Homem deixou uma GoPro cair no fundo do oceano e encontrou uma criatura que nem os especialistas conseguem identificar

Cerca de 70% da superfície terrestre é formada por água, mas grande parte desse imenso volume permanece praticamente desconhecida. Dados da National Oceanic and Atmospheric Association (NOAA) mostram que apenas 27% do fundo do mar foi mapeado com precisão, enquanto somente 0,001% das regiões mais profundas já foi visto diretamente por seres humanos.

Mesmo assim, algumas expedições conseguem registrar imagens impressionantes de criaturas que vivem em zonas onde a luz do sol não chega. Esses registros, quando divulgados, chamam a atenção pelo aspecto pouco familiar dos animais e pela complexidade do ambiente em que vivem.

Alexa, toque Under the Sea de A Pequena Sereia (YouTube/Barny Dillarstone)

Um desses vídeos foi publicado recentemente pelo criador de conteúdo Barny Dillarstone, que tem como objetivo documentar espécies raras ou, quem sabe, encontrar organismos ainda não catalogados pela ciência. A gravação foi feita a cerca de 200 m de profundidade no mar de Bali, durante uma de suas expedições.

A metodologia usada por Dillarstone envolve uma câmera presa a uma isca, sempre posicionada em áreas onde animais noturnos costumam circular. O resultado costuma revelar criaturas pouco vistas pelo público, e desta vez não foi diferente. Nas imagens, surgiram enguias congro, caranguejos-aranha e até o curioso bearded fireworm, uma espécie de verme marinho conhecido por suas cerdas urticantes.

No entanto, o que realmente chamou a atenção do mergulhador foi um animal registrado já no final da gravação. A câmera mostrou uma arraia de águas profundas conhecida como stingaree, integrante da mesma família das arraias comuns, porém encontrada normalmente na região do Indo-Pacífico. A espécie mais conhecida desse grupo vive ao longo da costa leste da Austrália.

A aparição da stingaree no canto inferior direito foi uma grande surpresa para Dillarstone (YouTube/Barny Dillarstone)

A presença de uma stingaree no mar de Bali deixou Dillarstone surpreso. Em seu vídeo, ele comentou: “Stingarees não deveriam estar na Indonésia”. Ele lembrou que a stingaree de Java é considerada extinta e que a stingaree de Kai só é conhecida por dois jovens capturados no leste do país.

O mergulhador explicou que consultou especialistas após ver o animal registrado, mas nenhum deles conseguiu identificar com precisão qual espécie havia sido filmada. “A resposta é que não fazemos ideia”, afirmou. “Talvez seja uma espécie nova para a ciência. Não é todo dia que se registra algo que pode alterar parte do catálogo regional de espécies.”

A possibilidade não parece improvável. Estimativas científicas sugerem que cerca de dois terços das criaturas marinhas ainda não foram identificadas ou classificadas corretamente. Cada nova expedição pode revelar organismos totalmente desconhecidos, reforçando a dimensão do mistério que existe nas profundezas dos oceanos.

Aqui, o vídeo de Dillarstone representa mais uma peça desse enorme quebra-cabeça biológico que ainda está longe de ser completamente montado.

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