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Curiosidades

O que é um jogo side-scrolling? A história do gênero de Super Mario e Sonic

Desde que conhecemos o mundo dos games, independentemente da geração, os jogos side-scrolling estiveram presentes em nossas vidas. Títulos como Pitfall, Super Mario Bros, Prince of Persia, Sonic, Donkey Kong Country, Rayman e diversos outros apresentam este universo ao público e, se você já jogou algum deles em sua vida, teve contato direto com o gênero.

O conceito é bem simples e não é mistério para ninguém: como o nome já diz, são títulos de plataforma que permitem caminhar com o seu personagem para os lados — com a tela rolando conforme você se movimenta. O jogo pode ter saído para o Atari 2600 ou para o PlayStation 5, mas seu conceito segue o mesmo, independentemente da época.  

Ainda que não apresente complexidades, o Canaltech vai apresentar para você o que é um jogo side-scrolling e como o gênero se transformou em um verdadeiro fenômeno na indústria gamer. Além disso, também comentaremos como ele concebeu diversos outros subgêneros, como os jogos metroidvania, roguelites e outros que se tornaram tão icônicos.


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Como funciona um jogo side-scrolling?

Em termos simples, um jogo side-scrolling permite ao jogador acompanhar o personagem da história (seja o Mario, Sonic, Donkey Kong ou vários outros) por um plano horizontal — ou até vertical, em alguns casos —  pela câmera que cria uma ilusão de movimento.

Imagem de Super Mario World
O jogo Super Mario World se tornou um ícone dos side-scrolling no SNES (Imagem: Reprodução/Nintendo)

E como isso ocorre? Muitas vezes é através do background e da plataforma em que o personagem está inserido, que se move e dá a impressão de que ele está indo do ponto A para o B. Desta forma, temos a impressão de ver o personagem correndo, pulando e seguindo para diversas direções.

E neste aspecto, o gênero side-scrolling evoluiu bastante ao longo das gerações. Inicialmente apenas um fundo que se movia, ele se tornou uma tecnologia mais ampla com a chegada de recursos como o Parallax Scrolling (camadas que se movem em diferentes velocidades) e até com o Mode 7 do Super Nintendo (que trazia rotações e mudanças de escala). 

É importante ressaltar que há uma diferença pontual entre esses jogos dos chamados “side-scrolling 3D” — que utilizam recursos tridimensionais para interagir com os elementos bidimensionais. Em jogos como Hades e Ori and the Blind Forest, por exemplo, você tem um plano 2D e gráficos 3D. 

Imagem de Super Mario Bros
Super Mario Bros. estabeleceu os jogos side-scrollings na indústria gaming (Imagem: Divulgação/Nintendo)

Esse conjunto de mecânicas se complementa, com diversos jogos utilizando um dos recursos ou até mesclando-os para apresentar uma imersão única. Não é à toa que personagens como Mario, Sonic e Donkey Kong se dão tão bem nesse gênero e na hora que precisam transitar para outros, com cenários completamente 3D. 

História e evolução dos jogos side-scrolling

A primeira vez que o conceito de jogo side-scrolling ganhou forma foi no ano de 1977, com Bomber, jogo produzido pela SEGA para fliperamas. Nele o jogador controla um avião que joga bombas em seus alvos, se movendo pela horizontal para derrotar seus inimigos. 

O objetivo era simples: atirar nos alvos (sejam eles outros aviões ou veículos) e “recarregar” nas torres de combustível (jogando bombas nelas, o que era curioso). Caso não fizesse isso, o avião descia lentamente até bater nas estruturas e ser destruído. 

Enquanto isso, outro jogo surgiu e serviu como uma das maiores bases para os jogos de plataforma: Space Panic. Lançado em 1980, ele permitia que o personagem escalasse uma construção para acabar com a invasão alienígena — o que serviu de base para Donkey Kong (1981), que trazia “Jump Man” com a incrível capacidade de pular, ampliando o seu gameplay.

Em 1981, o desenvolvedor Eugene Jarvis (que trabalhava programando pinballs para a Williams Electronics) trouxe ao mundo Defender. Inspirado por obras como Space Invaders e Asteroids, o título é um shooter side-scrolling que aprimorou tudo o que já tinha sido visto em Bomber e isso o tornou em um dos maiores sucessos que a companhia já produziu naquela geração.

Imagem de Defender
Defender foi o primeiro grande side-scrolling (Imagem: Reprodução/Williams Electronics)

Ele não apenas vendeu mais de 55 mil unidades (o que era assustadoramente colossal para aquela época), como também serviu de base para diversos outros shooters 2D que foram lançados com frequência durante duas décadas inteiras e deu vida aos shoot ‘em ups.

O sucesso de Defender gerou um verdadeiro “boom” no gênero side-scrolling. Um exemplo de jogo que surfou bem nessa onda e se destacou foi Jump Bug, que apresentava um carro que pulava (?) outros veículos, prédios, montanhas e até nuvens para seguir adiante. Além de trechos horizontais, ele também trazia percursos verticais — algo que surpreendeu na época.

Com a ascensão destes, em 1982 pudemos ver um jogo que se tornou um grande clássico, tanto desta categoria quanto dos games de plataforma: Pitfall. Produzido pelo desenvolvedor David Crane, a aventura permitia que os jogadores pulassem sobre buracos, jacarés e cobras e utilizasse elementos da tela como os cipós e escadas.

De certa forma, este foi o primeiro sucesso estrondoso de um jogo plataforma side-scrolling 2D (o formato que grande parte dos fãs amam) e serviu para abrir o caminho para os demais. A Namco (hoje Bandai Namco) viu que este era um nicho para se desenvolver e levou o seu sucesso Pac-Man para dentro do gênero com Pac-Land em 1984.

Imagem de Pac-Land
Pac-Land expandiu o universo de Pac-Man com um jogo side-scrolling (Imagem: Reprodução/Namco)

O jogador guia o famoso “Come-Come” para o fim de cada fase com o objetivo de devolver uma fada para o seu lar. Claro que há obstáculos, além da presença dos fantasmas clássicos que estão atrás do herói. Ainda que não tenha feito muito sucesso, a aventura foi elogiada e estabeleceu os padrões para um grande colosso que viria um ano após seu lançamento.

Em 1985, o designer Shigeru Miyamoto deu vida ao jogo Super Mario Bros. Produzido para o Nintendinho, o título definiu como todos os jogos side-scrolling de plataforma deviam se portar — seja com elementos da tela, power-ups, movimentação, animações e um carisma sem precedentes. 

O título é uma evolução não apenas para Mario Bros. (1983), mas também para todos os jogos do gênero. Outro grande acerto foi misturar uma ação que não parecesse tão curta para quem estava acostumado aos consoles, nem tão longa que desagradasse aos que vieram dos fliperamas. 

Jogos side-scrolling foram essenciais para essa transição, já que migraram uma grande quantidade do público que amava as experiências de plataforma e beat ‘em up nos arcades. O Atari 2600, NES e o Master System foram os maiores beneficiários desta movimentação — recebendo não apenas o suporte dos grandes estúdios, mas também dos fãs. 

A partir de Super Mario Bros., vimos o surgimento de diversos ícones dos videogames nas mais diversas plataformas. Dentro da própria Nintendo tivemos os primeiros The Legend of Zelda como side-scrolling também, assim como a linha Donkey Kong Country — produzida pela Rare. A Disney também entrou nessa onda com seus principais personagens: Mickey, os Ducktales, Rei Leão, Aladdin e diversos outros. 

Enquanto isso, a SEGA, Konami, Capcom e outras traziam o side-scrolling de várias formas distintas: seja em plataforma, como é o caso dos primeiros Castlevania, Contra, Alex Kidd, Wonder Boy e até Mega Man, que receberam a adição de personagens como Sonic the Hedgehog, Ristar e diversos outros no futuro. Vale o destaque para Castlevania, que ao lado de Metroid criou um gênero próprio dentro dos side-scrolling.

Imagem de Mega Man 3
Mega Man se tornou um dos side-scrolling mais icônicos de uma geração (Imagem: Reprodução/Capcom)

A base dos side-scrolling que trouxeram os verdadeiros ícones das gerações 8-bit e 16-bit, assim como criaram diversos gêneros conforme os desenvolvedores exploraram as suas opções. Já citamos os shoot ‘em up, beat ’em up, plataforma e os metroidvania, mas também podemos colocar os roguelites e run-and-gun nessa lista, que receberam grande influência da categoria.

Nesse sentido, o gênero demonstra uma clara evolução ao longo das décadas. Embora a fórmula permaneça inalterada, mantendo a tradição que atrai milhões de novos jogadores, ele se renova através de novos conceitos em cada experiência, mostrando que sempre há espaço para o crescimento.

O que define um jogo side-scrolling?

O gênero side-scrolling é definido pela progressão linear, exploração do ambiente nos âmbitos horizontais e/ou verticais e, em alguns casos, nos combates (seja pulando na cabeça dos inimigos, atirando neles ou realizando outras ações dentro do conceito). 

Imagem do Sonic Superstars
Sonic marcou uma geração com a aventura side-scrolling dinâmica (Imagem: Divulgação/SEGA)

Neste aspecto temos um grande destaque para Super Mario World, Donkey Kong Country, Sonic the Hedgehog, Mega Man (e suas variantes X) e chegamos aos tempos modernos com novos títulos recebendo os holofotes como Celeste, Limbo e Shovel Knight. 

E também temos os subgêneros dentro do side-scrolling. É impossível não citar os beat ‘em up, um grande sucesso que perdura desde os anos 1980. Se vimos títulos como Street of Rage e Final Fight ganharem o mundo naquela época, hoje o mercado continua aquecido com TMNT: Shredder’s Revenge, Marvel Cosmic Invasion e Scott Pilgrim Vs. The World: The Game. 

O mesmo vale para shoot ‘em up como Gradius e R-Type, run-and-gun como Contra e Cuphead assim como os jogos metroidvania — que têm como maiores representantes as franquias Metroid e Castlevania, mas que se expandiu para Hollow Knight, Dead Cells, Bloodstained e diversos outros que mantém o público preso na cadeira enquanto explora aventuras da mais alta qualidade. 

Imagem de Hollow Knight
Hollow Knight: Silksong, inclusive, é um dos jogos mais desejados em 2025 (Imagem: Divulgação/Team Cherry)

Vale incluir os jogos roguelites, que utilizam elementos de diversos gêneros para inserir uma experiência única. Se Dead Cells é um que se encaixa perfeitamente nesta descrição, também temos Neon Abyss, Spelunky, Rogue Legacy e muito mais dentro desta abordagem — que vem se destacando bastante nos últimos anos e mostra que veio para ficar.

Jogos side-scrolling mais icônicos

Entre gerações, tivemos vários jogos side-scrolling que ajudaram a estabelecer o gênero e mostraram a força que ele tem perante o público. Eles podem ou não ter ajudado a criar grandes franquias, mas o mais importante é que elevaram os padrões e fizeram história.

8. Metroid

Um dos maiores pilares do metroidvania, a franquia Metroid ainda apresenta grandes jogos side-scrolling que o público permanece engajado. Além de ser um dos percursores do subgênero, ele surpreendeu por apresentar uma heroína no papel principal — algo que fez o queixo de muitos caírem nos anos 1980.

7. Ori and the Blind Forest

Um dos melhores side-scrolling da atualidade, Ori and the Blind Forest (e sua sequência) possui um grande destaque pela delicadeza em que a sua narrativa é contada e pela beleza dos cenários. Ele tem um futuro promissor e é impossível não se apaixonar pela experiência conforme avança em seu universo.

6. Celeste

O jogo que concorreu contra God of War ao prêmio de Melhor Jogo do Ano em 2018, Celeste brilha por exigir uma precisão assombrosa de seus jogadores. O desafio é extremo e, além de apertar cada botão no momento exato, também é necessário visualizar todo o cenário para alinhar com a sua estratégia de chegar ao seu destino.

5. Cuphead

Misturando o run-and-gun e uma dificuldade absurda, Cuphead cativou milhões de fãs ao redor do mundo por ter sido um side-scrolling que, além destes fatores, foi todo desenhado à mão — no maior estilo desenho dos anos 1930, como as primeiras animações de Walt Disney. Seu charme atrai e a experiência prende os jogadores o suficiente para trazer muita diversão. 

4. Castlevania

A outra parte do gênero metroidvania, Castlevania trouxe uma história mais séria e sombria para seus personagens. No side-scrolling não teríamos encanadores bigodudos pulando em tartarugas ou ouriços correndo, mas sim um caçador de vampiros que derrota demônios e quer impedir o retorno do Drácula. Uma aventura e tanto, diga-se de passagem.

3. Mega Man

O famoso robô azul que é puro aço tenta salvar o mundo das garras das máquinas do Dr. Willy nesse side-scrolling. A franquia Mega Man pode estar na geladeira, mas conquistou o mundo pelo design do personagem, seus power-ups criativos e também pela liberdade de escolher o seu caminho até os confrontos finais. 

2. Sonic the Hedgehog

Quando se discute jogos side-scrolling, há dois games que não se pode deixar de falar. Um deles é Sonic the Hedgehog, que tem uma dinâmica única e aproveita a sua velocidade para ampliar os horizontes do público. Nele, a SEGA aplicou uma variedade de caminhos diferentes, todos te levando para uma aventura sem precedentes.

1. Super Mario Bros. 

O grande nome do gênero é Super Mario Bros., que apresentou ainda nos anos 1980 um mundo colorido e cheio de ação que permanece grandioso até os dias atuais. O uso de diversos elementos para aprimorar e trazer a experiência definitiva são aclamados até hoje, ajudando a Nintendo a subir seu patamar e se manter relevante — mesmo 40 anos depois.

Os jogos side-scrolling hoje em dia

Ainda que muitas vezes seja visto como um gênero infantil, o gênero side-scrolling sempre foi responsável por trazer experiências diversas para o seu público. Podemos ter um Super Mario de um lado, mas temos Sonic e Rayman sendo muitíssimo descolados do outro. Isso sem citar jogos mais sérios como Castlevania ou com uma narrativa tocante como na franquia Ori. 

Isso só se tornou possível porque muitos desenvolvedores ousaram, trazendo inovações e criando um cenário onde era possível construir sem ter de atropelar um ao outro. Claro que tivemos diversas cópias dos que fizeram sucesso, mas sempre há espaço para que um ou outro que traga um conceito distinto brilhe mais. 

Toda esta movimentação garante que o universo de jogos side-scrolling se mantenha vibrante e essencial para a indústria gamer, mesmo que continue apegado às suas raízes clássicas. Seja usando novas tecnologias, um estilo de arte diferenciado ou explore mecânicas distintas, a ideia é se renovar sem perder a sua essência — algo que conseguiram manter nas últimas décadas.

Dito isso, não há preocupações sobre o que pode vir no futuro dos jogos side-scrolling: enquanto mantiver a sua relevância e criatividade, eles continuarão entre nós. Seja através de personagens carismáticos ou de uma forte narrativa, basta que siga em frente para continuar se surpreendendo com estas aventuras. 

Qual era o seu jogo side-scrolling favorito? Compartilhe este artigo e nos conte quais as experiências que marcaram a sua trajetória gamer e como te ajudaram a aprender ainda mais sobre os videogames e fliperamas.

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Sou Augusto de Paula Júlio, idealizador do Tenis Portal e do Curiosidades Online, tenista nas horas vagas, escritor amador e empreendedor digital. Mais informações em: https://www.augustojulio.com.