Aqui você encontra as informações mais interessantes e surpreendentes do mundo

Aqui você encontra as informações mais interessantes e surpreendentes do mundo

Curiosidades

Quais sons os dinossauros faziam? Projeto recria rugidos de 70 milhões de anos; ouça

Há muito tempo, pesquisadores e entusiastas se perguntam como soavam os dinossauros. O rugido grave do Tyrannosaurus rex, popularizado em Jurassic Park (1993), entrou para o imaginário coletivo, mas não passa de criação de Hollywood

A verdade é que, até hoje, ninguém sabe ao certo que vozes esses animais emitiam. Isso porque o aparelho fonador – o conjunto de órgãos responsável pela emissão de sons – é formado principalmente por tecidos moles, mais difíceis de fossilizar.

Agora, um projeto interdisciplinar liderado por Courtney Brown, pesquisadora e professora da Southern Methodist University (EUA), tenta preencher essa lacuna combinando paleontologia, música e tecnologia.

O resultado é o Dinosaur Choir (“Coro dos Dinossauros”, em tradução livre) – um conjunto de instrumentos construídos a partir de crânios de dinossauros recriados em 3D, que permitem ouvir sons semelhantes aos que ecoavam no período Cretáceo (entre 145 milhões a 66 milhões de anos atrás).

Compartilhe essa matéria via:

O ponto de partida de Brown foram os hadrossauros, também chamados de “dinossauros de bico de pato”. Esses herbívoros viveram no fim do Cretáceo, entre 80 milhões e 70 milhões de anos atrás, e tinham como marca registrada as cristas ocas que se projetavam do crânio.

Continua após a publicidade

Essas estruturas estavam conectadas às vias nasais e provavelmente funcionavam como câmaras de ressonância, capazes de produzir sons graves usados em rituais de acasalamento, defesa ou comunicação em manadas.

Entre os hadrossauros, o Parasaurolophus tubicen se tornou o exemplo mais célebre. Em 1995, pesquisadores do Museu de História Natural do Novo México usaram um crânio fossilizado para simular seu possível chamado. O som obtido lembrava o ronco grave de uma buzina de navio – muito diferente dos rugidos de Hollywood.

Inspirada por esse experimento, Brown decidiu recriar a anatomia sonora de um parente próximo, o Corythosaurus, que viveu no que hoje é o Canadá há cerca de 75 milhões de anos. A partir de tomografias computadorizadas, ela imprimiu em 3D réplicas da crista e das passagens aéreas do animal.

Quando acopladas a uma laringe mecânica, essas estruturas funcionam como instrumentos de sopro: o ar reverbera nas cavidades cranianas e sai em forma de som, que pode variar de um sussurro a um rugido encorpado. 

Continua após a publicidade

O projeto ganhou novo impulso em 2021, quando Brown passou a colaborar com o designer Cezary Gajewski, da Universidade de Alberta, no Canadá. Juntos, enfrentaram o desafio de tornar os instrumentos interativos em plena pandemia, quando o contato físico precisava ser evitado.

A solução foi substituir o sopro por sensores capazes de captar vibrações da voz ou da respiração. Esses sinais são convertidos em impulsos elétricos, enviados a uma caixa vocal digital que reproduz o som por meio de alto-falantes.

Uma câmera rastreia o movimento da boca do usuário, interferindo na forma final do som. Na prática, a experiência dispensa o contato direto, mas mantém a sensação de “dar voz” ao dinossauro.

Confira como funciona no vídeo abaixo:

Continua após a publicidade

Além disso, o Dinosaur Choir ganhou uma versão digital. O software Dinosaur Choir, disponível online, simula uma siringe órgão vocal das aves a partir de modelos computacionais inspirados no canto de pombos e corvos.

As simulações feitas pelo projeto não partem apenas de especulação. Nos últimos anos, paleontólogos encontraram fósseis que revelam detalhes inéditos sobre como esses animais se comunicavam.

Em 2023, no deserto de Gobi, pesquisadores descobriram a primeira laringe fossilizada de dinossauro, pertencente ao Pinacosaurus grangeri, um anquilossauro encouraçado que viveu há cerca de 80 milhões de anos. A estrutura óssea era grande e móvel, comparável à de papagaios modernos – sinal de que o animal podia emitir vocalizações sofisticadas, semelhantes às das aves.

Continua após a publicidade

Pouco depois, em 2024, cientistas chineses anunciaram o fóssil de Pulaosaurus qinglong, datado de 160 milhões de anos. O achado revelou ossos da garganta raros, como os aritenoides, que indicam controle ativo da glote e capacidade de produzir sons modulados e repetitivos. Essa descoberta sugere que a comunicação vocal complexa surgiu muito antes do que se imaginava, ainda no Jurássico médio.

Esses avanços reforçam a hipótese de que os sons” dos dinossauros iam muito além dos rugidos graves. Havia espaço também para cantos agudos, vocalizações discretas e até infrassons, como fazem hoje elefantes e crocodilos.

Até agora, o foco do Dinosaur Choir tem sido o Corythosaurus. Mas o projeto deve avançar para outras espécies. O próximo alvo é o nodossauro, um herbívoro blindado que viveu há mais de 100 milhões e possuía passagens nasais em forma de espiral. A expectativa é que sua anatomia produza timbres bastante diferentes.

A pesquisadora também pretende disponibilizar os modelos para impressão 3D, democratizando a experiência, embora cada instrumento ainda seja caro de produzir.

Continua após a publicidade

O Dinosaur Choir já foi apresentado em festivais de música experimental, conferências acadêmicas e concursos de invenções.

No futuro, Brown e seus colaboradores sonham em reunir esses instrumentos em apresentações coletivas, talvez até em orquestras, onde os sons extintos de hadrossauros e nodossauros possam se misturar a tubas, saxofones e cordas. 

Publicidade

O que achou dessa notícia? Deixe um comentário abaixo e/ou compartilhe em suas redes sociais. Assim conseguiremos informar mais pessoas sobre as curiosidades do mundo!

Esta notícia foi originalmente publicada em:
Fonte original

augustopjulio

Sou Augusto de Paula Júlio, idealizador do Tenis Portal, Tech Next Portal e do Curiosidades Online, tenista nas horas vagas, escritor amador e empreendedor digital. Mais informações em: https://www.augustojulio.com.