O roxo existe? Saiba o que a ciência diz sobre a cor predileta de tanta gente
A cor roxa está por toda a parte, seja em flores de lavanda ou alimentos como berinjelas e ameixas. Contudo, você sabia que o roxo não está na porção visível do espectro magnético?
Isso tem uma explicação.
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O roxo existe apenas devido à maneira como o nosso cérebro percebe e combina diferentes comprimentos de onda no espectro da luz visível. É o que explicam pesquisas de neurociência.
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“Eu diria que nenhuma cor existe de fato. Tudo isso é um processo da nossa maquinaria neural, e essa é, ao mesmo tempo, a beleza e a complexidade de tudo”, afirmou Zab Johnson, pesquisador de Neurociência da Universidade da Pensilvânia, à Live Science.
Luz visível no espectro eletromagnético
Para compreender como nosso cérebro percebe as cores, é preciso entender, primeiro, que toda cor começa com a luz, que viaja em diferentes comprimentos de onda. A luz solar que atinge a Terra abrange uma ampla faixa do espectro eletromagnético, incluindo ondas longas — como as de rádio e infravermelho — e parte das ondas curtas, como a luz visível e o ultravioleta. Radiações mais energéticas, como os raios X, são em grande parte bloqueadas pela atmosfera.
No centro desse espectro encontra-se a luz visível, que representa apenas uma pequena fração da radiação solar que chega ao nosso planeta. É ela que conhecemos como as cores do arco-íris, que variam do vermelho — com comprimento de onda mais longo — ao violeta — com comprimento mais curto. Entre esses extremos, estão cores como laranja, amarelo, verde e azul.
Nossa percepção dessas cores ocorre por meio de células conhecidas como cones, localizadas na retina, que transformam a luz recebida em sinais elétricos. O cérebro interpreta esses sinais como as cores que enxergamos. Esses cones são divididos em três tipos: sensíveis à luz vermelha, verde e azul.

Mas e o roxo?
Quando os cones sensíveis à luz azul — de ondas curtas — e à vermelha — de ondas longas — são ativados ao mesmo tempo, o cérebro interpreta essa combinação de forma única. Nesse caso, ele une dois extremos do espectro visível para criar uma nova percepção: o que chamamos de cor roxa.
Esse fenômeno ocorre porque o espectro de luz visível é linear, mas o cérebro o organiza em um círculo para facilitar a transição entre as cores. Ao conectar o vermelho ao azul, ele “cria” o roxo e o magenta — cores que não estão presentes como comprimentos de onda únicos na natureza.
Por isso, roxo e magenta são chamados de cores não espectrais: eles não correspondem a uma só faixa do espectro, mas resultam da combinação de diferentes comprimentos de onda.
O roxo, portanto, nasce da forma como nosso cérebro integra estímulos distintos — uma “invenção cerebral” que acabou se tornando a cor predileta de muita gente.
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