Positivo aposta em IA embarcada e foca em inclusão digital no Brasil
A Positivo Tecnologia é frequentemente lembrada por seus computadores acessíveis, mas a atuação da empresa brasileira vai muito além disso. Hoje, ela desenvolve soluções em Inteligência Artificial, dispositivos de segurança, maquininhas de pagamento e plataformas educacionais com IA embarcada.
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Em entrevista ao Podcast Canaltech, o vice-presidente Leonardo Santos falou sobre essa transformação silenciosa e os desafios de inovar em hardware no Brasil.
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A história da Positivo começou no setor educacional, como fornecedora de tecnologia para alunos do Colégio Positivo, em Curitiba. Mas o foco em inclusão digital, especialmente para quem está à margem do acesso tecnológico, impulsionou o crescimento da companhia em diversas frentes.
“Nosso papel é esse: levar o que há de mais moderno, mas principalmente olhar para quem não tem acesso à tecnologia”, resume Santos.
Hoje, a empresa fabrica desde notebooks com NPUs (unidades de processamento neural) até servidores potentes usados por instituições como Petrobras e Banco do Brasil, em parceria com a Supermicro, referência global em infraestrutura para IA.
IA embarcada, do pagamento à sala de aula
O executivo destaca que a popularização da Inteligência Artificial abriu espaço para novas aplicações locais, e a Positivo tem investido em soluções que rodam os modelos diretamente nos dispositivos sem depender da nuvem.
“Nem toda empresa quer subir seus dados sensíveis para a nuvem. Muitas preferem rodar seus modelos de IA localmente, em suas infraestruturas”, explica.
Nos notebooks da marca, o uso de NPUs permite executar softwares de IA com mais eficiência e segurança. Já nas maquininhas inteligentes, a IA auxilia desde o controle de estoque até o atendimento ao consumidor. A empresa também lançou recentemente a assistente educacional Maria, voltada a apoiar o aprendizado com tecnologia generativa.
Tecnologia pensada para o Brasil e para além dele
A Positivo se orgulha de adaptar suas soluções à realidade brasileira, inclusive em regiões com baixa conectividade. “Criamos produtos que funcionam bem tanto em locais com muita internet quanto onde ela é instável ou inexistente”, diz o executivo.
A atuação internacional também foi ressignificada: após repensar parcerias com fabricantes estrangeiros, a Positivo comprou parte da Algar Tech e hoje oferece serviços gerenciados de TI em países como Argentina, Colômbia e México, com foco em educação e soluções digitais.
Inovar em hardware no Brasil ainda é uma missão difícil
Santos reconhece que produzir tecnologia no Brasil não é simples. A falta de uma política industrial consistente, o financiamento instável e a valorização exagerada do que vem de fora ainda são obstáculos.
“O Brasil tem exemplos de sucesso, como a Embraer ou o setor do agronegócio. Mas a inovação em hardware exige visão de longo prazo, estímulo à ciência e educação tecnológica”, afirma.
Apesar disso, ele vê sinais positivos com o novo Plano de Inteligência Artificial do governo e políticas industriais em construção: “Somos otimistas. A médio e longo prazo, essas iniciativas devem trazer mais inovação e permitir avanços mais consistentes”.
Privacidade, ética e transparência
Com produtos voltados para áreas sensíveis como educação e segurança pública, a Positivo diz adotar uma postura proativa em relação à transparência e governança.
A empresa já foi certificada com o selo ouro da ECOVADIS, que avalia práticas de conformidade, sustentabilidade e responsabilidade social. “A gente não só segue o marco legal, como a LGPD, mas também se compromete a deixar claro como lidamos com os dados”, pontua o executivo.
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