Incêndio em carros elétricos: quais os perigos do carregamento irregular
Um incêndio envolvendo um BYD Dolphin nesta semana chamou atenção nas redes sociais. Não apenas por se tratar de um carro em chamas, mas por ser o primeiro caso conhecido de incêndio em um veículo elétrico no Brasil.
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O incidente ocorreu no Rio Grande do Sul, no último fim de semana, e as imagens do fogo se espalhando rapidamente pelo veículo foram amplamente compartilhadas por moradores da região.
Um carro elétrico pegou fogo na tarde deste domingo, 19, na Rua Dr Bozano, em Santa Maria, RS.
O Corpo de Bombeiros disse que, em princípio, foi um problema na recarga da bateria. pic.twitter.com/zjTCPOA7J7
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Qual foi a origem do fogo?
Ainda sem a divulgação oficial da perícia do Corpo de Bombeiros do RS, não há confirmação sobre o ponto inicial do incêndio. No entanto, ao contrário do que muitos imaginaram, o culpado não foi o carro nem sua bateria.
Os primeiros relatos sobre o caso foram compartilhados por Clemente Gauer, membro do conselho diretor da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE), além de outros portais de comunicação. No LinkedIn, o executivo comentou sobre o incidente.

De acordo com as informações preliminares, o fogo teria se originado de um erro durante o carregamento do veículo, que, quando realizado de forma irregular, pode causar diversos danos e riscos à segurança — tanto do proprietário quanto do automóvel.
O calor gerado pelo carregador portátil, aliado a uma ligação improvisada com o uso de uma extensão, teria provocado o fogo dentro do carro, que rapidamente se espalhou pelo estofado.
Apesar do susto, o caso evidencia um ponto importante sobre a segurança dos veículos elétricos: a bateria não foi comprometida, e as chamas foram controladas com facilidade pelos bombeiros. As explosões vistas nas imagens, embora assustadoras, ocorreram por causa do detonador do airbag, e não têm relação com o sistema elétrico do veículo.
Mas afinal, quais são os perigos do carregamento irregular — e como realizá-lo corretamente?
O que a ABVE e outros órgãos recomendam
Para o carregamento domiciliar de carros elétricos e a instalação de carregadores, há recomendações específicas que ajudam a reduzir o risco de acidentes.
3. Nada de extensões
Como mostrou o caso do BYD Dolphin no RS, o uso de extensões é totalmente desaconselhado. Esses dispositivos não suportam a alta corrente elétrica necessária para carregar um carro elétrico, o que pode levar ao superaquecimento, curto-circuito e até incêndio.

2. Carregue em locais ventilados e mantenha o carregador fora do veículo
Outro erro comum — também presente no caso citado — é carregar o carro em local fechado ou com o carregador dentro do veículo.
O ideal é realizar o carregamento em locais bem ventilados e manter o equipamento fora do veículo, já que a corrente exigida é intensa e o aquecimento pode ocorrer com facilidade.
1. Instalação correta
Os carregadores portáteis fornecidos pelas montadoras são úteis em situações emergenciais ou para recargas pontuais. Entretanto, quem utiliza o veículo elétrico com frequência deve investir em um carregador fixo (wallbox), ligado a um circuito elétrico dedicado.
A instalação precisa seguir as normas da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) e deve ser feita com laudo elétrico e Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) emitida por profissional habilitado. Além disso, é essencial utilizar equipamentos homologados e certificados por órgãos como o Inmetro, garantindo maior segurança.

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