GoFundMe remove vaquinhas para homem acusado de matar ucraniana em transporte público

No dia 22 de agosto, uma tragédia abalou a cidade de Charlotte, na Carolina do Norte, EUA. A jovem ucraniana Iryna Zarutska, de 23 anos, foi brutalmente esfaqueada dentro de um trem, em um ataque descrito pelas autoridades como aleatório. Imagens de câmeras de segurança ajudaram a identificar o assassino, Decarlos Dejuan Brown Jr., que estava sentado logo atrás da vítima no momento do crime.

De acordo com a polícia local, Brown foi levado ao hospital Atrium Health com ferimentos que não representavam risco de vida. As autoridades informaram que ele seria preso assim que tivesse alta médica, sendo formalmente acusado de homicídio em primeiro grau.

Em comunicado, o Departamento de Polícia de Charlotte-Mecklenburg declarou: “A família de Ms. Zarutska foi notificada sobre sua morte e sobre as atualizações do caso. A investigação segue ativa e em andamento”.

Poucos dias depois, em 29 de agosto, Brown compareceu diante de um juiz, que negou o pedido de fiança. Aos 34 anos e em situação de rua, o acusado acabou se tornando alvo de uma polêmica inesperada. Campanhas de arrecadação online surgiram em seu nome, com o objetivo de custear sua defesa judicial.

Um dos textos divulgados nessas páginas afirmava: “Embora o que aconteceu na Blue Line tenha sido uma tragédia, não podemos perder de vista o fato de que Decarlos Brown Jr. foi categoricamente abandonado pelo sistema judiciário e pelos serviços de saúde mental da Carolina do Norte, e, portanto, não é inteiramente culpado pelo que aconteceu”.

Iryna Zarutska foi identificada como a jovem que morreu no ataque (Iryna Zarutska/Instagram)

Outra iniciativa dizia estar “levantando fundos para ajudar nas custas judiciais de Decarlos Dejuan Brown Jr.” e pedia apoio contra o que chamava de “racismo e preconceito contra nosso povo”. Essas campanhas geraram forte reação negativa entre internautas e rapidamente chamaram a atenção da própria plataforma de arrecadações.

Um porta-voz da GoFundMe confirmou que todas as páginas relacionadas à defesa do acusado foram removidas. Segundo a empresa, seus Termos de Serviço proíbem expressamente arrecadações destinadas à defesa legal de pessoas formalmente acusadas de crimes violentos. Além disso, quem já havia feito doações recebeu o reembolso integral.

Enquanto isso, o caso ganhou repercussão nacional e chegou até a Casa Branca. Questionado pela imprensa em 7 de setembro, o presidente Donald Trump demonstrou surpresa ao ser informado sobre o episódio. “Eu não tinha ouvido… quando isso aconteceu?”, perguntou. Em seguida, classificou a situação como “horrível” e garantiu que buscaria se informar melhor até a manhã seguinte.

O assassinato de Zarutska, que havia deixado a Ucrânia em busca de uma vida mais segura, segue em investigação, com Brown detido sem direito a fiança até novo julgamento.

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