Filmagem aterrorizante mostra pessoas gritando “tem crianças lá embaixo” após acidente de bonde em Lisboa que deixou 15 mortos e 23 feridos

Na noite de 3 de setembro, Lisboa viveu um dos episódios mais trágicos de sua história recente. O Elevador da Glória, um dos funiculares mais famosos da cidade, descarrilou de forma violenta, resultando na morte de 15 pessoas e deixando outras 23 feridas, entre elas uma criança. Cinco dos feridos permanecem em estado grave.

As autoridades decretaram três dias de luto na capital portuguesa, e em todo o país foi estabelecido um dia de luto nacional. O acidente aconteceu por volta das 18h, em plena hora de ponta, quando muitos moradores e turistas circulavam pela região da Avenida da Liberdade.

Testemunhas relataram que o tradicional veículo amarelo descia a ladeira em alta velocidade antes de atingir um edifício. “Passou por nós a toda velocidade”, contou um dos presentes à emissora SIC. Ele completou: “Bateu num prédio com uma força brutal e desabou como uma caixa de papelão; não tinha freios”.

Imagens gravadas por pessoas que estavam no local mostram o momento de desespero logo após o impacto. Diversos transeuntes tentaram ajudar a retirar passageiros presos nos destroços. Um deles pode ser ouvido gritando: “Há crianças debaixo do elétrico!”. Outro, apontando para os escombros, exclamou: “Acabou de se despedaçar!”.

Equipes de resgate trabalharam por várias horas para retirar os sobreviventes. As autoridades confirmaram mais tarde que todas as pessoas presas já haviam sido resgatadas. Ainda não foram divulgadas as nacionalidades das vítimas fatais, mas já foi confirmado que entre elas havia turistas.

O funicular acidentado é o Elevador da Glória, em operação desde 1885 e eletrificado em 1915. Reconhecido como monumento nacional, ele faz a ligação entre a Praça dos Restauradores e o Bairro Alto. Com capacidade para mais de 40 pessoas, entre sentados e em pé, é um meio de transporte utilizado tanto por lisboetas quanto por turistas que visitam a cidade. Dois carros interligados por cabos de aço percorrem, lado a lado, o trajeto de alguns centenas de metros em uma rua exclusiva, sem tráfego de automóveis.

O prefeito de Lisboa, Carlos Moedas, manifestou publicamente a dor da cidade: “É um dia trágico para nossa cidade… Lisboa está de luto, é um incidente trágico, trágico”. O primeiro-ministro Luís Montenegro cancelou toda a sua agenda oficial no dia seguinte, enquanto o presidente Marcelo Rebelo de Sousa expressou sua solidariedade às famílias das vítimas.

O governo português divulgou uma nota oficial afirmando que “um trágico acidente causou a perda irreparável de vidas humanas, enlutando suas famílias e consternando todo o país”.

A empresa Carris, responsável pela operação do Elevador da Glória, declarou estar “profundamente arrependida pelo que aconteceu” e prometeu apurar o que levou à falha fatal. Em comunicado, a companhia informou que o equipamento estava em conformidade com os procedimentos de manutenção.

Até o momento, a causa do acidente continua sob investigação. Equipes especializadas trabalham para entender o que fez o funicular perder o controle e se chocar com o edifício.

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