Especialista revela o único sinal claro que indica que um relacionamento “chegou ao fim”

Imagine uma cena comum: você conta uma piada para amigos. Todos riem, menos seu parceiro. Ele apenas suspira e revira os olhos. Parece inofensivo? Segundo décadas de pesquisa científica, esse simples gesto pode ser um dos indicadores mais poderosos de que um relacionamento está em sério risco.

Quem traz esse alerta é o psicólogo John Gottman, uma verdadeira lenda no estudo das relações amorosas. Com um casamento feliz por 37 anos e mais de 40 anos dedicados a pesquisar casais, Gottman observou empiricamente – ou seja, através da observação direta – mais de 3.000 casais em ação.

O que ele descobriu vai muito além de palpites ou teorias. Ele identificou padrões comportamentais que preveem, com impressionante precisão, a chance de um relacionamento durar ou fracassar.

E um comportamento se destaca como particularmente tóxico: o desprezo.

Um exemplo prático? Você diz ao parceiro que vai sair com amigos. Ele responde que preferia que você ficasse em casa. Em vez de uma conversa calma, você reage com ironia cortante: “Ah, que surpresa! Quer me amarrar aqui pra eu nunca mais te deixar?”. Essa resposta, carregada de sarcasmo e superioridade, é um clássico exemplo de desprezo.

Mas por que esse comportamento é tão devastador? Gottman usa uma metáfora forte: “O desprezo é como ácido sulfúrico para o amor”. Ele corrói lentamente, dia após dia, o vínculo emocional que mantém o casal unido e seguro um com o outro. O desprezo comunica, de forma clara e não-verbal, que você considera o outro inferior, sem valor ou desprezível. É a antítese do respeito, um ingrediente fundamental para qualquer relação saudável.

A relevância desse tema ficou evidente numa recente discussão na plataforma Reddit. Um usuário perguntou: “Qual é um sinal precoce de que o relacionamento não vai dar certo?”. Entre várias respostas, um relato pessoal chamou a atenção: alguém contou que seu ex-parceiro nunca ria de suas piadas, apenas suspirava e revirava os olhos.

Outro usuário foi direto ao ponto: “Revirar os olhos é um atalho rápido para o fim do relacionamento. É sinal de desprezo e nojo, tudo em um segundo”. Foi quando o nome de Gottman surgiu, confirmando que a ciência respalda essa percepção instintiva.

A pesquisa de Gottman mostra que o desprezo não surge do nada. Ele geralmente vem após um acúmulo de queixas não resolvidas, críticas constantes e uma postura defensiva frequente. É um estágio avançado de negatividade. Quando o desprezo se instala, a comunicação produtiva praticamente desaparece, substituída por ataques pessoais, sarcasmo e uma atmosfera de hostilidade.

Julie Gottman, também psicóloga renomada e esposa de John, reforça essa visão com uma perspectiva biológica. Ela lembra que os seres humanos são, por natureza, animais sociais que dependem da conexão com o grupo para sobreviver e prosperar.

“O desprezo nos corta da nossa matilha”, explica Julie. “Ele nos leva a nos isolar, a nos recolher e, por fim, a ficarmos sozinhos”. O desprezo nega essa necessidade humana fundamental de pertencimento e aceitação dentro do relacionamento mais íntimo.

Então, qual é o antídoto para esse veneno relacional? Os Gottmans apontam para um caminho: cultivar ativamente a cultura da apreciação e do respeito. Julie Gottman enfatiza o poder transformador de reconhecer o bem no parceiro: “Nós adoramos ouvir coisas boas sobre nós mesmos e sermos vistos pelo bem que fazemos no mundo.

A apreciação nos aproxima daqueles que nos apreciam”. Expressar gratidão pelas pequenas coisas, reconhecer esforços e focar nas qualidades positivas do outro cria uma espiral ascendente de conexão e afeto. É uma forma prática de combater a erosão causada pelo desprezo.

Identificar o desprezo é o primeiro passo crucial. Fique atento a sinais como:

• Revirar os olhos com frequência.

• Tom de voz sarcástico ou condescendente.

• Apelidos pejorativos ou insultos disfarçados de “brincadeira”.

• Imitar o parceiro de forma cruel.

• Desconsiderar sistematicamente as opiniões ou sentimentos do outro.

Se esses comportamentos se tornaram comuns na sua relação, é um sinal de alerta vermelho que não deve ser ignorado. A boa notícia é que, reconhecendo o problema e buscando mudar esses padrões – muitas vezes com a ajuda de terapia de casais – é possível desarmar essa bomba relacional e reconstruir a base de respeito e afeto que todo amor duradouro necessita.

A ciência é clara: onde o desprezo habita, o amor definha. Manter essa toxina longe do seu relacionamento não é apenas uma questão de bom senso, é uma estratégia comprovada para proteger o vínculo mais importante.

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