Homem que atraía vítimas para o serial killer conhecido como “Candy Man” fala pela primeira vez

Um novo documentário promete trazer uma voz inédita para um dos capítulos mais perturbadores da história criminal americana: Elmer Wayne Henley Jr., o homem que ajudou o infame serial killer conhecido como “Candy Man” (Homem dos Doces), está falando publicamente pela primeira vez após cinco décadas de silêncio. Agora com 69 anos, Henley passou a maior parte da vida atrás das grades, condenado pelo seu papel em uma série de assassinatos que chocou Houston, no Texas, no início dos anos 1970.

O documentário, intitulado “The Serial Killer’s Apprentice” (O Aprendiz do Serial Killer), investiga como Henley, então um adolescente, se envolveu com Dean Corll. Corll, um homem mais velho, tinha uma fachada aparentemente inofensiva: ele era conhecido localmente por distribuir doces da fábrica da família para crianças e jovens. Essa imagem benigna escondia uma realidade monstruosa.

Henley conheceu Corll aos 15 anos, através de outro adolescente, David Brooks. A relação rapidamente se transformou em algo sinistro. Segundo relatos, Corll apresentou a Henley uma proposta macabra: ele pagaria 200 dólares por cada garoto que Henley conseguisse atrair para sua casa, com valores maiores para jovens considerados “muito bonitos”. Precisando de dinheiro, Henley concordou.

O método era cruelmente simples. Henley e Corll percorriam as ruas de bairros próximos, procurando adolescentes e homens jovens. Henley, por ser da mesma idade, abordava as vítimas em potencial, oferecendo festas, bebidas ou maconha. Uma vez convencidos, os jovens eram levados para o apartamento de Corll. Henley frequentemente saía do local, deixando a vítima à mercê do assassino. Mais tarde, ele descobria que Corll havia submetido os rapazes a abusos sexuais e assassinatos brutais.

Apesar de saber o destino horrível que aguardava as vítimas, Henley, junto com Brooks, continuou a recrutar jovens para Corll por aproximadamente três anos. O número total de vítimas atribuídas a Corll é de pelo menos 28, embora Henley tenha sido condenado especificamente por seis assassinatos. O reinado de terror só terminou em agosto de 1973, durante uma discussão violenta na casa de Corll. Nesse confronto, Henley disparou e matou o próprio mentor.

Após matar Corll, Henley ligou para a polícia. Foi ele quem guiou as autoridades até os locais onde haviam enterrado os corpos das vítimas, levando à descoberta de vários restos mortais. Sua confissão e cooperação expuseram a extensão dos crimes, mas não o pouparam da justiça. Ele recebeu sentença de prisão perpétua.

Henley foi condenado por seis assassinatos (Investigação Discovery)

No documentário da Investigation Discovery (ID), Henley rompe décadas de silêncio. Ele afirma, em trechos divulgados, que não busca se livrar de sua culpa, mas sim “fazer as pessoas verem a verdade”. Ele descreve sensações perturbadoras, como o ato de estrangular alguém, usando palavras como “memorável”, “comovente” e afirmando que ficou “horrorizado”. A produção inclui entrevistas com Henley, análises da psicóloga forense renomada Dra. Katherine Ramsland, e depoimentos de agentes da lei envolvidos no caso.

Atualmente, Henley permanece encarcerado. David Brooks, seu parceiro na recruta de vítimas, também recebeu prisão perpétua e morreu na prisão em 2020. Henley tem direito a revisões de liberdade condicional, um processo que causa angústia contínua para as famílias das vítimas.

Um pedido de liberdade por motivos de saúde foi negado em 2022, e outra revisão está em andamento, com decisão prevista para o outono. Familiares, como James Dreymala, pai de Stanton Dreymala (considerada a última vítima conhecida de Corll), se preparam para expressar sua oposição veemente a qualquer possibilidade de soltura. A história do “Aprendiz” e do “Homem dos Doces” permanece um lembrete sombrio, e as palavras de Henley, após meio século, prometem reacender o interesse nesse caso profundamente perturbador.

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