Luiza Trajano no Gramado Summit: IA é um tsunami e abre novas oportunidades

Gramado (RS) – No Gramado Summit 2025, a presença de uma das mais influentes empresárias brasileiras, Luiza Helena Trajano, marcou a abertura da oitava edição do evento. A presidente do Conselho de Administração do Magazine Luiza participou de dois painéis na quarta-feira (5), que atraíram grande público, abordando temas como o valor da inovação e os impactos da tecnologia no futuro do varejo. 

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Luiza Helena compartilhou a inspiradora trajetória do Magazine Luiza, desde suas raízes como uma pequena loja em Franca (SP) até se consolidar como um dos maiores ecossistemas de vendas do Brasil, faturando R$ 65 bilhões em 2024.

A empresária revisitou a jornada do Magazine Luiza fundada por sua tia. “Pensar fora da caixa já era coisa da família”, destacou Luiza Helena, revelando como a empresa foi pioneira ao lançar seu primeiro site e se transformou em um vasto ecossistema de vendas multicanal. 

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Ela ressaltou a importância de se manter fiel à própria essência e a mente aberta para o novo, enfatizando que a inovação exige “poucos ‘nãos'”. 

Luiza Helena destacou os impactos da IA e o fato de o Magazine Luiza ser o primeiro case global a digitalizar o físico sem abandonar as lojas, que, segundo ela, “não vão morrer, mas passarão por uma grande transformação, tornando cada vez mais digitais e humanas”.

Inovação e propósito: a visão do Magalu para o futuro do varejo

No palco principal, a “Arena Magalu”, o debate se aprofundou nas inovações tecnológicas que impulsionam o futuro do varejo. 

No período da tarde, Luiza Helena também participou do painel ao lado de André Fatala, vice-presidente de Plataformas e Negócios da companhia. 

Eles apresentaram avanços como o “Cérebro da Lu”, a inteligência artificial generativa que promete revolucionar a experiência do cliente com recomendações personalizadas e uma jornada de compra completa. 

“Pessoas se conectam com pessoas”, frisou a empresária, explicando como a Lu, personagem digital premiada internacionalmente, humaniza a tecnologia e se tornou uma referência.

Durante suas falas, Luiza Helena reforçou sobre os desafios envolvendo a IA, descrevendo-a como um verdadeiro “tsunami”. “A IA não vai tirar o emprego do outro. Ela vai tomar o lugar de quem não entrar na tecnologia”, explica. 

A executiva fez questão de esclarecer sobre a abertura de novas oportunidades e a expansão de horizontes no mercado de trabalho e nos negócios.

Outro pilar estratégico em evidência foi a Magalu Cloud, a divisão de computação em nuvem da empresa e patrocinadora oficial da Gramado Summit 2025. 

André Fatala detalhou como a plataforma visa democratizar o acesso à tecnologia e à previsibilidade para empresas brasileiras, ao mesmo tempo em que reforça a importância da soberania nacional dos dados. 

Ele também destacou o pioneirismo da Magalu Cloud como a primeira nuvem brasileira, atraindo o interesse de parceiros internacionais sem abrir mão da garantia dos dados no país.

Lições de Empreendedorismo: Persistência e Conexão Humana

Nos dois painéis, a empresária, juntamente com outros participantes, ofereceu valiosos insights sobre empreendedorismo. Ela alertou sobre o “medo do novo” e criticou o que chamou de “pensar pobre”, ilustrando com a ideia de que “tem gente que pensa pobre, age como rico e acaba devendo para os outros”. 

Para ela, empreender é buscar soluções constantemente e, após encontrá-las, “é imprescindível vendê-las”. “Por isso, eu vendo o tempo todo, não tenho vergonha disso”, relatou.

A empresária falou sobre a importância do propósito no trabalho da empresa, pautado pela justiça social e pela diversidade. Ela explicou sobre a cobrança dos investidores envolvendo as ações de inclusão e responsabilidade socioambiental, mostrando a escalada do faturamento da rede sem perder de vista esses valores. 

Mais tarde, Rony Meisler, fundador da Reserva, reforçou no mesmo palco, que a inovação está nos pequenos problemas do dia a dia, e que a “matéria-prima da inovação é a audição”, ou seja, a capacidade de estar atento ao cliente.

Um apelo pela valorização do Brasil

Além dos temas de tecnologia e negócios, Luiza Helena utilizou suas palestras para fazer um forte apelo à união dos brasileiros e à valorização do país. Diante de uma plateia engajada, ela enfatizou a urgência de união em um cenário de tensões sociais e políticas. 

Com seu bom humor característico, a empresária elogiou a beleza de Gramado e defendeu o turismo como prioridade nacional, citando Portugal como exemplo do potencial de geração de empregos e renda do setor.

Ela criticou o hábito de desvalorizar as conquistas locais, afirmando com convicção: “Eu tenho uma tristeza quando se fala que ‘nem parece que é no Brasil um evento desse’. Mas o evento só é bom porque é no Brasil”. 

Trajano compartilhou sua visão política, destacando que seu “partido é o Brasil” e que seu propósito é defender o país e suas políticas públicas, independente de filiações partidárias. 

Em um momento de emoção, ela lembrou o sofrimento diante dos problemas climáticos do Rio Grande do Sul e a capacidade de superação dos gaúchos. 

A loja do futuro: experiência, serviços e conexão local

Para o futuro, a visão da loja física, que Luiza Helena assegura que não vai morrer, é de um espaço em constante transformação e comentou sobre a nova loja Galeria Magalu, que será aberta no Conjunto Nacional, na Avenida Paulista, em São Paulo (SP).

Ainda em outra participação da companhia no evento, o diretor executivo do Magazine Luiza, Felipe Cohen, abordou o tema ‘Omnicanalidade e o Novo Papel da Loja Física’.

As lojas atuarão não apenas como pontos de transação, mas como geradoras de demanda local, conectando-se com a realidade de cada região, segundo explicou o executivo. 

Para ele, as lojas serão também canais para novos sellers e hubs logísticos, simplificando a vida de empreendedores. 

“As lojas terão espaços de experiência, dedicando parte de sua área para que os clientes possam interagir com os produtos, e oferecerão uma gama de serviços que inclui mídia, eventos, conserto de produtos, collabs, economia circular, aluguel, showroom, assinaturas e revenda”, disse. 

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