Mulher que decidiu encerrar a própria vida após diagnóstico de câncer revela como pretende passar suas horas finais

Roseana Spangler-Sims recebeu um diagnóstico de câncer de pâncreas em estágio 4 há quase dezoito meses. Ela era uma mãe de família da Califórnia. Nos últimos doze meses, ela enfrentou um intenso ciclo de quimioterapia e radioterapia. Um exame de imagem posterior mostrou que a doença continuava a se espalhar pelo seu corpo.

Em junho, aos 72 anos, ela tomou uma decisão. Com base na lei de Ajuda Médica para Morrer da Califórnia, a MAID, ela planejou ingerir uma dose fatal de medicamentos no final de agosto. Ela decidiu ter controle sobre o fim de sua própria vida.

Roseana passou meses organizando todos os detalhes de sua partida. Ela doou todos os seus bens pessoais. Ela também fez os preparativos para doar seu corpo para pesquisas científicas na Universidade da Califórnia, em San Diego. Sobre a sua decisão, ela disse: “Estou pronta para ir. Estou mais em paz do que nunca.”

No dia 18 de agosto, ela se mudou de seu apartamento em Vista. Seus últimos quinze dias seriam passados perto do Monte Palomar, ao norte de San Diego, na companhia de sua família. Ela ficou ao lado de seu filho, Shawn Cisneros, sua esposa Cindy e a irmã gêmea de Cindy, Sandi.

Juntos, a família fez passeios de carro pela floresta. Eles revisaram caixas de fotografias e outros objetos cheios de memórias de todos os anos que viveram juntos. Eles também organizaram uma “vigília em vida”, uma celebração onde dezenas de amigos e familiares se reuniram para celebrar a vida de Roseana.

Para seu último dia, Roseana tinha um plano muito específico. Seu estômago precisava estar vazio para o procedimento, então seu café da manhã seria leve: apenas mamão papaia e manga.

Por volta das 11 horas da manhã, sua doula da morte, Melissa McClave, chegou. A função de Melissa era guiar Roseana e sua família através do processo do fim da vida. Um facilitador de psilocibina também estava presente para realizar um ritual com a droga psicodélica.

Melissa McClave explicou o ritual. Ele envolve uma “cerimônia de purificação” com sálvia, seguida pela administração de uma microdose de cogumelos mágicos. “Isso estará mais próximo da extrema-unção católica do que de um show do Phish”, disse ela.

Roseana também se disse ansiosa pelo ritual. Ela afirmou que isso a ajudaria a “chegar a um ponto de paz”. “E também é sobre se sentir em unidade com a natureza”, acrescentou.

Às 17 horas, Roseana tomaria um remédio para náusea. Isso garantiria que a medicação da MAID fosse ingerida e não fosse regurgitada. A solução fatal é uma combinação de sedativos, narcóticos e suco de uva branca. Ela a tomaria por volta das 18 horas.

“Quero que seja o mais rápido possível. Não quero que as crianças fiquem aqui me olhando meio morta por muito tempo. Eu quero apagar”, disse ela.

O local escolhido para o momento final foi uma cama de hospital colocada no deque da casa alugada. O spot ficava ao lado de alimentadores de beija-flor e de um pinheiro, com vista para uma floresta montanhosa.

“Eu nunca fui uma pessoa com medo. Isso simplesmente não está no meu DNA”, comentou ela pouco antes de sua partida. “Fico ansiosa para que tudo fique bem para eles”, disse, gesticulando em direção à sua família.

Melissa McClave explicou que Roseana talvez precisasse chupar um picolé de uva após a medicação. Isso aliviaria qualquer sensação de queimação do remédio. Ela garantiu à família que, em alguns minutos, Roseana experimentaria uma “sensação de euforia” antes de entrar em um coma tranquilo.

“Mal posso esperar para ficar anestesiada”, acrescentou Roseana. “Mal posso esperar para fazer meu corpo simplesmente derreter. Durante meses e meses, foi uma dor constante. Vai ser um alívio.”

“Eu me sinto pronta para desaparecer”, ela continuou. “Acredito que estou indo para um plano de existência pacífico. É como entrar em outra dimensão. Espero ter servido suficientemente ao bem maior para chegar a esse lugar pacífico, o que as pessoas pensam como céu.”

“Não sei se poderei me comunicar com esta dimensão ou não. Estou apenas ansiosa pela aventura. E quero deixar vocês com a sensação de que este é o próximo passo para mim.”

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