Deep Reflection: conheça a IA que replica seu jeito de pensar
Quem assistiu ao episódio “Be Right Back”, da série Black Mirror, já se perguntou: “E se fosse possível continuar conversando com alguém por meio de uma Inteligência Artificial alimentada por tudo o que essa pessoa expressou em vida como mensagens, vídeos e postagens?”
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Durante anos, essa ideia pareceu restrita à ficção científica. Mas agora, com o lançamento do Deep Reflection, essa possibilidade está se tornando realidade e com uma proposta surpreendentemente ética, segura e humanizada. Esse foi o tema do Podcast Canaltech com Giovanni Laporta, CEO e cofundador da vortice.ai.
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Na conversa, ele explica como funciona o Deep Reflection, quais as diferenças em relação aos modelos de IA tradicionais, os possíveis usos e os dilemas éticos que começam a surgir.
O que é o Deep Reflection?
O Deep Reflection é uma tecnologia inovadora que cria uma espécie de reflexões digitais“, IAs personalizadas que imitam o jeito de pensar, falar e se expressar de uma pessoa real.
A ideia não é substituir ninguém, mas expandir a presença digital de indivíduos com autenticidade, permitindo que seu conhecimento e forma de comunicação continuem interagindo com o mundo mesmo quando estiverem offline ou ausentes.
“O Deep Reflection não quer ser uma réplica fria de alguém. Ele oferece uma extensão viva da consciência digital daquela pessoa”, explica Giovanni Laporta, CEO da Vortice.ai em entrevista ao Podcast Canaltech.
Como funciona?
Ao contrário das big techs, que apostam em modelos gigantescos e genéricos como o ChatGPT ou Gemini, o Deep Reflection utiliza uma abordagem modular e personalizada, baseada nas chamadas SLMs (Small Language Models), modelos menores e mais específicos.
Cada reflexo é treinado com base em conteúdos reais daquela pessoa, como vídeos, áudios, textos, artigos, músicas, entrevistas, entre outros. A IA aprende o vocabulário, o ritmo, os jargões e até o tom de voz do indivíduo, garantindo uma comunicação mais natural e coerente com a sua essência.
Além disso, o modelo pode ser atualizado continuamente, à medida que a pessoa produz novos conteúdos, mantendo o reflexo digital sempre em evolução.
Aplicações práticas
As possibilidades de uso são amplas. Um professor, por exemplo, pode treinar seu reflexo digital para que os alunos tenham uma experiência de aula personalizada. Criadores de conteúdo podem oferecer interações com seus seguidores mesmo quando não estão disponíveis. E especialistas podem deixar suas ideias acessíveis a qualquer hora.
“É como ter uma extensão digital sua, capaz de responder como você responderia. Isso muda a forma como nos relacionamos com o conhecimento e com o tempo”, diz Laporta.
Deep Fusion: unindo múltiplas consciências
Uma das funcionalidades mais inovadoras é o Deep Fusion, tecnologia que permite combinar múltiplos reflexos em uma nova IA. Isso abre caminho para a criação de inteligências emergentes, com traços de vários pensadores, artistas ou líderes.
“Imagine misturar 30% de um filósofo, 40% de um cientista e 30% de um músico. Você gera uma nova mente, capaz de criar conteúdos inéditos, debater e inspirar com base em múltiplas visões de mundo”, exemplifica Giovanni.
Essa abordagem pode ser especialmente promissora na educação, na cultura e na criação de conhecimento coletivo.
E os riscos?
Como toda nova tecnologia, o Deep Reflection também levanta questões éticas importantes. Os riscos vão desde o uso indevido da imagem até deepfakes e conteúdos sensíveis gerados sem autorização.
Segundo Laporta, a plataforma já incorpora mecanismos de controle, rastreabilidade e transparência, além de respeitar a autoria e o consentimento do criador. Ainda assim, ele reconhece que a regulamentação e o debate público sobre IA precisam avançar.
Um passo rumo à herança digital
Mais do que uma inovação tecnológica, o Deep Reflection representa uma mudança cultural profunda. A tecnologia permite que o conhecimento e a forma de pensar de uma pessoa continuem acessíveis, mesmo após sua morte.
“Estamos entrando na era da transcendência digital”, diz Laporta. “Nossas expressões vão se tornar vivas, interativas e evolutivas. O futuro chegou e, felizmente, é muito mais inspirador do que a ficção imaginava.”
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