Mito ou verdade? Não pode usar o notebook conectado na tomada o tempo todo?
Notebooks como conhecemos hoje existem há quase 40 anos, mas a concepção dos primeiros modelos (que eram bem diferentes) existe há mais tempo. Como estamos falando de uma época em que muita tecnologia ainda era experimental, elas eram mais frágeis e passíveis de problemas. Uma delas é a bateria e o problema de vício ao deixá-la plugada na tomada o tempo todo.
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Viciar a bateria já foi realidade, mas será que isso ainda persiste nos dias atuais? Neste artigo, o Canaltech vai esclarecer esses mitos, explicar como as baterias de notebook de hoje funcionam, além de algumas dicas básicas para cuidar melhor delas.
1. Pode ou não pode usar o notebook conectado na tomada o tempo todo?
Não é difícil deixarmos o notebook carregando por um bom tempo depois que ele já estar carregado, simplesmente por não percebermos. Antigamente, isso seria um problema e por isso muita gente ainda fica em dúvida. Mas a coisa já não é mais bem assim. Vamos entender.
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Origem do mito: o Efeito Memória
Em baterias mais antigas, feitas com tecnologias como Níquel-Cádmio (NiCd), existia algo chamado de “efeito memória”. Depois de várias cargas, sem que a bateria estivesse totalmente descarregada, gerava esse efeito de lembrança. Por isso, a capacidade de carga ia diminuindo com o tempo, fazendo com que a duração fosse menor cada vez que essa prática se repetia.
Como são as baterias modernas?
Isso mudou há muitos anos, mas muitos nem perceberam. Para se ter uma ideia, a adoção das baterias de lítio, usadas atualmente, foi registrada pela primeira vez ainda na década de 1990 com a Dell, embora a Sony tenha sido a primeira a usar essa tecnologia em outros produtos. Porém sua adoção em massa em baterias de notebook aconteceu na década de 2000.
Atualmente, as baterias de notebook usam lítio (Li-Ion) ou polímero de lítio (Li-Po), que não sofrem do “efeito memória” das baterias antigas de níquel. Isso acontece por conta do Sistema de Gerenciamento de Bateria (Battery Management System – BMS, em inglês). É como se esse sistema fosse o processador da bateria que, de forma inteligente, faz um monitoramento avançado do uso dela.
Como o notebook gerencia a energia quando conectado?
Por conta dessas tecnologias com as baterias de lítio, a energia do carregador é interrompida logo que ela fica completamente cheia. Como essa questão de bateria viciada não existe mais, esse recurso tem um outro benefício: evitar o superaquecimento e a degradação do componente.

Com a bateria em 100% e o carregador plugado, o notebook passa a ser alimentado diretamente pela energia da tomada, preservando a bateria. Não vai existir uma sobrecarga, mas o que pode acontecer é uma leve descarga, chamada de “carga de flutuação”, mas tudo dentro do aceitável e segurança para o componente.
O que realmente degrada a bateria de Lítio?
Apesar de ter mudado a indústria de tecnologia, a bateria de lítio não está totalmente isenta de problemas. Ela pode se degradar naturalmente com o tempo, e isso é normal, já que tudo está sujeito aos efeitos do tempo.
Outra questão importante que pode danificar significativamente uma bateria de lítio é seu funcionamento sob altas temperaturas. Não existe muito segredo nesse aspecto: componentes eletrônicos, em geral, operando sob altas temperaturas por muito tempo vão se degradar mais rápido. O calor expande alguns desses componentes e pode chegar em uma situação em que a eficiência é perdida, até sua inutilização.

Então é mito ou verdade?
Dito tudo isso, podemos afirmar que vício em baterias de notebooks é um mito atualmente, mas existiu no passado. Usar notebooks na tomada o tempo todo não vicia a bateria. Modelos mais modernos, especialmente aqueles com processadores voltados para IA, fazem um gerenciamento ainda melhor do carregamento, como diminuir a potência da carga ao atingir 80%, por exemplo.
2. Faz mal deixar o notebook descarregar completamente?
Sabendo que deixar o notebook na tomada não é um problema hoje em dia, vamos para uma outra dúvida comum de muitos usuários: podemos deixar a bateria descarregar completamente?
Qual é a lógica por trás desse medo?
Diferente da crença sobre o vício de bateria, que era baseada na realidade de décadas passadas, neste caso estamos falando de um receio popular sem muito embasamento. É possível que muitos acreditem que levar um componente aos seus extremos seja ruim e uma bateria em 0% é uma das pontas do extremo, assim como mantê-la em 100% o tempo todo é a outra ponta. Ou ainda a necessidade de “calibrar” baterias antigas.
Como deixar o notebook descarregar impacta a bateria do notebook?
Como dissemos, descarregar uma bateria é um ponto extremo para esse componente. Voltar a carregá-lo pode gerar um estresse químico maior nesses casos, algo que impacta as células da bateria. E se isso é algo que acontece com frequência, é ainda mais perigoso. A consequência é a aceleração na degradação da bateria.

A tecnologia tem avançado bastante e, por isso, os notebooks contam com mais camadas de segurança nesse aspecto. Hoje, com a proteção BMS e dos sistemas operacionais, dificilmente o aparelho continuará usando a bateria até que de fato atinja 0%. Antes que isso aconteça, ele será desligado para evitar essa degradação no componente.
Ainda é necessário “calibrar” a bateria?
Calibrar a bateria é um processo que envolve carregá-la até 100% e deixar descarregar completamente, para resetar o circuito interno, fazendo com que o sistema consiga medir o nível de bateria com mais eficiência. Isso foi algo comum no passado, mas hoje é algo que dificilmente você terá que se preocupar. A não ser que note uma anomalia na duração real da bateria e a porcentagem que o sistema mostra.
Então é mito ou verdade?
É importante ficar de olho na carga da bateria de seu notebook e evitar deixar chegar em 0%, mesmo com todas as camadas de segurança que existem hoje. Isso é para o bem da saúde desse componente. É como dizem: é melhor prevenir, do que remediar.
Como cuidar bem da bateria do notebook?
Existem algumas práticas que podemos adotar para que a bateria de nossos notebooks durem mais e de forma saudável:
- Evite o calor excessivo: não obstrua as saídas de ar, não use o notebook em cima de cobertores por longos períodos, evite deixá-lo sob luz solar direta. Em regiões quentes, tente manter o notebook elevado com algo embaixo dele
- Ciclos de carga parciais são bem-vindos: manter a carga entre 20% e 80% pode ser ideal para quem busca máxima longevidade, mas não é uma regra rígida que impeça o uso normal.
- Configurações de energia: utilize os planos de energia do sistema operacional para otimizar o consumo
- Softwares de gerenciamento: algumas fabricantes oferecem softwares que permitem limitar a carga máxima (ex: a 80% ou 60%), útil para quem usa o notebook na tomada por longos períodos de tempo
- Armazenamento prolongado: se for guardar o notebook por muitas semanas ou meses, deixe a bateria com cerca de 50% de carga
- Use carregadores originais ou de boa qualidade: carregadores inadequados podem não fornecer a energia correta ou não ter os sistemas de proteção adequados. Esses produtos genéricos têm potencial de causar um dano ainda maior

Conclusão
Agora que você já sabe que é mito o fato de que usar seu notebook conectado na tomada o tempo todo vicia a bateria, pode ficar despreocupado. A não ser que seu notebook seja muito antigo, o que dificilmente deve ser o caso, certo? Foque nas precauções que passamos aqui para fazer um uso mais saudável da bateria, prolongando sua vida útil com qualidade.
Vale lembrar que qualquer notebook moderno disponível no mercado atualmente vem livre dessa questão, e quanto mais avançado for o modelo, mais camadas de segurança ele oferece a nível de hardware, e também de software, como aqueles voltados para IA.
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