Mulher que mordeu a língua de homem que a abusou é finalmente absolvida após 61 anos
Uma mulher coreana de 79 anos, Choi Mal-ja, teve sua condenação anulada após 61 anos. A Corte de Busan, uma cidade no sudeste da Coreia do Sul, decidiu em 10 de setembro que ela agiu em legítima defesa ao morder a língua de seu agressor durante um estupro.
A decisão judicial reverte um veredicto de 1964, que a considerou culpada por causar lesões corporais graves. Na época, ela foi sentenciada a dez meses de prisão.
O caso ganhou um novo julgamento em julho deste ano, impulsionado pelo movimento #MeToo. A revisão da sentença trouxe à tona os detalhes brutais do crime original.

Choi Mal-ja foi absolvida de sua condenação após um juiz decidir que ela agiu em legítima defesa (KBS News)
Em maio de 1964, Choi Mal-ja tinha 18 anos. Ela foi agredida sexualmente por um homem de 21 anos, identificado apenas como ‘Roh’, um completo desconhecido. O ataque ocorreu na cidade de Gimhae, próxima a Busan.
Durante a violência, Roh forçou Choi ao chão. Ele cobriu seu nariz para impedir que respirasse e enfiou a língua em sua boca. Foi nesse momento de desespero que Choi reagiu. Ela mordeu a língua do agressor com tanta força que arrancou um pedaço de aproximadamente 1,2 centímetro.
O ato permitiu que ela conseguisse fugir. Porém, a perseguição de Roh não terminou. Ele invadiu a casa de Choi armado com uma faca. Lá, ele ameaçou cortar o pai dela.
Incrivelmente, foi o agressor quem levou o caso à justiça primeiro. Roh processou Choi por causar lesão corporal grave. O tribunal da época concordou com ele.
O juiz do caso original condenou Choi à prisão. Ele desconsiderou completamente sua defesa de legítima defesa. Os promotores chegaram a sugerir que Choi sentia atração por seu agressor. O próprio juiz fez uma declaração terrível: ele sugeriu que Choi deveria se casar com Roh.
Enquanto Choi recebeu uma pena de dez meses de cadeia, o destino de Roh foi bem diferente. Ele foi condenado a apenas seis meses de prisão, com suspensão condicional da pena, por invasão de domicílio e intimidação.

Choi foi recebida por apoiadores do lado de fora do tribunal após ver sua condenação ser anulada (KBS News)
Por seis décadas, Choi Mal-ja carregou o peso de ser uma criminosa condenada. A reviravolta judicial só foi possível graças a uma mudança de mentalidade na sociedade coreana, catalisada pelo movimento global #MeToo em 2018.
Ao saber da decisão do tribunal, dentro da sala do tribunal, Choi Mal-ja declarou em alto e bom som: “Eu, Choi Mal-ja, finalmente estou inocente!”
Do lado de fora do tribunal distrital, um coro de apoiadores comemorava. Eles gritavam: “Choi Mal-ja conseguiu!” e “Choi Mal-ja fez isso!”.
Sobre sua longa batalha por justiça, Choi disse: “Para as vítimas que compartilharam do mesmo destino que o meu, eu quis ser uma fonte de esperança para elas”.
No novo julgamento, a defesa de Choi argumentou com sucesso que sua reação foi uma resposta proporcional a uma “infração injusta à sua integridade corporal e autodeterminação sexual”. A justiça coreana finalmente reconheceu que ela era a verdadeira vítima.
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