Neurocirurgiã é presa após supostamente permitir que a filha de 12 anos perfurasse o crânio de um paciente
Em janeiro do ano passado, um caso médico inusitado chamou atenção na Áustria e se tornou tema de grande repercussão internacional. Um homem que havia sofrido um grave traumatismo craniano durante um acidente florestal foi levado com urgência ao hospital regional de Graz para passar por uma cirurgia que salvaria sua vida. O procedimento, considerado delicado, exigia precisão e profissionais altamente qualificados. Mas, no meio da operação, algo inesperado aconteceu: a cirurgiã responsável levou a própria filha, de 12 anos, para dentro da sala cirúrgica.
A profissional, que ainda estava em fase de treinamento, estava acompanhada de um médico experiente e um chefe de equipe. De acordo com a acusação, foi nesse contexto que a jovem teria recebido um equipamento médico para perfurar parte do crânio do paciente, criando um orifício para inserção de uma sonda. A informação foi divulgada pelo jornal local Kurier e posteriormente confirmada no tribunal distrital de Graz-East.
Durante a audiência, a promotora Julia Steiner declarou que a médica, aparentemente orgulhosa, chegou a dizer que a filha havia “feito seu primeiro furo”, referindo-se ao procedimento. Segundo a promotora, mesmo que a cirurgia tenha tido um resultado clínico positivo, o ato representou um risco real e inaceitável para o paciente. Steiner classificou o ocorrido como “uma falta incrível de respeito” com a vítima, que não tinha conhecimento da presença nem da participação da criança.
Os dois médicos envolvidos se declararam inocentes da acusação de lesão corporal leve. O advogado da neurocirurgiã, Bernhard Lehofer, afirmou que a menina não chegou a executar a perfuração de fato, e que a médica manteve controle sobre o instrumento cirúrgico em todo momento. Ainda assim, reconheceu que permitir a presença da filha na sala foi “uma péssima ideia” e ressaltou que sua cliente vem enfrentando as consequências desse erro há quase dois anos.
Outro advogado, Michael Kropiunig, que representa o médico sênior também envolvido, declarou que seu cliente não sabia a idade exata da criança. Ele explicou que a jovem apenas colocou a mão sobre a dele enquanto ele manuseava a furadeira cirúrgica. Segundo Kropiunig, esse gesto não teria relevância criminal, pois o profissional manteve o controle do equipamento durante todo o procedimento.
O tribunal também ouviu detalhes sobre como o episódio aconteceu. Perto do fim da operação, a médica teria se ausentado da sala para atender uma ligação. Nesse momento, a criança teria perguntado ao médico: “Posso ajudar?”. Ao ser consultada, a mãe teria respondido: “Por que não?”. Foi então que a menina colocou a mão sobre a do médico, que conduziu a perfuração no crânio do paciente.
A promotoria ainda acusa a médica de tentar convencer seu colega a negar o episódio caso fosse questionado. A profissional afirmou em juízo que a filha passou a maior parte do dia estudando em seu escritório, mas que acabou a acompanhando até a sala cirúrgica quando ela foi chamada para a operação. A médica também declarou que não presenciou o momento exato em que a criança colocou a mão no instrumento, dizendo ter ficado “ao fundo” da sala e “distraída”.
Quando questionada pela promotora se havia pressionado o colega a “manter silêncio” sobre o ocorrido, a médica respondeu: “Quis protegê-lo”. Segundo o processo, após o início da investigação, a própria cirurgiã teria dito aos funcionários do hospital que a filha apenas participou de “um simples furo”.
O chefe do departamento de neurocirurgia do hospital, Stefan Wolfsberger, afirmou ter recebido uma carta anônima relatando o episódio. “Não acreditei no que estava lendo”, declarou ele ao ser ouvido. O conteúdo da carta levou a direção a abrir uma apuração interna, que mais tarde se transformou em um processo judicial.
O caso permanece em andamento. A decisão final foi adiada para 10 de dezembro, e tanto a médica quanto o médico sênior aguardam o veredito em liberdade. Enquanto isso, o episódio continua repercutindo no meio médico e jurídico da Áustria, levantando questões sobre protocolos de segurança, ética profissional e responsabilidade em ambiente hospitalar.
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