Fragmentos que “caíram do céu” podem ser raros meteoritos vindos de Mercúrio
Imaginando que asteroides podem atingir superfícies de outros planetas e causar a ejeção de material rochoso em direção à Terra, é fisicamente possível que fragmentos deste tipo cheguem ao nosso planeta vindos de um mundo mais distante, como Mercúrio — o planeta mais próximo do Sol. Porém, até agora, nenhum foi confirmado como tendo origem de lá.
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Um novo estudo sugere, porém, que dois meteoritos que podem ter origem mercuriana. Se confirmado, serão uma rara janela para entender a formação e evolução do planeta rochoso, potencialmente remodelando o que já sabemos. Como Mercúrio está tão próximo do Sol, qualquer missão espacial para recuperar uma amostra de lá seria complexa e cara.
Um fragmento de Mercúrio que “caiu do céu” – no sentido literal e figurado – pode ser a única maneira prática de estudar a superfície do planeta – tornando a descoberta da origem desses fragmentos uma oportunidade cientificamente inestimável. A maioria dos meteoritos que chegam à Terra vêm do cinturão de asteroides entre Marte e Júpiter ou mesmo da Lua.
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“Nosso estudo mais recente investigou as propriedades de dois meteoritos incomuns, o Ksar Ghilane 022 e o Northwest Africa 15915. Descobrimos que as duas amostras parecem estar relacionadas, provavelmente originárias do mesmo corpo progenitor”, escreveu Ben Rider-Stokes, um dos autores da pesquisa, ao The Conversation.
“Sua mineralogia e composição superficial também exibem semelhanças intrigantes com a crosta de Mercúrio. Isso nos levou a especular sobre uma possível origem mercuriana”, completou o cientista.
Ambos os meteoritos analisados pela equipe contêm olivina e piroxênio, pequenas quantidades de plagioclásio albitico e oldhamita. Essas características minerais são consistentes com as previsões de como seria a composição da superfície de Mercúrio.
Características em comum tornam as amostras candidatas convincentes a serem material mercuriano. Contudo, também há diferenças notáveis, como a apresentação de apenas traços de plagioclásio, em contraste com a superfície de Mercúrio, que se estima conter mais de 37% deste tipo de mineral.

O estudo ainda sugere que a idade das amostras é de cerca de 4,528 bilhões de anos, significativamente mais antigas do que as unidades superficiais mais antigas reconhecidas de Mercúrio, que se estima terem 4 bilhões de anos.
O cenário é de grandes expectativas! Se meteoritos de Mercúrio forem descobertos, eles podem ajudar a resolver uma série de questões científicas de longa data, como a idade e a evolução da crosta de Mercúrio, composição mineral e geoquímica e a natureza dos gases.
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