Quanto custaria um Nintendo 64 hoje, com a inflação?
Após o estrondoso sucesso do NES, Super Nintendo e até do Game Boy, a Big N estava pronta para entrar em uma nova geração de consoles. Já não havia tempo a perder, já que nos anos 1990 eles perderam a parceria com a Sony e viram o lançamento do PS1 em 1994 — algo que abalou a indústria gaming para sempre.
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Como resposta ao PlayStation e ao SEGA Saturn, a Big N decidiu trazer em 1996 um videogame que prometia ser uma revolução em seus jogos: o Nintendo 64. Seria a primeira vez que muitos teriam o contato com franquias clássicas como Super Mario Bros., The Legend of Zelda e muitos outros em visual 3D, algo que por si só chamava muito a atenção.
Esta revolução visual e de desempenho foi lançada por US$ 199 nos Estados Unidos, mas será que o console 64-bits, se chegasse em 2025 com o preço corrigido pela inflação, se sustentaria? Não precisa imaginar, já que o Canaltech conta para você quanto custaria o Nintendo 64 hoje em dia no Brasil e que opções teria em mãos para compará-lo.
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Lançamento do Nintendo 64
O Nintendo 64 chegou ao mercado em 1996, tornando-se um grande sucesso já em seu lançamento. Mesmo com o PS1 e o SEGA Saturn presentes no mercado e com excelentes jogos, a Big N foi mais esperta e usou uma estratégia que permitiu se sobressair: além do hype criado pelo novo sistema e por jogos como Super Mario 64, o preço de US$ 199 era menor do que o visto na concorrência.

Ou seja, o videogame recém-lançado e com alto desempenho era vendido por menos do que seus rivais — que já estavam há dois anos nas prateleiras. Muitos pularam para ele direto, sem pensar duas vezes, o que levou a Sony e a SEGA a ter de reduzir seus preços para atender às expectativas do público.
A campanha de marketing teve um papel essencial na estreia do Nintendo 64. Enquanto PlayStation e Saturn miravam em jovens e adultos, a Nintendo se direcionou para crianças, pré-adolescentes e jovens — que preenchiam, de fato, o público gamer daquela época. Hoje sabemos que os games são feitos para todas as idades, mas nos anos 1990? Era “coisa de criança” e a Nintendo aproveitou isso em proveito próprio.
Nos EUA, ele chegou com dois jogos que representaram uma grande mudança do que era visto do SNES. Pilotwings 64, que tinha gráficos 3D sem a necessidade de usar o chip Super FX, e Super Mario 64, que elevou o conceito de jogos de plataforma e se tornou um clássico instantâneo. Bastou isso para que a popularidade do Nintendo 64 explodisse.
Outro ponto de destaque é sua personalização. O PS1 era vendido apenas na cor cinza, enquanto o SEGA Saturn chegou apenas na cor preta. Mesmo com o N64 chegando inicialmente na cor cinza, posteriormente a Nintendo trouxe diversas cores e permitiu que os usuários adquirissem aquele que mais se adequava ao seu setup ou preferências.
E não apenas isso: o Nintendo 64 nas cores verde, laranja, azul, roxo, vermelho e diversos outras tinham um design que marcou os anos 1990 com aspecto translúcido — assim como alguns modelos de Game Boy. Era possível ver os componentes internos, o que chamava bastante a atenção do público e deixa saudades até os dias atuais.
E isso não se resumia apenas às questões estéticas, financeiras e de hardware. Um videogame só é algo a se considerar quando traz experiências marcantes em conjunto, com Super Mario 64 sendo apenas uma porta que se abriu para outros jogos que também marcaram toda uma geração.

Falar de jogos do Nintendo 64 sem mencionar o imortal 007 GoldenEye, Diddy Kong Racing, Jet Force Gemini, Conker’s Bad Fur Day, Banjo-Kazooie, Mario Party, Pokémon Stadium e diversos outros que conquistaram milhões de fãs ao redor do mundo. Eles fizeram um grande sucesso e moldaram a indústria gaming da forma como a conhecemos hoje em dia.
Porém, um deles se destaca dos demais e trouxe a chamada “experiência definitiva”: The Legend of Zelda Ocarina of Time. Considerado por muitos o melhor jogo já lançado na história e o único a alcançar nota 99 no Metacritic, nele vemos o ápice da Big N com Link viajando pelo tempo enquanto tenta impedir um grande mal de tomar toda Hyrule.
Mesmo passando por uma recessão no Japão e vários desafios (ou você acha que foi simples encarar o PlayStation com Tomb Raider, Final Fantasy VII e outros?), no fim de sua vida útil o N64 tinha vendido 32,93 milhões de unidades em todo o planeta — uma marca baixa, diga-se de passagem. Ele só vendeu mais que o Wii U quando comparamos os consoles de mesa.
No Brasil, o Nintendo 64 foi distribuído pela Playtronic no fim de 1996 pelo preço de R$ 680 — com a possibilidade dos jogadores parcelarem o valor em até 2 vezes. Com o trabalhador recebendo um salário mínimo de R$ 112, isso representava cerca de 6 vezes o valor de seu pagamento, o que é um valor considerado alto hoje em dia.

Em nosso país, ele chegou com os jogos Super Mario 64, Star Wars: Shadows of the Empire, Cruisin’ USA, Pilotwings 64 e Mortal Kombat Trilogy. Cada um deles era vendido por R$ 109,90 (o que era quase o valor de um salário mínimo, para lembrar de que os jogos sempre foram caros — ao menos oficialmente, lógico).
Quanto custaria um Nintendo 64 hoje em dia?
Mesmo lançado por um preço mais em conta nos EUA, o Nintendo 64 chegou ao Brasil R$ 30 mais caro que o PlayStation. Levando em consideração que seus cartuchos também tinham um preço elevado — ou seja, nada de três jogos por R$ 10 —, isso também dificultava o acesso do público às suas principais experiências.
Usando o índice IPCA do Banco Central (BACEN), o Nintendo 64 custaria R$ 3.700,67 no Brasil hoje em dia. Um valor altíssimo, diga-se de passagem. Se a pessoa juntar um pouco mais do dinheiro cobrado por ele, poderia facilmente comprar um Switch 2 recém-lançado (sem cupons ou promoções).
Os jogos também não seriam nada baratos. Cada fita custaria R$ 686,83 com o valor corrigido pela inflação — o que é um preço bem mais caro do que os vistos nos jogos de Switch 2 e no recente aumento de preços da PlayStation Store para os jogos de PS4 e PS5.
Inclusive, os jogadores poderiam contar com os principais jogos do Nintendo 64 através do Switch Online + Pacote de Expansão — que traz mais de 30 títulos inclusos no pacote. Para termos comparativos, um Switch Lite com a assinatura pode sair por até R$ 1.200. Já o console com estes 30 games com o preço corrigido pela inflação em 2025 custaria mais de R$ 24 mil. Temos de concordar que não há dúvidas do que seria melhor.

Mesmo que seja um videogame histórico e que tenha marcado a vida de milhões de fãs, o preço do Nintendo 64 atualmente não compensaria de forma alguma ao consumidor. Além de poder recorrer ao Nintendo Switch Online, também há opções via emuladores — que já recriam as experiências vistas no antigo console com qualidade e com custos relativamente menores.
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