Pesquisador usa pistas escondidas na Bíblia para revelar a “hora exata” em que Jesus morreu na cruz

Para muitos cristãos, a crucificação de Jesus Cristo representa um dos momentos mais marcantes de toda a narrativa bíblica. Ao longo dos séculos, estudiosos e religiosos têm se debruçado sobre esse episódio na tentativa de esclarecer detalhes que não aparecem de forma explícita nos textos sagrados. Entre esses detalhes, um dos mais debatidos é a data exata em que a crucificação teria ocorrido.

Essa busca ganhou um novo capítulo com a publicação de um livro que propõe ter encontrado respostas precisas sobre o dia e a hora da morte de Jesus. O autor, Woodrow Michael Kroll, pregador e apresentador de rádio, afirma ter usado uma combinação de dados científicos, históricos e referências bíblicas para chegar a uma conclusão bastante específica.

Na obra “The Day Jesus Died: Discovering the Year, Date, Day, and Time of Jesus’ Crucifixion”, lançada recentemente, Kroll detalha como chegou à data de 3 de abril do ano 33 d.C., por volta das 15h, como o momento exato da crucificação. Essa hipótese se apoia em diferentes fontes e cálculos que procuram harmonizar relatos do Evangelho com dados astronômicos.

Um dos textos centrais para a pesquisa de Kroll está no Evangelho de Marcos 15:34, que menciona a “nona hora” como o momento da morte de Jesus. Essa expressão, no contexto judaico da época, não correspondia a 9h da manhã, mas sim à nona hora após o nascer do sol, ou seja, aproximadamente no meio da tarde. A divisão das horas seguia um padrão de doze horas a partir do nascer do sol, que costumava ocorrer por volta das 6h.

Outro ponto importante para o autor é a referência dos quatro Evangelhos ao chamado “Dia da Preparação”, que antecede o sábado judaico. Para os estudiosos, isso indica claramente que a crucificação teria acontecido em uma sexta-feira, alinhando-se à tradição religiosa da época.

Além dos textos bíblicos, Kroll incorporou à sua análise dados astronômicos que ajudam a reforçar sua tese. No livro dos Atos 2:20 há a menção à lua que “se tornaria em sangue” após a crucificação, uma expressão que ele relaciona a um fenômeno lunar real. De acordo com registros astronômicos, em 3 de abril do ano 33 d.C. houve uma lua cheia — como ocorria na época da Páscoa judaica — seguida de um eclipse lunar parcial visível em Jerusalém naquela noite.

O autor também rejeita a hipótese de que o episódio teria ocorrido em uma quarta-feira, posição sustentada por alguns grupos ao longo da história. Segundo ele, essa ideia contraria diretamente tanto os relatos dos Evangelhos quanto os costumes judaicos relacionados ao sábado.

Kroll apresenta sua conclusão com firmeza, afirmando que a análise de relatos de testemunhas, registros históricos e dados literários permite identificar com precisão o momento em que Jesus pronunciou a frase “Está consumado”. Para ele, esse cruzamento de informações aproxima os leitores de um dos acontecimentos mais emblemáticos da tradição cristã de forma inédita.

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