Ozzy Osbourne explicou como um cavalo o fez parar de usar LSD antes de sua morte aos 76 anos

A notícia da morte de Ozzy Osbourne, aos 76 anos, no dia 22 de julho, ecoou como um trovão no mundo da música. A declaração da família foi direta e carregada de dor: “É com mais tristeza do que meras palavras podem transmitir que temos que informar que nosso amado Ozzy Osbourne faleceu esta manhã. Ele estava com sua família e cercado de amor.” Instantaneamente, as redes sociais se encheram de homenagens de fãs e colegas, relembrando os riffs poderosos do Black Sabbath e a presença única de Ozzy no palco.

Mas além da música que definiu o heavy metal, outro tema permeia fortemente as lembranças de Ozzy Osbourne: sua longa e tumultuada relação com as drogas. O “Príncipe das Trevas” viveu décadas sob o signo do excesso, um fato que ele mesmo nunca tentou esconder. É notável que, apesar dos abusos intensos principalmente em sua juventude, ele tenha alcançado os 76 anos, uma longevidade que surpreendeu muitos, dada a intensidade de seu passado.

Osbourne falou abertamente sobre esse período. Em uma entrevista de 2022 à revista Classic Rock, ele mergulhou na atmosfera dos anos de glória do Black Sabbath. “Nós morávamos juntos em uma casa em Los Angeles, ensaiávamos lá, usávamos montes de drogas e fazíamos um álbum: simples. Foram bons tempos”, relembrou. Ele descreveu uma prática comum na época: “Naquela época nos Estados Unidos, as pessoas gostavam muito de misturar ácido [LSD] na sua bebida. Eu não ligava. Eu engolia punhados de tabletes de uma vez.”

Ozzy Osbourne também falou sobre sua jornada rumo à sobriedade

Foi na Inglaterra, porém, que um episódio peculiar marcou o fim do seu uso de LSD. Ozzy contou: “Tomei 10 tabletes de ácido e fui dar um passeio em um campo. Acabei parado ali conversando com um cavalo por cerca de uma hora. No final, o cavalo se virou e me mandou ir embora. Chega pra mim.” A experiência absurda e psicodélica foi o ponto final para ele com essa substância em particular.

No entanto, a batalha contra os vícios foi longa, envolvendo também álcool e outras drogas por muitos anos. Uma virada significativa ocorreu mais recentemente. Em 2018, ele deu uma entrevista reveladora ao jornal Orange County Register, declarando uma mudança radical: “Eu não bebo mais álcool… não fumo tabaco. Não uso drogas… Estou indo bem agora.” Ele demonstrava um olhar crítico sobre o passado: “Agora eu penso, ‘como eu achava que entrar num bar, ficar bêbado e cheirar toda aquela cocaína era divertido?’”

Ozzy foi ainda mais enfático sobre o perigo que as substâncias representavam para ele naquele momento: “Cheguei a pensar que se agora você tivesse uma arma, um pacote de cocaína e um galão de bebida e dissesse ‘Escolha’, eu pegaria a arma. Não vale a pena.” Esta declaração chocante ilustrava a profundidade de sua rejeição às drogas que antes dominaram sua vida.

A morte de Ozzy Osbourne fecha o capítulo de uma lenda irrepetível do rock. Ele deixa para trás um legado musical imenso, eternizado com o Black Sabbath e sua carreira solo. Simultaneamente, sua história pessoal permanece como um testemunho intenso, e por vezes chocante, dos altos e baixos extremos que marcaram sua jornada, incluindo décadas de luta contra os demônios das drogas e uma busca tardia, mas firme, pela sobriedade.

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