Esta espécie de pássaro fica quase “cega” por amor; entenda
Dizem que o amor é cego, e alguns pássaros levam isso ao pé da letra. De acordo com um novo estudo publicado na revista Biology Letters, esse é o caso para duas espécies de faisão, cujos machos não são propriamente cegos, mas têm a visão seriamente obstruída pelas suas plumagens exuberantes usadas para conquistar parceiras.
Os cientistas realizaram exames oftalmológicos em dois tipos de ave – o faisão-dourado (Chrysolophus pictus) e o faisão-lady (Chrysolophus amherstiae). Eles observaram que o campo de visão dos machos era significativamente menor que os das fêmeas.
Não é a toa. Esses faisões conquistam suas parceiras ostentando uma plumagem semelhante a vibrantes “topetes”, como perucas lambidas para trás, e capas detalhadas que se enrolam ao redor do pescoço.
Essa é uma peculiaridade da seleção natural, chamada de dismorfismo sexual. Isso acontece quando machos e fêmeas de uma mesma espécie têm diferenças físicas bem marcantes. No caso das aves, os machos tendem a ser mais coloridos e ostentosos que as fêmeas, cuja beleza é mais discreta (o que as ajuda a se esconder de predadores).
Segundo o artigo, a ciência já analisou os olhos de cerca de 300 espécies de aves, e essa é a primeira vez que se observa um caso de dismorfismo sexual afetando o campo de visão desses animais.
Os pesquisadores utilizaram um oftalmoscópio para iluminar os olhos dos espécimes e observar, no reflexo da luz, elementos do campo visual essenciais para atividades do dia-a-dia dos passarinhos, como a busca por alimentos, a detecção de predadores e o cuidado com os filhotes.
Três áreas foram analisadas: primeiro, a região monocular, ou seja, o que é visto por só um olho; depois, a região binocular, com tudo aquilo que entra no alcance dos dois; e por fim, a região cega, onde nenhum olho vê.
A descoberta foi que o “topete” dos machos não deixava eles olharem para cima. Em média, nas duas espécies, a visão binocular dos machos era 41% pior que a das fêmeas. Mas isso muda ao longo do ano. Em setembro e outubro, período no qual esses passarinhos trocam suas penas, os machos provavelmente voltam a enxergar tão bem quanto as fêmeas. Essa variação anual é igualmente inédita entre as observações já feitas sobre a visão dos pássaros.
O estudo também sugere que espécies de cacatuas, aves-do-paraíso e abetardas, além de outros tipos de faisões, podem compartilhar dessa mesma cegueira. O que resta saber, em pesquisas futuras, é como isso afeta a sobrevivência dos pássaros na natureza.
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