolverine #1, terá 56 páginas apenas de sua história.
Se em 1988, o salário mínimo seria capaz de comprar 118 edições deste gibi, hoje o salto seria para 208 — o que faria muitos fãs felizes, principalmente os que poderiam gastar tudo isso com histórias em quadrinhos. Os “bons tempos” podiam ser excelentes, mas o bolso de hoje conseguiria trazer ainda mais alegria.
Vale também notar que a famosa X-Men #1 da Editora Abril sequer concorreria direto contra os serviços de leitura online de quadrinhos, como o Marvel Unlimited — que entrega conteúdo exclusivamente em inglês e, apesar de ter um valor que cabe no bolso (R$ 31,90 mensais), continua sendo alto para acompanhar apenas uma ou duas histórias.
Desta forma, podemos ressaltar que pelo conteúdo que ela entrega, continuaria sim muito barato no bolso do brasileiro — ainda que não seja tão distante assim do que vemos no material mais recente da Marvel, DC e das demais publicações que chegam ao nosso país.
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