Pessoas ficam “enojadas” após descobrirem o casamento perturbador entre um homem de 22 anos e sua esposa de 9 anos

A história do casamento entre Charlie Johns e Eunice Winstead, ocorrido em 1937 no Tennessee, é um capítulo perturbador da história americana. Ela revela um período em que as leis de matrimônio falhavam grotescamente em proteger as crianças. Enquanto Eunice tinha apenas nove anos de idade, Charlie era um homem de 22 anos, embora registros sugiram que ele poderia ter até 26 anos na época.

Eles moravam no Condado de Hancock, uma comunidade rural do Tennessee. Charlie trabalhava como agricultor de tabaco. A união começou com um segredo: os dois fugiram juntos para se casar. Para conseguir a licença de casamento, eles falsificaram a idade de Eunice. No entanto, essa precaução pode ter sido desnecessária.

Naquele tempo, o estado do Tennessee não estabelecia uma idade mínima para o casamento. Além disso, menores de idade não precisavam da autorização dos pais para se casar. A união, portanto, foi totalmente legal perante a lei. O fato mais chocante é que ambas as famílias aprovaram a relação.

Eunice Winstead teve que falsificar sua idade para se casar com Charlie Johns, um agricultor de tabaco de 22 anos (YOUCRIME/YouTube)

A notícia do casamento não permaneceu um segredo local por muito tempo. Revistas e jornais de grande circulação nacional pegaram a história. A diferença de idade extrema se tornou um escândalo público. A reação das mulheres americanas foi imediata e furiosa. Elas iniciaram uma pressão massiva por uma reforma na legislação. O objetivo era claro: impedir que um casamento infantil como aquele se repetisse.

A vida do casal seguiu em frente, longe dos holofotes nacionais. Eunice e Charlie tiveram nove filhos juntos. O primeiro deles nasceu quando Eunice tinha apenas 14 anos. Eles permaneceram casados por seis décadas, até a morte de Charlie em 1997.

Apesar da longevidade da união, a natureza de seu início continua a gerar repulsa. Quando a história ressurgiu na internet, a reação do público foi de profundo desconforto e indignação.

Uma pessoa comentou: “É verdadeiramente nojento, não é nem um casamento, é uma prisão a céu aberto.”

As pessoas ficam enojadas ao ouvir a história de Eunice (YOUCRIME/YouTube)

Outra escreveu: “Como mãe de uma menininha, eu não consigo imaginar a inocência e a pureza de uma criança sendo destruídas… Essas pessoas e aqueles que as protegem são diabólicos!”

A luta por leis mais rígidas continuou por décadas. Em 2016, a republicana Jean Evans defendeu um projeto de lei para aumentar a idade mínima para casar. Ela argumentou: “Temos que continuar a ver as crianças como crianças. Não as deixamos comprar álcool ou cigarros, votar ou servir o país — não sei por que estamos permitindo que elas se casem.”

Atualmente, no Tennessee, a idade legal para casar é 18 anos. Jovens de 17 anos precisam do consentimento dos pais ou responsáveis. A mudança na lei, contudo, não erradicou completamente o problema. Casos de matrimônio infantil ainda ocorrem em tempos mais recentes.

Em 2015, Heather, de Idaho, tinha acabado de completar 15 anos. Ela se casou legalmente com Aaron, seu namorado de 24 anos. Heather havia engravidado aos 14 anos. Seu pai autorizou a união no Missouri, onde meninas de 15 anos podem se casar com o consentimento de apenas um dos pais.

Este casamento não era algo que Heather desejava. A união foi uma manobra para que Aaron evitasse uma acusação de estupro de menor. A estratégia fracassou. A mãe de Heather conseguiu anular o casamento, e Aaron foi preso.

A história de Eunice Winstead não é uma relíquia isolada de um passado distante. Ela é um exemplo extremo de uma prática que, de forma mais silenciosa, ainda persiste. A batalha para proteger crianças e adolescentes de uniões forçadas ou precoces permanece uma questão urgente na agenda de direitos humanos. A evolução das leis é lenta e enfrenta resistência, mas a proteção da infância é um imperativo que não admite retrocesso.

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