Impacto humano | Turismo e mudança climática estão transformando Monte Everest
Fatores como as mudanças climáticas e o turismo estão transformando a paisagem do Monte Everest. Localizada na Cordilheira do Himalaia, na fronteira entre o Nepal e o Tibete — região autônoma da China —, a montanha é o ponto mais alto da Terra, com 8.848 metros de altitude.
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A primeira vez que humanos escalaram o Everest até o topo foi em 1953, quando Edmund Hillary e Tenzing Norgay chegaram ao cume. Desde então, observou-se um aumento na atividade turística na região, especialmente durante a alta temporada de escalada, que ocorre entre o final de maio e o início de junho.
“Nos 30 anos após Edmund Hillary e o sherpa Tenzing Norgay terem chegado ao cume do Everest pela primeira vez, apenas 150 homens e mulheres igualaram seu feito. Mas, desde então, o número de alpinistas disparou. Em 2019, um recorde de 877 pessoas chegou ao cume da montanha e, em 2024, o número de ascensões foi apenas um pouco menor”, destacou Carl Cater, professor de Marketing de Turismo na Universidade de Swansea.
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O aumento das expedições comerciais na montanha levou à construção de instalações como acampamentos, cafeterias e até barracas de festas. Além disso, a necessidade de infraestrutura para receber turistas resultou na pavimentação de estradas na região.

Mudanças climáticas
Além do impacto humano direto causado pelas instalações turísticas, o Monte Everest também sofre com os efeitos das mudanças climáticas provocadas pelo aquecimento global. O degelo em vários pontos da montanha é um exemplo notável desse fenômeno.
“Embora as vistas continuem igualmente espetaculares, as mudanças climáticas tiveram um impacto significativo sobre as geleiras em toda a região. Estimativas científicas recentes sugerem que houve uma redução de 26% a 28% nas geleiras ao redor do Everest entre as décadas de 1970 e 2010”, pontua Carl Cater.
Comparando registros de uma expedição realizada em 1921 com imagens feitas em 2024 durante sua viagem à montanha mais alta do mundo, Cater observou uma grande redução no volume de gelo em diferentes áreas do Everest.

Zona da morte
Além das paisagens de gelo, os turistas que se aventuram na escalada até o cume do Everest precisam passar por uma região conhecida como “zona da morte”, que começa a partir dos 8.000 metros de altitude. O nome se deve ao fato de que o ar se torna extremamente rarefeito, aumentando o risco de ataque cardíaco ou derrame.
A britânica Bonita Norris, que escalou o monte em 2010, relatou que, diante das condições extremas de frio e das frequentes avalanches, existe até mesmo uma “regra oculta” de deixar para trás os corpos sem vida encontrados ao longo do trajeto.
“Quando você faz o que eu faço, que é ir até a zona da morte, é incrivelmente difícil resgatar alguém que está lá em cima, porque você só está colocando a vida de mais pessoas em risco”, afirmou Norris em entrevista ao portal Unilad no início deste ano.
A montanhista ressalta que essa prática é comum em escaladas realizadas em condições extremas, e relata que, em suas aventuras, já encontrou corpos de pessoas que perderam a vida em diferentes montanhas.

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