Ex-professor matou a esposa para evitar que nudes fossem divulgados

Um chamado de emergência levou a polícia de Upper Arlington, em Ohio, a uma cena que surpreendeu até investigadores experientes. No dia 9 de novembro, agentes responderam ao 911 e encontraram Mary Kathleen Hill, de 64 anos, sem vida dentro da própria casa. O marido, James Stephen Hill, de 76 anos, estava ferido no mesmo cômodo e foi levado ao hospital em condição estável.

As informações reunidas no boletim de ocorrência e em documentos judiciais revelam um enredo que começou em um aplicativo de relacionamentos. Hill, ex-professor e ex-instrutor de música da Universidade Estadual de Ohio, contou aos policiais que vinha recebendo ameaças de uma mulher desconhecida. Segundo ele, essa pessoa possuía fotos íntimas suas e exigia o pagamento de 15 mil dólares em cartões-presente da Apple para não divulgar o material.

De acordo com o depoimento registrado, Hill disse que acreditou estar sem alternativas. Ele afirmou que a chantagem crescia e que temia que as imagens fossem divulgadas. Sem encontrar armas de fogo dentro da casa, relatou ter usado uma faca de cozinha e ido até o escritório onde a esposa trabalhava. Lá, a atacou pelas costas com um único golpe no peito. A vítima morreu no local.

Antes de ferir a si mesmo, Hill deletou as fotos de seu computador. Por volta das 14h30, ele efetuou a chamada ao serviço de emergência relatando o que havia acontecido. Quando os agentes chegaram, encontraram o casal no interior da residência. Em nota oficial, a polícia informou que o homem recebeu atendimento médico imediato e permanece sob cuidados enquanto o caso segue para análise de um grande júri do condado de Franklin. As autoridades afirmam que acusações formais serão definidas após a avaliação.

A promotoria detalhou, em documentos enviados ao tribunal municipal, que Hill teria agido com planejamento prévio ao atacar a esposa. As descrições apontam que ele teria ido diretamente ao cômodo onde Mary Kathleen trabalhava para realizar o ataque.

A notícia repercutiu entre ex-alunos da universidade. Um deles contou à ABC que a comunidade ficou surpresa ao saber do ocorrido, especialmente porque um evento musical envolvendo ex-alunos estava programado. “Todo mundo ficou chocado. Ninguém poderia prever algo assim”, disse o estudante, que preferiu não se identificar. “Não tem como se apresentar com alegria depois de receber uma informação dessas.”

A tragédia reacendeu alertas sobre crimes digitais, especialmente os casos de sextorsão. Rachel Wilder, que participou da elaboração da legislação que transformou esse tipo de chantagem em crime em Ohio, reforçou os riscos. “Saiba com quem está falando. Há muitos crimes acontecendo pela internet, e agora com a inteligência artificial tudo fica ainda mais complexo”, afirmou. “Está ficando mais perigoso e mais perigoso. Pessoas de qualquer idade, de seis a 92 anos, precisam entender que existem criminosos mirando nelas e praticando sextorsão.”

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