Por que é difícil trabalhar na Nintendo? Ex-veterano da Big N explica
A Nintendo é conhecida por seus jogos fantásticos, que seguem um alto rigor e exigência de qualidade. Por isso, é de se imaginar que trabalhar na Big N seja um verdadeiro desafio. Pouquíssimos desenvolvedores conseguem chegar à fase de entrevista ao tentar uma posição na Nintendo do Japão.
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A informação surgiu em discussões no X (antigo Twitter) sobre a necessidade de formação acadêmica para ingressar em empresas como Nintendo e Sony. Um professor da área de Engenharia da Computação, chamado Kuriki Murahashi, contou sua experiência ao tentar uma vaga na Big N.
Ele revelou que, assim como a Sony, a Nintendo não exigia formação universitária nem aplicava o chamado “filtro de faculdade” — um sistema muito comum em empresas japonesas que prioriza recém-formados em universidades de elite, como as de Tóquio e Kyoto.
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“Eu tinha ouvido falar que a Nintendo não usava ‘filtro de faculdade’ na contratação de recém-formados”, publicou Murahashi. A explicação para isso é que o teste online da empresa, aplicado antes da entrevista, é extremamente difícil.
任天堂の新卒採用には学歴フィルターがない、と聞いていたけれど、任天堂の採用試験を受けたら最初のウェブテストが大層難しかったので、なるほどこれはフィルターなんてかけんでもここでふるい落とされてしまうな、と思った記憶。 https://t.co/afEB20A185
— 村橋究理基🌘北大→松江/生誕12856日目Ph.D.🌜 (@mkuriki_) September 6, 2025
“No entanto, quando participei do processo seletivo, o primeiro teste online era tão absurdamente difícil que lembro de ter pensado: ‘Ah, entendi… com uma prova dessas, eles nem precisam de filtro; os candidatos já são eliminados aqui mesmo'”, contou o professor.
Nintendo 64 pode ser o culpado?
Mas há um motivo para o processo seletivo da empresa ser tão exigente, e isso tem tudo a ver com o Nintendo 64. Em resposta ao professor, o atual produtor da série Silent Hill, Motoi Okamoto (ex-veterano da Nintendo), afirmou: “Quando entrei como recém-formado, em 1999, havia apenas alguns formados pela Tōdai em toda a empresa, inclusive eu. Não era como hoje, que entram vários todos os anos (às vezes perto de dez). Minha sensação é de que a empresa foi se tornando academicamente mais elitizada ano após ano”.
Essa elitização foi motivada pela fuga de desenvolvedores third-party na era do Nintendo 64, que ocorreu por vários motivos, incluindo a polêmica escolha por cartuchos em vez de CDs. A maior beneficiada dessa história foi a Sony, que viu uma migração massiva de estúdios para o PlayStation, como a Square Enix, que quebrou uma parceria histórica com a Big N e lançou Final Fantasy VII exclusivamente no console da Sony.

Naquela época, com a perda de desenvolvedores e o início da era 3D nos games, a Nintendo tornou-se cada vez mais exigente em suas contratações para fortalecer o desenvolvimento de software “dentro de casa”.
“Cerca de dois anos antes de eu entrar, com a fuga das desenvolvedoras third-party do Nintendo 64, surgiu a necessidade de fortalecer drasticamente nossa capacidade de produção de software interno. Isso deu início a um movimento para contratar ativamente não apenas da região de Kansai, mas também de Kanto, aumentando o número de estudantes de exatas com altas qualificações — fortes em matemática e física — para sobreviver à competição tecnológica em áreas como gráficos 3D e sistemas de física”, contou Okamoto.
No entanto, Okamoto argumenta que a Big N não se baseia apenas em diplomas das melhores universidades ou em um histórico acadêmico superficial, mas sim que “estão aumentando o número de pessoas com inteligência nata e uma forte paixão por tornar os jogos divertidos. Isso também é resultado do que a imagem da marca consegue atrair”.
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