Mensagem arrepiante enviada por cirurgião a fornecedor de pornografia bizarra após ter as próprias pernas amputadas por motivo perturbador

Neil Hopper, de 49 anos, era um cirurgião vascular respeitado no sistema de saúde britânico (NHS) até se envolver em um caso que chamou atenção pela bizarrice e gravidade. Ele foi acusado de provocar a própria amputação das pernas de forma intencional e, em seguida, fraudar companhias de seguro com pedidos que somaram o equivalente a mais de 2,9 milhões de reais.

A versão apresentada por Hopper aos seguradores era de que suas pernas haviam sido danificadas devido a um quadro de sepse. No entanto, as investigações revelaram que ele utilizou gelo seco para congelar os membros até o ponto em que precisaram ser removidos cirurgicamente.

As amputações ocorreram em maio de 2019, primeiro nos pés e, dias depois, nas pernas abaixo dos joelhos. Durante esse período, Hopper trocava mensagens com Marius Gustavson, responsável por um site que produzia pornografia extrema com modificações corporais radicais. Segundo o promotor Nicholas Lee, esses registros mostraram que Hopper tinha um interesse sexual em se tornar amputado, algo que o acompanhava há anos.

O ex-cirurgião do NHS realizou centenas de amputações em outras pessoas (bionicsurgeon/Instagram)

O promotor afirmou em tribunal: “É evidente pelas mensagens que o sr. Hopper desejava se tornar um amputado e isso sempre foi um sonho dele. Era uma obsessão e um interesse sexual em viver dessa forma”.

As provas indicam que Hopper chegou a pagar por vídeos de mutilações voluntárias, hospedados no site Eunuch Maker, administrado por Gustavson. Esse homem, por sua vez, já havia sido condenado à prisão perpétua por liderar uma rede de modificações corporais extremas.

Após a cirurgia, Hopper enviou uma mensagem a Gustavson acompanhada de uma foto de suas pernas enfaixadas. O texto dizia: “É tão legal. Sem pés!”.

Neil Hopper foi condenado a 32 meses de prisão (Polícia de Devon e Cornwall)

Durante o julgamento, o advogado Andrew Langdon KC defendeu que o comportamento do ex-cirurgião não afetou seu desempenho profissional enquanto trabalhava no NHS. A própria instituição confirmou que uma investigação interna não encontrou qualquer evidência de risco ou dano a pacientes.

Apesar disso, Hopper foi suspenso do registro médico e acabou sendo condenado a dois anos e oito meses de prisão, além de ficar sujeito a uma ordem de prevenção de danos sexuais por uma década. O juiz responsável pelo caso destacou que, embora os médicos acreditassem inicialmente que a amputação fosse consequência de sepse, as lesões haviam sido causadas intencionalmente pelo próprio Hopper, aparentemente em busca de satisfação sexual.

Esse episódio incomum expôs um lado perturbador da vida do ex-cirurgião, marcado por manipulações, fraudes milionárias e práticas obscuras que o levaram do prestígio profissional à prisão.

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