Nesta terça (22) a Terra vai girar mais rápido — de novo — e dia fica mais curto
Aperte os cintos: a Terra vai girar mais rápido nesta terça-feira (22), e o dia deve ser o segundo mais curto do ano.
Os efeitos, na verdade, serão imperceptíveis aos humanos, mas podem ter impactos a longo prazo.
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As previsões indicam que a Terra deve completar sua rotação 1,34 milissegundo (ms) mais rápido no dia de hoje, ficando atrás apenas do dia 10 de julho, quando o planeta girou 1,36 ms abaixo das tradicionais 24 horas.
Inicialmente, os cientistas previam que, além do dia 22 de julho, os dias 9 de julho — com 1,30 ms a menos — e 5 de agosto — 1,25 ms mais curto — seriam os mais breves do ano. A rotação acelerada no dia 10 de julho foi uma surpresa para os estudiosos.
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A título de comparação, o dia mais curto da Terra já registrado ocorreu em 5 de julho de 2024, quando o planeta completou sua rotação 1,66 milissegundo mais rápido que o habitual.
Influência da Lua

As variações de curto prazo na duração dos dias se devem, em grande parte, à influência da Lua. Isso acontece porque, quando o satélite natural está mais afastado do equador da Terra, há uma alteração na atração gravitacional exercida sobre o eixo do planeta.
Com a Lua mais próxima dos polos, a rotação da Terra se acelera e os dias ficam ligeiramente mais curtos. Essas pequenas variações são monitoradas por relógios atômicos desde a década de 1950.
Mudanças na rotação da Terra
A duração de um dia na Terra já passou por diversas mudanças ao longo da história, pois a velocidade de rotação do planeta não é constante. Um estudo publicado na revista Nature (nature.com), em 2023, por exemplo, mostrou que o dia terrestre durava cerca de 19 horas entre 1 bilhão e 2 bilhões de anos atrás.
O principal fator por trás desse dia mais curto foi a aceleração causada pelo equilíbrio entre as marés atmosféricas solares e as marés oceânicas lunares.
Ao longo do tempo, entretanto, os dias foram ficando mais longos devido ao atrito provocado pelas marés lunares. Isso fez com que a Lua se afastasse da Terra, consumindo a energia rotacional do planeta e diminuindo sua rotação.

Desde 2020, porém, os cientistas vêm observando um número crescente de dias batendo recordes de velocidade de rotação. Uma das hipóteses é que essa aceleração esteja ligada à desaceleração do núcleo líquido da Terra, o que faria o manto e a crosta girarem um pouco mais rápido. No entanto, ainda não há consenso entre os especialistas.
“A causa dessa aceleração não foi explicada. A maioria dos cientistas acredita que isso tem algo a ver com o interior do planeta. Modelos oceanográficos e atmosféricos não são suficientes para explicar essa grande aceleração”, destaca Leonid Zotov, cientista da Universidade de Moscou e autoridade nos estudos sobre a rotação da Terra, ao Timeanddate.com.
O especialista afirma que o normal seria ocorrer uma desaceleração da Terra em breve. Mas, se em algum momento a diferença na duração do dia ultrapassar 0,9 milissegundo, nossos relógios poderão ficar dessincronizados com a posição do planeta.
Esse fator tornaria necessária a adição ou retirada de um segundo intercalar para realinhar o tempo — algo que, até hoje, nunca foi feito em forma de subtração.
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