‘Detox’ de redes sociais é uma tendência entre os jovens, aponta pesquisa
O ‘detox’ das redes sociais já é uma tendência entre os jovens brasileiros. Uma pesquisa recente da Pluxee mostra que mais da metade dos entrevistados reduziram o tempo, desativaram ou excluíram suas redes sociais em 2025. Além disso, pessoas entre 18 e 24 anos são as que mais optaram pela diminuição do tempo de tela nas plataformas sociais.
- Detox digital: 6 dicas para reduzir o uso de redes sociais em 2025
- Brain rot: por que consumir vários vídeos curtos deteriora a saúde mental?
O ‘detox’ das redes sociais é a ação de diminuir o tempo nas redes sociais, desativar ou até mesmo excluir a conta nas plataformas.
O levantamento da empresa de benefícios entrevistou 2.935 pessoas durante maio para entender o movimento de desconexão em plataformas como Facebook, Instagram e TikTok.
–
Entre no Canal do WhatsApp do Canaltech e fique por dentro das últimas notícias sobre tecnologia, lançamentos, dicas e tutoriais incríveis.
–
A seguir, você verá:
- Jovens tendem a desconectar das redes sociais
- Pessoas mais velhas resistem mais ao detox
- Como conseguir desconectar
Jovens são os que mais tendem a desconectar
A diminuição do tempo gasto nas redes sociais é uma das principais ações realizadas pelos respondentes da pesquisa. Essa tendência é especialmente notável entre pessoas de 18 a 24 anos, faixa etária em que 38% do grupo optou por reduzir o período que permanece nas telas de aplicativos como Facebook, Instagram e TikTok.
O estudo apontou que, apesar de serem apenas 9% dos participantes, os usuários que possuem a menor faixa etária (18 a 24) são os que mais reduziram o tempo nas “timelines” das plataformas digitais.
O professor de psicologia da comunicação da FAAP, Renan Carletti, analisa que a busca por desconexão é uma tendência atual. “As pessoas estão percebendo que elas têm o poder de decidir sobre essa desconexão e que não precisam estar presas às redes sociais o tempo todo”, ressalta.
A pesquisa também indica que quase nove em cada dez entrevistados revelam que passam, no máximo, duas horas por dia conectados. Frente a isso, mais da metade dos participantes (56%) disseram que limitam esse tempo a até 1 hora por dia.
Essa escolha de limitar o tempo diante das telas reflete a necessidade das pessoas de dedicar mais atenção à vida offline, com menor exposição a informações, a fim de cuidar da saúde mental.
Esse foi o caso de Alessandro Fernandes, jornalista de 23 anos, que diminuiu seu consumo de redes sociais, como o X e Instagram, por conta do grande volume de conteúdo e pelo estímulo de estar sempre online para conseguir acompanhar tudo.
“É tanto conteúdo, tantas coisas sendo geradas ao mesmo tempo, um nível de informação absurdo que até computadores têm dificuldade para processar”, ressalta Fernandes.
O estudo elenca que Facebook, Instagram e TikTok são as plataformas mais citadas entre as quais o uso teve uma redução. Veja a lista:
- Facebook: 51% de redução;
- Instagram: 48% de redução;
- TikTok: 41% de redução;
- X: 29% de redução;
- YouTube: 21% de redução;
- LinkedIn: 16% de redução;
- Outras: 14% de redução.
Carletti analisa que a maior redução das plataformas da Meta e da rede social da ByteDance é relacionada, principalmente, com a quantidade de informações e estímulos que elas proporcionam ao usuário.
“Muitas vezes já perguntei a pacientes o que eles mais gostam de assistir no TikTok ou Reels e eles não conseguem responder”, ressalta o professor da FAAP.
O especialista analisa que a grande proporção de vídeos curtos durante um grande período de tempo estimula também o “brain rot” (decomposição cerebral, em tradução livre), termo que designa a sensação de ter esgotado a capacidade cognitiva com montes de conteúdos fúteis e rápidos.
Pessoas mais velhas são resistentes a reduzir o tempo nas redes sociais
A pesquisa da Pluxee indica que, ao mesmo tempo que pessoas mais jovens tendem a se desconectar das redes sociais, as mais velhas vão por outro caminho.
Usuários entre 45 a 54 anos estão na fase de pensar em reduzir o tempo de tela, desativar ou excluir, enquanto pessoas de 54 anos ou mais não pretendem realizar nenhuma das ações.
Renan Carletti analisa que, para pessoas acima dos 50 anos, as redes sociais se tornaram um espaço de ressocialização e reecontro de pessoas, fator que torna mais difícil optar por uma desconexão real.

Como desconectar
O professor de psicologia da comunicação na FAAP explica que não é possível generalizar uma forma saudável ou não de usar as redes sociais. Ele elenca que, para conseguir limitar o uso ou até mesmo desconectar, a pessoa precisa entender a sua rotina e o que a presença online exige, assim como de que forma ela pode causar efeitos negativos.
“Criar dois perfis: um pessoal e outro profissional ou parar de usar a rede social depois do horário comercial, são algumas opções para quem está questionando seu uso nas redes”, indica Carletti.
Ele adiciona que perguntas simples, como “o que eu gosto?”, “quem eu sigo?” e “que tipo de conteúdo estou consumindo?”, são uma forma de compreender o uso e conseguir limitá-lo para aquilo que o indivíduo realmente deseja consumir quando estiver online.
O jornalista Alessandro Fernandes explica que, depois que reduziu o uso das plataformas, decidiu substituir o tempo que gastava no feed das redes sociais em outras plataformas que fazem sentido para sua rotina para não ficar “off” de tudo.
“Tenho buscado substituir isso [redes sociais] por ferramentas auxiliares e mais saudáveis: passei a assinar mais newsletters e utilizar o Substack. Assim consigo receber conteúdos programados”, adiciona o jornalista.
Leia mais:
- Quer ficar menos tempo no celular em 2025? Veja dicas de especialistas
- Vitória do Botafogo, guerra e mais: veja o que viralizou na web nesta semana
- Justiça americana cita Alexandre de Moraes a pedido da Trump Media e Rumble
VÍDEO: Trocar o CELULAR anualmente: faz sentido ou nem VALE A PENA?
Leia a matéria no Canaltech.
O que achou dessa notícia? Deixe um comentário abaixo e/ou compartilhe em suas redes sociais. Assim conseguiremos informar mais pessoas sobre as curiosidades do mundo!
Esta notícia foi originalmente publicada em:
Fonte original