Quanto custaria um gibi do Recruta Zero de 1962 atualmente, com a inflação?
O mercado de HQs e gibis no Brasil não seria nada sem alguns grandes ícones nas bancas de jornais, como a Turma da Mônica e o Recruta Zero. Criado em 1950 nos Estados Unidos por Mort Walker, o preguiçoso soldado fez um estrondoso sucesso por todo o planeta e virou um grande ícone entre as publicações.
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Ainda que o personagem tenha aparecido em nosso país como Recruta 23 alguns anos depois do seu lançamento nos EUA, as suas publicações próprias só começaram a surgir a partir de 1962 — através da Rio Gráfica e Editora (RGE). Mesmo com a tentativa anterior, apenas essa impulsionou a presença do personagem no território brasileiro.
Não demorou muito para que o Recruta Zero, além dos gibis, também marcasse presença de forma pontual nos diversos jornais do Brasil. Suas tirinhas foram vistas nas edições d’O Estado de São Paulo, O Globo, Zera Hora e Diário do Pernambuco por muitos anos, o que foi responsável por aumentar ainda mais sua popularidade.
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De acordo com registros históricos, as primeiras edições do icônico personagem eram vendidas no Brasil por Cr$ 20 e seguiram com muitas alterações de valor com o passar dos anos — principalmente quando chegamos ao ano de 1994, quando ocorreu a mudança para o Plano Real. Porém, você sabe quanto custaria os gibis do Recruta Zero de 1962 hoje, com o valor corrigido pela inflação? Confira conosco abaixo:

A origem do Recruta Zero
Inicialmente, o famoso Beetle Bailey foi concebido por Mort Walker como um universitário folgado e preguiçoso. Porém, elas não eram consideradas engraçadas pelo público e sua popularidade era terrível (para não falar desastrosa), com um risco iminente de ser cancelado antes mesmo de completar um ano.
Com os Estados Unidos passando por uma onda nacionalista por causa da Guerra da Coreia, Walker decidiu mudar a direção das suas tirinhas e alistou Beetle no exército americano. A partir deste ponto, vimos o Recruta Zero chegando ao Camp Swampy e tentando ser o menos ativo possível dentro do quartel.
E esta alteração causou uma verdadeira comoção no público, com mais de 100 jornais disputando para publicar suas tirinhas. Ele se tornou uma febre tão grande que alguns deles continuam publicando as histórias até os dias atuais — mesmo com os gibis e o formato digital existindo e mantendo a entrega da sua jornada para os mais novos.

O autor sempre apontou que o Recruta Zero não representava tirinhas militares, mas sim de humor e ocasionalmente tinha sua ambientação em um quartel. Algumas revistas proibiram a sua publicação por não entender essa diferença, principalmente durante a Guerra da Coreia e a Guerra do Vietnã. Nestes períodos, os militares viam a história como uma afronta, porém a sua opinião mudou com o passar dos anos.
Quanto custaria o gibi do Recruta Zero em 2025?
Caso a RGE ainda estivesse em atividades (ela encerrou em 1986) e publicasse o gibi do Recruta Zero em 2025, com o valor corrigido pela inflação, veríamos as suas tirinhas chegando pelo preço de R$ 3,56 com um índice de correção de 488.860.979.687.980,73141 e um valor percentual de 48.886.097.968.797.973% pelo índice IGP-DI na calculadora do Banco Central (BACEN).
É um valor extremamente barato, o que seria muito mais atrativo do que os gibis mais recentes da Turma da Mônica (vendidos por R$ 7,90) ou as edições da Disney (vendidas a partir de R$ 14,90, dependendo do formato). Nem mesmo as HQs mensais da DC Comics e da Marvel saem tão baratas assim, com um preço variando entre R$ 15 e R$ 20.
Porém, deve-se levar diversos fatores em consideração. Ainda que os valores de Recruta Zero estejam ajustados pela inflação, a calculadora do BACEN não leva em conta como os custos aumentaram em relação aos fatores extras, como é o caso do preço do papel, transporte e distribuição. Logo, mesmo que seja assustadoramente baixo, não significa que ele seria aplicado exatamente deste modo.
Isso também se reflete em relação ao salário mínimo de cada época. Em 1962, víamos o pagamento de Cr$ 12.400 no Brasil — o que indicava que dava para comprar até 620 edições por mês. Já pelo valor de R$ 3,56 em 2025, isso representaria 426 edições com o salário mínimo de R$ 1.518.
Ou seja, é possível falar que ele até compensaria “menos” hoje em dia do que em seu lançamento nos anos 1960, mesmo com o seu preço continuando muito baixo. Porém, pelo conteúdo que você veria do Recruta Zero e as risadas que surgiriam, ele continuaria valendo a pena e seria altamente recomendado pelo valor corrigido pela inflação.
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