Pessoas afirmam que o “arrebatamento” está marcado novamente para esta semana porque o calendário usado estava errado

Durante décadas, previsões sobre o “fim do mundo” têm surgido em diferentes épocas e por diversas vozes ao redor do planeta. A mais recente voltou a ganhar força nas últimas semanas, impulsionada por um pastor sul-africano que assegurou com convicção que a humanidade chegaria ao seu fim em setembro. Só que as datas profetizadas passaram, nada aconteceu — e agora ele afirma que tudo não passou de um erro de calendário.

Joshua Mhlakela, pastor da África do Sul, se tornou um dos principais nomes por trás da teoria do arrebatamento recente. Ele afirmou com absoluta certeza — “um bilhão por cento”, segundo suas próprias palavras — que o evento aconteceria em setembro, mais precisamente nos dias 23 ou 24. A profecia foi tão levada a sério por alguns seguidores que houve quem vendesse seus carros e se desfizesse de bens pessoais acreditando que o fim estava próximo.

O religioso dizia que os fiéis seriam “resgatados” por Deus e que os descrentes ficariam para trás para enfrentar a fúria divina. Segundo Mhlakela, o mundo como o conhecemos deixaria de existir e se tornaria irreconhecível. No entanto, os dias chegaram e passaram, e nada fora do comum ocorreu. A Terra continuou girando, as pessoas seguiram suas rotinas e a vida seguiu adiante.

Pressionado pelas falhas de suas previsões, o pastor resolveu explicar o que teria acontecido. Em entrevista ao canal CENTTWINZ TV, Mhlakela afirmou que pode ter cometido um erro crucial ao interpretar a mensagem que, segundo ele, recebeu diretamente de Deus em um sonho no ano de 2018. Na visão, ele teria sido informado de que seria usado como “instrumento” para divulgar a mensagem divina e preparar as pessoas para o arrebatamento.

O erro, segundo ele, estaria relacionado ao calendário utilizado por Jesus em sua época. Mhlakela disse que, ao assistir a um vídeo, percebeu que no tempo de Cristo o calendário em uso era o juliano — e não o gregoriano, que é o mais adotado atualmente. Essa diferença aparentemente simples teria alterado completamente as datas previstas.

O calendário gregoriano foi introduzido em 1582 por ordem do papa Gregório XIII, corrigindo imprecisões do sistema anterior. No século XVIII, em 1752, a Grã-Bretanha e suas colônias também o adotaram. Uma das mudanças está no cálculo do ano solar, com uma correção de 0,002% no comprimento do ano. Essa diferença, ao longo dos séculos, gerou um descompasso de 13 dias entre os dois calendários, que deve chegar a 14 dias em 2100, segundo a Enciclopédia Britannica.

Com isso em mente, Mhlakela afirmou que é preciso somar 13 dias às datas originais de setembro, o que colocaria o arrebatamento em uma nova janela: 7 de outubro. Em suas palavras: “Me veio um estalo. As pessoas precisam acreditar em mim. Repito: eu vi Jesus face a face. Há quem diga que não era o verdadeiro Jesus… veremos nos próximos dias.”

Joshua Mhlakela admitiu que cometeu um pequeno deslize ao interpretar a mensagem de Deus (YouTube/CENTTWINZ TV)

Mesmo após a previsão inicial ter falhado, o pastor continua convicto de que o arrebatamento acontecerá. Agora, ele defende que o “erro” não estava na mensagem, mas na contagem do tempo. Por isso, acredita que o “segundo round” do evento ocorrerá nesta semana.

A nova profecia reacendeu debates e discussões nas redes sociais. Alguns seguidores se mantêm firmes na crença de que Mhlakela realmente recebeu uma mensagem divina e que o ajuste de calendário explica tudo. Outros, no entanto, encaram as previsões com ceticismo, especialmente após a frustração do mês anterior.

A história também trouxe à tona outras previsões semelhantes ao longo dos anos que nunca se concretizaram. Desde os tempos medievais até os anúncios mais recentes, muitas figuras religiosas e grupos afirmaram saber o dia exato do “fim dos tempos”, mas nenhuma dessas previsões se confirmou. A teoria do arrebatamento, em particular, tem sido interpretada de diversas maneiras dentro do cristianismo, com muitos fiéis acreditando que o evento não terá data previsível.

Enquanto isso, Mhlakela segue firme em suas declarações. Ele garante que sua visão foi real e que os dias que virão provarão a veracidade de suas palavras. Resta saber se, desta vez, sua previsão encontrará respaldo na realidade ou se será mais um capítulo na longa lista de fins do mundo que nunca chegaram.

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