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Curiosidades

Gaza: arqueólogos correm para resgatar milhares de artefatos de bombardeio

No dia 14 de setembro, Israel bombardeou o edifício residencial al-Kawthar. O prédio de 13 andares ficava no bairro de Rimal, distrito mais rico de Gaza antes da investida israelense mais recente na Palestina, que vai completar dois anos em outubro.

No mesmo dia, Israel derrubou outros 15 edifícios. Pelo menos 35 palestinos morreram nos ataques.

No térreo do edifício al-Kawthar havia um depósito de artefatos antigos administrado pelo arqueólogo palestino Fadel al-Utol, que trabalha há 30 anos na região. Ele recebeu um aviso de que o exército israelense pretendia bombardear o prédio. A partir daí, coordenou a evacuação do armazém arqueológico. Tudo a distância – hoje em dia, Fadel mora a 3.000 quilômetros dali, na Suíça.

Milhares de mosaicos, cerâmicas, moedas e outros artefatos da Escola Bíblica e Arqueológica Francesa de Jerusalém, responsável por coordenar muitas das escavações arqueológicas em Gaza nas últimas décadas, foram retirados às pressas do prédio, como contou Fadel para a BBC.

Os itens armazenados no térreo do al-Kawthar vieram de cinco sítios arqueológicos diferentes, incluindo um dos monastérios cristãos mais antigos do Oriente Médio, o Mosteiro de Santo Hilarião. O nome é uma homenagem ao místico que levou o estilo de vida monástico para a Palestina no século 4.

Foi possível retirar 70% da coleção antes dos mísseis de Israel atingirem o prédio. Os 30% restantes, especialmente cerâmicas e artefatos com pedras preciosas, se perderam.

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História e cultura em perigo

Depois dos ataques do Hamas de 7 de outubro de 2023 contra civis israelenses, Israel começou uma retaliação contra os palestinos que, apesar dos clamores por um cessar-fogo da comunidade internacional, parece longe de acabar. Já são mais de 65 mil mortos em Gaza, segundo as autoridades de saúde do território palestino. Um terço dessas vítimas são crianças.

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Dois dias depois do bombardeio do edifício al-Kawthar, uma comissão de investigação da Organização das Nações Unidas (ONU) afirmou que Israel está cometendo um genocídio em Gaza. Afinal, junto ao território, há um grupo étnico específico sendo destruído: os palestinos.

A guerra também tem feito com que ruínas arqueológicas e evidências de ocupação sejam soterradas por ruínas. Por causa disso, Gaza está na lista de sítios culturais em perigo do Fundo Mundial de Monumentos (WMF, na sigla original em inglês).

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O arqueólogo Fadel al-Utol cresceu em um dos campos de refugiados de Gaza e conseguiu mudar para Genebra há alguns meses. Quando recebeu o alerta de que o edifício seria bombardeado, ele ajudou os profissionais no local a saber quais artefatos eles deveriam priorizar na retirada.

Transportar uma coleção frágil de artefatos antigos requer tempo e cuidado, e Kevin Charbel, do grupo Emergency First International, passou horas tentando convencer o exército israelense a dar mais tempo para que eles pudessem retirar os tesouros arqueológicos do prédio. Até houve uma extensão do prazo, mas não foi o suficiente: os arqueólogos embalaram e retiraram tudo que podiam em seis horas no dia 11 de setembro, improvisando toda a logística de transporte, como Charbel explicou à Associated Press.

A Faixa de Gaza está cheia de sítios arqueológicos e preciosidades de muitos grupos diferentes que passaram pela região nos últimos milênios. Mas as ameaças e a falta de cuidado ao patrimônio histórico não são de hoje. Desde 2007, quando o Hamas assumiu o controle da região, foi permitida a criação de nova construções em alguns sítios arqueológicos.

Em agosto de 2025, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) havia registrado danos em 110 monumentos, sítios arqueológicos e religiosos, edifícios históricos e museus em Gaza. O edifício al-Kawthar abrigava uma das poucas coleções que restavam de artefatos da história da região.

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A justificativa de Israel para o bombardeio – que poderia ser visto como uma violação da Convenção de Haia de 1954, que trata da proteção de bens culturais em guerras – foi que o Hamas havia posicionado infraestrutura de coleta de informações no edifício al-Kawthar.

Agora, os objetos resgatados estão guardados numa localização não divulgada em Gaza. Em entrevista à BBC, al-Utol disse que todo dia recebe ligações de palestinos sofrendo com a perda desses vestígios históricos. “Eu digo a eles que, quando a guerra acabar, vamos restaurar todos esses sítios e artefatos.”

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augustopjulio

Sou Augusto de Paula Júlio, idealizador do Tenis Portal, Tech Next Portal e do Curiosidades Online, tenista nas horas vagas, escritor amador e empreendedor digital. Mais informações em: https://www.augustojulio.com.