Duas irmãs são encontradas vivas após 36 anos e nem sabiam que estavam desaparecidas

O caso de duas irmãs desaparecidas há mais de três décadas teve um desfecho surpreendente nos Estados Unidos, envolvendo mistério, tragédia e reencontros inesperados.

Tudo começou em 12 de dezembro de 1989, quando o corpo de uma mulher foi encontrado no deserto do condado de Mohave, no estado do Arizona, não muito longe de Las Vegas. Ela havia sido esfaqueada várias vezes e deixada no local sem identificação. Por anos, a polícia teve apenas um perfil de DNA, que não levou a nenhum resultado concreto.

Somente em 2022, mais de 30 anos depois, os investigadores decidiram revisar as provas do caso e conseguiram extrair uma impressão digital que revelou um nome: “Maria Ortiz”. Pouco depois, descobriram que esse nome era um disfarce.

As duas meninas foram encontradas em segurança, e a mais velha disse aos repórteres que teve uma “vida linda” nos 36 anos em que esteve desaparecida (Departamento do Xerife do Condado de Mohave)

A mulher assassinada era, na verdade, Marina Ramos, moradora de Bakersfield, Califórnia. Quando desapareceu, Ramos estava acompanhada de suas duas filhas pequenas: Elizabeth, de 14 meses, e Jasmin, de apenas dois meses de idade. Nenhuma das duas havia sido encontrada desde então.

Durante décadas, as autoridades tentaram descobrir o que aconteceu com as meninas, até que, em agosto deste ano, um novo avanço no caso mudou tudo. Investigadores localizaram uma mulher com forte ligação genética à família Ramos: era a irmã mais velha das duas crianças desaparecidas e a única outra filha de Marina. Essa descoberta abriu caminho para a solução do mistério que durava 36 anos.

As investigações revelaram que Elizabeth e Jasmin haviam sido abandonadas em um banheiro público de um parque em Oxnard, Califórnia, apenas dois dias depois do assassinato da mãe. Em 14 de dezembro de 1989, um transeunte ouviu choros vindos do local e pediu ajuda a uma mulher que passava por perto. Ao entrar, ela encontrou as duas bebês deitadas no chão molhado, completamente sozinhas.

As crianças foram levadas pelos serviços de proteção à infância e, algum tempo depois, adotadas juntas por um casal do condado de Ventura. Elas cresceram sem saber nada sobre sua origem biológica e, com o tempo, receberam novos nomes: Elizabeth passou a se chamar Melissa, e Jasmin tornou-se Tina.

Marina Ramos foi assassinada pouco depois de testemunhas a verem deixando seus filhos em um banheiro acompanhada por “dois homens hispânicos” (Departamento do Xerife do Condado de Mohave)

Ao saberem da verdade recentemente, as duas contaram à emissora ABC 15 Arizona como reagiram ao reencontro com sua história. “Assim que ela disse que era uma investigadora de homicídios, eu senti no fundo que ela sabia algo sobre meus pais”, contou Melissa. “Não sabia como processar o que estava ouvindo. Só saí correndo da sala.”

Ela também enviou uma mensagem à sua família biológica: “Quero que todos saibam que estou bem. Tive uma vida linda, tenho um marido maravilhoso. Elas vão ver a irmã e vão se emocionar, terão sentimentos que talvez a gente ainda nem saiba descrever.”

Tina compartilhou sentimentos mistos sobre a revelação: “Fiquei triste ao saber que minha mãe se foi e que nunca vou poder vê-la. Isso ainda me afeta, porque ela foi tirada de mim e isso não está certo. Mas, ao mesmo tempo, fiquei feliz em saber que ela não está sofrendo. Saber que eu tinha uma família que se importava e me procurava, mesmo sem eu saber disso, libertou muitos dos sentimentos de abandono que carreguei na infância.”

Embora uma parte importante do mistério tenha sido solucionada, a investigação sobre quem matou Marina Ramos continua em andamento. As autoridades afirmam que ainda estão em busca dos responsáveis pelo crime ocorrido há mais de três décadas.

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