“Não quero deixar minha fortuna para meus filhos”: o motivo por trás do plano mais ambicioso de Bill Gates

Bill Gates não é conhecido apenas por ter construído uma das maiores empresas de tecnologia do planeta. Também se tornou uma figura singular no mundo dos negócios por ter declarado que pretende doar quase toda a sua fortuna até 2045. Com mais de 100 bilhões de dólares em patrimônio, o fundador da Microsoft tem uma visão que rompe com a lógica tradicional do acúmulo de riqueza.

“Grandes fortunas não fazem sentido se não servirem a um propósito coletivo”, costuma dizer. Essa frase não é apenas um discurso bonito: é o centro de uma decisão radical. Gates já anunciou que seus filhos herdarão menos de 1% de seu patrimônio. O restante será destinado a projetos sociais voltados principalmente para saúde, educação e tecnologia acessível em regiões com poucos recursos.

Essa escolha não surgiu do nada. Desde os primeiros anos de sua carreira, Gates alimenta uma ideia clara: tecnologia só tem valor real quando está ao alcance de todos.

Democratizar a tecnologia para reduzir desigualdades

Ainda na década de 1980, Gates repetia que queria ver “um computador em cada casa”. Essa visão moldou a revolução digital das décadas seguintes. Hoje, seu foco não está mais no computador pessoal, mas no acesso universal à tecnologia e ao conhecimento.

Por meio da Fundação Bill e Melinda Gates, ele investe bilhões de dólares em programas que buscam reduzir a desigualdade tecnológica em comunidades sem conectividade. O objetivo é criar oportunidades para que inteligência, criatividade e curiosidade floresçam independentemente do local de nascimento.

“Quero que todos tenham acesso à tecnologia”, afirma. Para ele, a inovação não é um fim em si mesma, mas uma ferramenta para liberar potencial humano. É por isso que sua fundação apoia desde projetos educacionais em áreas rurais na África até campanhas globais de vacinação e combate a doenças infecciosas.

Além disso, Gates defende o uso estratégico da tecnologia para enfrentar desafios globais, como mudanças climáticas, escassez de recursos e pobreza extrema. Em vez de investir em empreendimentos espaciais ou bens de luxo, ele canaliza sua fortuna para iniciativas que afetam diretamente a vida de milhões de pessoas.

Inteligência artificial: promessa e risco lado a lado

Nos últimos anos, um tema tem ocupado grande parte de seus discursos: a inteligência artificial. Gates enxerga nessa tecnologia tanto um instrumento de progresso quanto uma possível ameaça, dependendo de como for utilizada.

“A IA é o que há de mais promissor, mas também o mais arriscado se não for usada corretamente”, afirmou em uma de suas entrevistas mais recentes. Para ele, a questão central não está em robôs autônomos ou máquinas inteligentes, mas no impacto direto sobre a sociedade.

A inteligência artificial pode permitir diagnósticos médicos mais precisos, transformar a educação com aprendizagem personalizada e impulsionar a produção agrícola de maneira sustentável. Ao mesmo tempo, traz riscos sérios, como desinformação em massa, desemprego tecnológico e ampliação das desigualdades.

Gates defende que governos, empresas e instituições criem estruturas éticas sólidas para regulamentar o uso da IA. A proposta inclui regras de transparência sobre algoritmos, responsabilidades legais e estratégias para evitar que novas tecnologias fiquem concentradas nas mãos de poucos.

Filantropia em escala global

A atuação da Fundação Gates transformou a filantropia privada. Atualmente, é a maior organização desse tipo no mundo, destinando bilhões de dólares a programas de saúde pública, educação e infraestrutura tecnológica. Entre seus projetos mais conhecidos estão iniciativas que ajudaram a erradicar doenças tropicais, levaram internet para comunidades isoladas e financiaram pesquisas em energia limpa.

Ao contrário de outros bilionários que direcionam seus investimentos para projetos pessoais ou para a corrida espacial, Gates optou por canalizar sua riqueza para problemas sociais urgentes. Essa abordagem o tornou uma das figuras mais influentes no debate global sobre desigualdade e responsabilidade tecnológica.

Sua filosofia permanece consistente: tecnologia deve servir à humanidade, e não o contrário. Em cada projeto financiado, o foco está em impacto social mensurável, e não em retornos financeiros.

Com essa visão, Bill Gates consolidou um legado que vai além do mundo dos negócios. Sua fortuna deixou de ser apenas um símbolo de sucesso empresarial e passou a ser uma ferramenta de transformação em escala planetária.

Esse “Não quero deixar minha fortuna para meus filhos”: o motivo por trás do plano mais ambicioso de Bill Gates foi publicado primeiro no Misterios do Mundo. Cópias não são autorizadas.