Mãe que humilhou e assediou anonimamente sua filha adolescente online por um ano compartilhou mensagem entre lágrimas antes da sentença

O documentário da Netflix “Número Desconhecido: Catfishing na Escola” revela um caso que chocou a pequena comunidade de Beal City, em Michigan. O enredo não envolve criminosos comuns da internet, mas sim uma mãe que passou mais de um ano atormentando a própria filha adolescente através de mensagens anônimas.

Tudo começou em 2021, quando Lauryn Licari, então estudante, passou a receber dezenas de mensagens perturbadoras enviadas de números desconhecidos. As ofensas não paravam apenas nela: seu namorado na época, Owen McKenny, também era alvo constante. Os dois recebiam mensagens de ódio, xingamentos e até comentários de teor sexual.

Preocupada com a situação, a mãe de Lauryn, Kendra Licari, parecia disposta a ajudar. Ela acompanhava as investigações ao lado de outros pais e de autoridades locais, tentando descobrir quem estaria por trás das mensagens. Porém, a revelação foi estarrecedora: a própria Kendra era a responsável por todo o assédio virtual.

Em 2023, Kendra se declarou culpada de duas acusações de perseguição contra um menor de idade e recebeu uma sentença máxima de cinco anos de prisão. Ela acabou sendo libertada em agosto de 2024, mas, como parte do acordo judicial, perdeu o direito de manter contato com Lauryn.

A mãe de Michigan perseguiu e assediou sua filha (Netflix)

Antes de ouvir a decisão final do tribunal, Kendra fez um pronunciamento emocionado. Entre lágrimas, disse: “Eu nunca mais quero machucar alguém como já fiz. Estou tentando continuar o meu trabalho e meu progresso diariamente. Causei muitos danos à minha família.”

No documentário, a ex-professora também admite que não conseguiu parar depois de começar. “Tudo começou com a necessidade de algumas respostas, mas se tornou uma espiral. Eu não sabia como parar. Era como se eu tivesse uma máscara, eu nem sabia quem eu era naquele momento”, afirmou.

As mensagens recuperadas e apresentadas pela produção da Netflix mostram o nível de crueldade dos ataques. Lauryn recebia frases como “ele acha você feia”, em referência a Owen, além de “você não vale nada” e “você é lixo”. Algumas mensagens tinham até conotação sexual, sugerindo que Owen não a queria e que estava interessado em outras meninas.

O superintendente Bill Chillan, que acompanhou o caso, descreveu o material encontrado como “tão vulgar e repugnante que faria até um homem de 53 anos corar”. Segundo ele, as provas reunidas eram incontestáveis.

O caso ganhou repercussão internacional não apenas pela gravidade, mas pela quebra de confiança entre mãe e filha. Hoje, a história está disponível para o público em “Número Desconhecido: Catfishing na Escola”, na Netflix.

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