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Curiosidades

O fim do Sonho: como Morpheus se despede nas HQs originais de Sandman?

A segunda e última temporada de Sandman já chegou na Netflix no começo do mês, e muitos fãs já puderam curtir os seis episódios do primeiro volume, que terminou com um arco decisivo na trajetória de Morpheus. A nova leva de capítulos com a conclusão chega somente na semana que vem, na quinta-feira (24). E tem bastante gente querendo saber como a trama terminou na versão original.

Atenção para spoilers, tanto dos quadrinhos quanto da série de Sandman!

O primeiro volume da segunda temporada foi uma mistura de adaptações dos volumes originais de Fábulas e Reflexões, Estação das Brumas, Terra dos Sonhos, e Vidas Breves. Em suma, vimos Sandman ver a primeira parte de seu acordo com William Shakespeare ser cumprido, na encenação de Sonho de Uma Noite de Verão; e seu retorno ao Inferno, em busca de sua amada Nada, presa na dimensão da danação por milhares de anos ao rejeitá-lo no passado.


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Em seguida, vimos Sandman saindo do Sonhar para acompanhar sua irmã mais nova, Delírio, em busca do irmão desertor, Destruição. Essa nova busca gera traz muito mais cicatrizes do passado do que Sonho jamais imaginaria, dentre as quais os erros de seu filho, Orpheus, são os que mais causam impacto em sua nova condição.

Desde que foi aprisionado e, finalmente, solto, no começo da série, Sandman mudou muito, e passou a se redimir sobre erros que nem tinha notado que cometeu, quando ainda não havia se aproximado tanto de seu próprio apego pela humanidade.

Sandman acaba com o sofrimento de Orpheus (Imagem: Reprodução/DC Comics)

Assim, no final do primeiro volume da segunda temporada da Netflix, vemos o que acontece também no início do fim de sua trajetória nos quadrinhos: para aliviar o sofrimento milenar de seu filho, que se tornou praticamente uma cabeça imortal, Morpheus mata o próprio filho.

O que foi considerado uma dádiva para Orpheus, se tornou um grande alívio e sofrimento para o pai, assim com sua própria sentença de morte. Afinal, há regras universais que até seres com os Perpétuos precisam cumprir. E o derramamento do sangue de alguém da mesma família é um pecado sem perdão.

As Bondosas em ação

A trama atinge seu clímax com a chegada implacável das Bondosas (também conhecidas como Fúrias ou Erínias). Essas entidades vingativas perseguem Morpheus por um motivo bem específico: o derramamento de sangue familiar, mais precisamente, por ele ter matado seu filho, Orpheus, em um ato de compaixão que se torna o gatilho para a sua ruína.

Enquanto as Bondosas tentam destruir o Sonhar e eliminar os sonhos leais a Morpheus, a situação fica desesperadora. A jovem fada Nuala tenta salvá-lo, chamando-o para Faerie, o Reino das Fadas; contudo, Morpheus só pode ser destruído fora de seu domínio, e, assim, aceita seu destino em sua própria realidade.

Paralelamente, o novo Coríntio criado por Morpheus, e Mateus, o Corvo, correm contra o tempo para resgatar Daniel Hall, o filho de Lyta Hall, que tem em seu rebento uma criatura especial: uma criança gerada por um vórtice, um misto de plano desperto quando do Sonhar. Lyta, por sua vez, está cega pela vingança, acreditando erroneamente que Morpheus matou seu filho, em uma trama magistralmente arquitetada por Lúcifer, Loki e Puck. Assim, a moça se une às Fúrias para clamar por justiça.

Quando o menino é finalmente salvo, Lyta tenta deter as Bondosas, mas elas, uma vez em movimento, são imparáveis. Morpheus tem um último encontro com Daniel, entregando-lhe a pedra dos sonhos em forma de águia e revelando o que está por vir: o jovem se tornará o novo Sonho dos Perpétuos após sua iminente destruição.

As Fúrias (ou Bondosas, Erínias) não perdoam (Imagem: Reprodução/DC Comics)

A Morte encontra Morpheus, e fica claro que ele permitiu que os eventos chegassem a esse ponto porque desejava se libertar de seu papel, algo que não podia fazer como Destruição, que simplesmente abandonou seu posto. As Bondosas chegam, e Sonho sequer luta, permitindo que elas o destruam, poupando assim o Sonhar.

Novo Sonho

A morte de Morfeu não é um evento pequeno. Ela desencadeia uma tempestade de realidade que se espalha por tempo e espaço. Os Perpétuos se reúnem para um velório no Sonhar, onde o corpo de Morfeu é velado e discursos são feitos por cada membro da família e amigos próximos.

Por fim, seu corpo é colocado em uma barca que navega para fora do Sonhar, transformando-se em uma estrela no firmamento cósmico.

O manto de Morpheus é assumido por Daniel Hall, que se torna o novo Sonho dos Perpétuos, com uma aparência distinta e olhos esmeralda. É o fim de uma era e o início de outra, marcando a continuidade e a evolução do próprio conceito de Sonho na obra de Gaiman.

O último ato de Shakespeare no adeus silencioso

O bardo mais famoso da história também teve um papel crucial no fim da saga, pois a própria história de Morpheus se confunde com a de William Shakespeare. Ambos encerraram suas trajetórias como “ilhas”, isolados de quem os amou um dia: os dois terminaram suas vidas odiados pelas suas esposas e nunca tiveram a chance de realmente conhecer seus próprios filhos, que morreram antes de eles partirem — no caso de Shakespeare, foi Hamnet, que deu nome à famosa Hamlet.

A parceria deles começou no começo de Sandman, com um acordo divino: Morpheus daria ao escritor a inspiração para ele se tornar o gênio que conhecemos. Em troca, Shakespeare escreveria duas peças exclusivas para o Mestre dos Sonhos. A primeira, Sonho de uma Noite de Verão, já havia sido encenada para o próprio reino das fadas.

O encontro final entre eles, que ocorre na edição 75, em O Despertar, é a entrega da segunda peça: A Tempestade. Essa é a última obra escrita por Shakespeare em sua vida, cumprindo sua parte final do pacto. É um momento de conclusão para o dramaturgo, que reflete sobre sua vida e legado, reconhecendo a influência de Morpheus em sua arte.

Durante a conversa, Shakespeare expressa um cansaço e melancolia, confessando a Morpheus que com “A Tempestade” ele “acabou” com a magia. Sonho, por sua vez, está ainda mais enigmático e distante, já carregando o peso de seu próprio destino iminente. 

A história de Sandman se confunde com a de Shakespeare (Imagem: Reprodução/DC Comics)

Ele aceita a peça, libera Shakespeare de seu juramento e não se detém em longas despedidas, refletindo sua aceitação do fim e sua natureza cósmica. Shakespeare percebe a melancolia, mas não a compreende totalmente: é o fechamento de ciclo, um adeus silencioso e profundo entre duas figuras que moldaram a realidade e a fantasia através da arte e dos sonhos.

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augustopjulio

Sou Augusto de Paula Júlio, idealizador do Tenis Portal e do Curiosidades Online, tenista nas horas vagas, escritor amador e empreendedor digital. Mais informações em: https://www.augustojulio.com.